domingo, outubro 01, 2006

No Abrupto – Pacheco Pereira, um «Proxy» ou apenas as reflexões de um mentiroso?

No Abrupto - LENDO, VENDO, OUVINDO, ÁTOMOS E BITS
de 28 de Setembro de 2006

«Nenhuma cadeia de televisão nacional, nenhuma estação europeia de "serviço público", nenhuma estação séria em todo o mundo passou o documentário Loose Change com excepção da RTP, a julgar pelas referências no artigo da Wikipedia sobre a divulgação do "documentário" conspirativo (*). Várias se lhe referiram, mas sempre dentro de um contexto infomativo sobre teorias da conspiração, como por exemplo fez a BBC. Na lista fica apenas a RTP, um canal de cabo australiano e outro paquistanês. É bom que se perceba, no meio da desinformação e dos baixos critérios de exigência deontológica do canal público, politicamente motivados, por que razão há um problema jornalístico e editorial na forma como o Loose Change foi tratado. Já agora será que a RTP financia um documentário a mostrar que foram homenzinhos verdes que descobriram o caminho marítimo para a Índia? Tenho provas que o governo sempre ocultou...»


Pacheco reproduziu no mesmo post a opinião de um leitor (Miguel Marujo):

"Reformulo palavras suas: «Já agora será que a RTP financia um documentário a mostrar que havia armas de destruição maciça que justificaram um atoleiro? Tenho provas que o governo sempre ocultou...» "

"Julgo que nesta questão um pouco mais de bom senso valeria a pena [a Wikipedia, que pode ser administrada e "actualizada" por qualquer um, agora já não levanta eventuais reservas ideológicas sobre os factos que apresenta?, isto apenas para recordar uma discussão antiga que, se não me falha a memória, também por aqui passou]. Não sou nenhum mentecapto que não saiba "ler" para além do documentário. Mas também sei seguir outros links do artigo da Wikipedia que ajudam a compor outro retrato: os órgãos de comunicação social que falaram do documentário (e que não o podem "publicar") incluem a Time, a Vanity Fair ou a Salon. E outras televisões, como a ABC [que disponibiliza mesmo no seu site um link para o filme!], comentaram o filme (com excertos e dando voz ao realizador)."

"Nisto tudo, estou com Bruno Sena Martins : «Sem avaliações insultuosas à capacidade intelectual de quem quer que seja , vale lembrar que o negacionismo e o voluntarismo inconsequente se irmanam na história da barbárie.»"


Chossudovsky, que Pacheco não refere, aborda também a desinformação:

A componente mais poderosa da Campanha de Medo e Desinformação (FDI) é da responsabilidade da CIA, a qual secretamente subsidia autores, jornalistas e medias críticos por meio de uma teia de fundações privadas e organizações de fachada patrocinadas pela CIA.

A desinformação é rotineiramente "plantada" pelos operacionais da CIA nas redacções do principais diários, revistas e canais de TV. Firmas de relações públicas externas são frequentemente utilizadas para criar "falsas estórias".

Iniciativas de desinformação, sob os patrocínio da CIA, também são canalizadas através de vários "mandatários" (proxies) de inteligência noutros países.



Comentário:

Pacheco, no artigo, coloca a questão: “Já agora será que a RTP financia um documentário a mostrar que foram homenzinhos verdes que descobriram o caminho marítimo para a Índia?”

E eu coloco outra: será a RTP capaz de financiar um documentário a mostrar a origem das notazinhas verdes que sustentam alguns «opinion makers» da nossa praça?

10 comentários:

Anónimo disse...

Pacheco, amigo, a CIA está contigo!

Aldrabemos, aldrabemos, etc.

Motim disse...

Sofocleto ainda bem que pegas nisto. Este tipo dedica-se a atacar o Loose Change e a RTP (por o ter emitido). No entanto nunca conseguiu refutar um único facto apresentado nesse documentário.
Enviei-lhe três e-mails o mês passado, obviamente que nunca terá coragem de responder ou publicar. E fui cordial, ao contrário dele que é ordinário: chama-nos estúpidos e "comunistas", como se não conhecêssemos o passado dele.
E não acerta nem uma: o Loose Change foi comprado não por 3 mas 17 canais (falei disso no meu blogue).
Porque que é que esse "senhor" não faz um documentário sobre as "armas de destruição maciça" que ele disse que existiam no Iraque, e que sempre se soube ser uma farsa? Isso já não é "teoria da conspiração"? Pois não, é outro crime que continua impune.

Biranta disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Biranta disse...

Mas vocês ainda dão crédito a Idiotas Úteis Estúpidos?

Atenção que os epítetos não são de minha autoria. Foi o próprio JPP que, questionado sobre as consequências, para quem apoiava a guerra no Iraque, se não houvesse WMD (armas de destruição massissa), respondeu: "Então os apoiantes seriam apenas IDIOTAS ÚTEIS". Ele foi um!

Assumiu-se, é justo que mantenha a sua própria designação. Agora, acerca da conspiração de 11 de Setembro e respectiva discussão, também foi ele que pediu: "ponham lá um cartaz a dizer que eu sou estúpido..."

Pôr um cartaz acho que seria dar-lhe atenção que ele não merece; desperdício de meios. Agora passar a chamar-lhe IUE (Idiota Útil Estúpido), em vez de JPP isso já faz todo o sentido... até para começar a construir uma barreira aos seus disparates absurdos e à perfídia das suas "opiniões" que são apenas terrorismo verbal vil, falácias e falsidades, conjecturas absurdas.
Mas ele procede assim porque, afinal de contas, pode fazê-lo. Por mais que exiba a sua cretinice e tendenciosismo, por mais que se mostre provocador, continua a ser-lhe concedida toda a credibilidade e deferência, quer lendo o seu blogue e crónicas, quer comentando o que ele diz sem lhe amandar à cara os epítetos que o próprio escolheu e assumiu e tanto se esforça por merecer.
Afinal esse verme sobrevive devido à subserviência dos outros e à complacência perante uma mente tão perversa e um discurso igualmente perverso e incoerente.

Para mim esse Idiota é como se não existisse. Dá-me náuseas! E, afinal, há tanta coisa importante sobre que falar e escrever, inclusive para travar o passo à consolidação no poder dos novos nazis, de cujos IUE faz parte...

Pena tenho de não ter mais tempo e diponibilidade. Não têm conta os assuntos e artigos que idealizo e nunca chego a escrever por falta de tempo. E não leio IUE, não vou ao seu blogue (para lixo basta-me o que não posso evitar).

Muito mais me preocupam as declarações tendenciosas e parciais do Provedor do Telespectador no seu programa.

A propósito: será que a RTP está disposta a permitir uma ampla e livre discussão sobre estes temas e outros (como a transmissão de touradas) e está disposta a consultar os cidadãos acerca da orientação e liberdade de expressão na programação, sobre a qualidade e nível social e intelectual dos programas, para depois se conformar com o que resultar como decisão de QUEM PAGA essa cambada de oportunistas?

O Provedor do Telespectador só "proveda" a favor de quem partilhar dos seus conceitosw e opiniões. Foi ao cúmulo de tentar estigmatizar as críticas, apresentando-as como uma corrente de opinião, tendenciosa, como se a opinião dele e dos que pensam como ele não fosse igualmente tendenciosa. Portanto há que colocar os que pagam a discutir e a decidir sobre isto, porque o Provedor é apenas um oportunista a usar o cargo que ocupa. Alguém o elegeu, por acaso? Foi eleito por quem paga? Então como é que tem o descaramento de estigmatizar críticas, apenas porque são diferentes das suas próprias opiniões ou convicções?
Isso sim que é importante, porque é com o poder e cargos destes indevidamente nas mãos de gente assim que IUE se safa.

Quanto a discussões e financiamento de documentários, até se podem colocar todas as propostas na mesa, incluindo a do IUE, para ver o que é que QUEM PAGA a televisão pública decide.
A RTP financiar um documentário? Tá bem! Eu oriento e decido o conteúdo. Nem discuto qual é o tema. Fosse qual fosse saía uma obra prima, eu garanto!
Não tenho o mesmo direito? Só tenho obrigação de pagar para sustentar, na opulência, gente que me mete nojo e programas que me repugnam?

Repito: vocês dão ao IUE atenção que ele não merece. Esqueçam o bicho! Há muita forma de fazer contra pressão sobre a RTP, para deixar essa alimária e outras a falarem sozinhos.

Biranta disse...

Meu caro Basílio!
Eu também escrevi ao IUE, logo no início. Foi uma infantilidade, para testar se a opinião que faço dele desde há trinta anos já teria perdido razão de existir. Ignorou a missiva como ignora muitas outras, desde que não sirvem a sua "missão" de mistificador, de armar confusão e confundir as pessoas e os critérios...
Por isso espero que o meu amigo também cresça, embora me solidarize consigo, é claro!

Barão da Tróia II disse...

É indesmentível que existiam armas de destruição maciça no Iraque, o Exercito americano, sabe o que faz, o C5 transportou-as para lá e pronto foi tudo oficial. Eu acho piada é ainda existirem gajos que vão ler as barbáridades do Pacheco.Boa semana

Motim disse...

Olá Biranta,
Eu já sabia que não ia ter resposta, foi só por descarga de consciência. Mas não é só ele, nenhum político fala sobre isto.
Se calhar os sete e-mails que ele publicou no abrupto foram os únicos que recebeu a apoiar a versão oficial...

augustoM disse...

Pacheco Pereira é a eminência parda que todos conhecemos. Intelectual de direita, todo o seu discurso é nesse sentido, sem o sentido da isenção, onde a vaidade da fala tenta enfatizar o que defende. Americanista convicto ou a soldo, ainda está por esclarecer, advoga os seus patrocinadores, onde habilidosamente nos tenta impor um discurso, onde a racionabilidade é escamoteada com o empirismo liberalista das opções políticas. Sempre coerente consigo próprio, a isenção de opinião é negada, mesmos quando as evidências são irrefutáveis. No Domingo passado (ontem) num debate composto pelos peões da quadratura do círculo e Jorge Sampaio, assisti ao discurso do Pacheco, onde referenciava que a Democracia Representativa estava em crise, apontando como causa a falta de idoneidade intelectual do povo, perante o assalto Liberal aos órgãos do poder. Insinuou-se outro modelo de Democracia, só para rir, mas o que eu queria ouvir, como vamos travar o assalto, ficou por debater, quando esse deveria ser o principal papel do debate.
A Democracia, tal como nos é apresentada, como já tive oportunidade de dizer anteriormente, é uma utopia, falta-lhe a complementar regulamentação, sem a qual continuaremos a ouvir os Pachecos a falar de crise, procurando a sua solução na substituição.
Um abraço. Augusto

AJB - martelo disse...

não é sem motivo que os media são considerados o 4º poder ou 5º ou...

inominável disse...

Essa do 4º ou 5º poder é do Alvin Toffler, não é?