John Kenneth Galbraith: «The process by which banks create money is so simple that the mind is repelled»
MONEY & BANKS - Posted By Striderus
Eis como a coisa se processa:
Consideremos um banco hipotético. Este banco tem dez depositantes que acabaram de depositar £500 cada um.
O banco deve-lhes £5,000 e tem £5,000 para liquidar o que deve (o banco guarda as £5,000 numa conta no Banco de Inglaterra – o que está na conta chama-se activos disponíveis).
John, um empresário, vem ao banco pedir um empréstimo de £5,000 para montar a sua empresa.
O empréstimo é concedido com base no reembolso em doze prestações mensais mais 10% de juro.
Uma conta nova no banco é aberta em nome de John. Está vazia, mas o banco permite a John levantar e gastar £5,000.
Os depositantes não são consultados acerca do empréstimo. Não lhes é dito que o dinheiro que eles depositaram já não está disponível – os montantes das suas contas não são reduzidas e transferidos para a conta de John.
Ao conceder este empréstimo, o banco aumentou as suas obrigações para £10,000. John tem direito a £5,000 e os depositantes ainda podem exigir os seus £5,000.
Se o banco tem agora obrigações no valor de £10,000, então como tem apenas £5,000 dos depósitos não está insolvente? De forma nenhuma:
O banco trata o empréstimo ao John como um activo, não como um passivo, no pressuposto de que John agora deve £5,000 ao banco.
A folha de balanço do banco mostra agora que o banco deve £5,000 aos seus depositantes, e que é credor de £5,000 de John. O banco criou para si próprio um novo activo de £5,000 sob a forma de uma dívida de John onde antes não existia nada. O banco está ainda solvente pelo menos em termos contabilísticos.
Nesta fase o banco está a apostar na hipótese de que à medida que John for gastando o dinheiro do seu empréstimo, os depositantes não vão levantar o dinheiro dos seus depósitos.
O banco teve as mãos completamente livres na criação deste empréstimo de £5,000 que, como veremos, representa «dinheiro» novo, onde nada existia antes. Foi feito com um golpe de caneta ou de umas teclas de computador.
A ideia de que os bancos criam dinheiro do nada e cobram juros para lucros privados pode parecer bastante repelente. Quem quer que fizesse isso seria acusado de fraude ou de falsificação.
Dinheiro novo na economia:
O empréstimo de John torna-se efectivamente «dinheiro» novo à medida que ele o vai gastando na sua empresa a pagar equipamentos, renda, salários, etc.
Este «dinheiro» novo é desta forma distribuído por outras pessoas, que o vão usar para pagar bens e serviços – e em breve estará a circular em toda a economia.
À medida que este dinheiro novo circula, irá parar inevitavelmente nas contas bancárias de outras pessoas.
Quando é depositado na conta de outra pessoa, constitui mais um depósito – John paga à sua secretária £100 e ela abre uma conta no nosso banco hipotético – o banco fica agora com £5,100 em depósitos.
Se considerássemos que os restantes £4,900 iriam ser depositados em contas do nosso banco hipotético, este ficaria então com £10,000 em depósitos sem ter tocado nos seus depósitos originais (£5,000). Na prática, muito desse novo dinheiro irá ser depositado em contas noutros bancos, mas de qualquer forma existem agora £5,000 de dinheiro novo em circulação.
Desta forma, todos os depósitos nos bancos são feitos a partir de dinheiro criado por empréstimos (excepto quando os depósitos são feitos em dinheiro-notas-moedas - cash)
Se você tiver £500 na sua conta no banco, o que acontece é que alguém como o John está em débito.
A chave para tudo isto é o facto de:
1 – Levantamentos em dinheiro constituem apenas uma minúscula percentagem do negócio bancário.
2 – Hoje em dia, os clientes dos bancos fazem quase todos os seus pagamentos entre si por cheque, débito directo ou transferência electrónica. As contas bancárias individuais são ajustadas alterando apenas alguns números em bases de dados em computadores – tal como as entradas contabilísticas. Nenhum dinheiro (notas-moedas – cash) muda de mãos. É tudo basicamente um processo contabilístico que acontece dentro do sistema bancário.
A função do dinheiro-notas-moedas – cash
O Estado é responsável pela produção de dinheiro sob a forma de notas e moedas.
Estas são então emitidas pelo Banco de Inglaterra para os principais bancos comerciais – os bancos compram-nas pelo seu valor nominal ao Governo para fazer face às necessidades dos seus clientes por dinheiro-notas-moedas – cash.
Os bancos têm de pagar por este dinheiro-cash e fazem-no com aquilo que têm nas suas contas no Banco de Inglaterra – os seus activos líquidos. As suas contas são consequentemente debitadas.
O Estado (através das Finanças) também mantém uma conta no Banco de Inglaterra que é creditada pelo valor nominal das notas e moedas à medida que estas são pagas aos bancos. (É agora dinheiro no fundo público disponível para gastar em serviços públicos etc.)
É desta forma que todos os bancos adquirem os seus stocks de notas e moedas, mas o dinheiro-cash que um banco pode comprar está limitado pela quantia que esse banco dispõe na sua conta no Banco de Inglaterra – os seus activos líquidos.
À medida que este dinheiro-cash é levantado pelos clientes do banco, esse dinheiro entra em circulação na economia.
Ao contrário dos empréstimos criados pelos bancos, o dinheiro-cash não tem juros e circula indefinidamente.
Pagamentos não feitos em cash – entradas contabilísticas
Com tão pouco cash sendo levantado, e sabendo por experiência que grandes quantias em depósitos permanecem intocadas pelos seus depositantes por grandes períodos de tempo, os bancos esperam que os seus activos líquidos sejam suficientes para lhes permitir comprar o cash necessário para fazer face aos relativamente pequenas quantias em cash que são normalmente levantadas.
Um banco tem sérios problemas se aumentarem os levantamentos em cash pelos depositantes, e se alguns dos que pediram um empréstimo quiserem levantar parte desse dinheiro em cash, excederem o que os banco tem na sua conta no Banco de Inglaterra.
Na prática o banco tentaria provavelmente pedir um empréstimo ao Banco de Inglaterra ou a outro banco para satisfazer os seus pedidos. Se isso falhar terá de cancelar alguns dos empréstimos e ficar com os bens daqueles que pediram emprestado e não podem pagar.
Exigências dos depositantes aos bancos
Assim que uma pessoa tenha feito um depósito num banco (em cash ou por cheque), essa pessoa pode exigir ao banco o valor que tem na sua conta. É um credor não-garantido. O seu extracto bancário é um registo de quanto é que o seu banco lhe deve. O banco pagar-lhe-á o que lhe deve e permite-lhe receber em cash, desde que tenha cash suficiente para isso.
Se os clientes do banco tentarem levantar demasiado cash, será uma corrida ao banco, o qual em breve recusará mais levantamentos. Só será servido quem chegar primeiro.
Se quiser fazer um pagamento por cheque, isto representa um problema muito menor – está apenas a transferir parte da sua exigência ao banco para outra pessoa – a pessoa a quem o cheque é pagável – apenas uma entrada contabilística.
Se a pessoa a quem passou o cheque tem uma conta no seu banco, o depósito permanece no banco – no fim o banco está exactamente na mesma posição em que estava antes.
Eu passo-lhe um cheque de £50 – temos ambos contas no Barclays – o que o Barclays me deve é reduzido em £50, o que o Barclays lhe deve é aumentado em £50 – ou seja, o total de depósitos permanece o mesmo.
Exigências de um banco a outro banco
Mas se você tiver uma conta no Lloyds, os depósitos no Barclays reduzem-se em £50, enquanto os depósitos no Lloyds aumentam £50.
Milhões de transacções deste tipo têm lugar todos os dias entre clientes dos vários bancos, usando cartões, débitos directos, transferências electrónicas ou cheques – os depósitos estão constantemente a mudar entre bancos.
Todos este cheques e transferências electrónicas passam por uma câmara de compensação.
Donde, um banco tem exigências de duas fontes (que ele acerta com os seus activos líquidos) – os seus clientes que querem cash e os outros bancos quando há uma dívida na câmara de compensação para liquidar.
Tirando o caso em que todos os bancos teriam de fazer face a grandes pedidos de cash ao mesmo tempo, o sistema bancário está seguro. Um banco só estará vulnerável se um grande número de depositantes por alguma razão levantar os seus depósitos em cash ou transferir os seus depósitos para outros bancos.
Vemos agora como hoje todo o sistema bancário é basicamente um exercício contabilístico onde milhões de exigências passam entre os bancos, os que pedem emprestado e os depositantes todos os dias com uma minúscula fracção de cash a mudar de mãos – suportada por reservas mínimas de activos líquidos.
O sistema é conhecido por Reservas Bancárias Fraccionárias (Fractional Reserve Banking - reservas mínimas ou obrigatórias) e os bancos são algumas vezes precisamente referidos como comerciantes de dívidas.
As contas do Barclays de 1999 ilustram esta situação bastante bem – fez empréstimos no valor de £217 biliões e possuía £191 biliões dos seus depositantes – suportados por apenas £2,2 biliões em activos líquidos.
O nível de empréstimos de um banco é orientado pela quantidade de cash que possui ou que pode comprar – os seus activos líquidos – mais do que a quantidade dos depósitos dos seus clientes.
Mas, se um banco puder atrair os depósitos de clientes de outros bancos, vai acrescentar aos seus activos líquidos, porque então o saldo da câmara de compensação com os outros bancos será a seu favor – logo, existe uma concorrência tremenda entre os bancos para atrair depósitos.
Juros… Grandes lucros para o banco:
Voltemos ao Sr. John – ele tem de pagar ao banco 10% de juro pelo empréstimo de £500. O pagamento destes juros é dinheiro que vem para o banco, são lucros e são depositados na conta do banco no Banco de Inglaterra – activos líquidos adicionais para o banco.
O banco tem agora mais £500 para fazer face aos levantamentos dos seus clientes. Se John pagar também o empréstimo original, o banco terá um acréscimo de £5.500.
O nosso banco criou para si, a partir do nada, um activo de £5,000 na forma de um empréstimo ao Sr. John. Este já não deve nada, mas ao pagar o empréstimo com juros, John transformou uma mera dívida em £5,500 em activos líquidos para o banco – um lucro limpo para o banco e a base a partir da qual mais empréstimos podem ser feitos.
Os Bancos hoje arriscam fazer empréstimos 100 vezes maiores do que os seus activos líquidos, como mostra a contabilidade do Banco Barkley.
Portanto, o nosso Banco fará em breve muito mais empréstimos. Dessa forma, os depósitos aumentam e portanto aumentam também os pagamentos dos juros e os lucros.
Com mais empréstimos e mais depósitos, haverá mais levantamentos de cash – mas o aumento dos lucros (fruto dos juros) significa que o banco pode comprar mais cash. (Foi assim que a soma de cash em circulação subiu até atingir £25 biliões em 1997.)
É um mito pensar que quando se pede emprestado dinheiro a um banco, se está a pedir emprestado dinheiro que outras pessoas depositaram – não está – está-se a pedir emprestado o dinheiro do banco que é criado nesse momento e tornado disponível sob a forma de um empréstimo.
Mais dívida para todos nós:
Os pagamentos dos juros efectuados pelo Sr. John bem como os pagamentos das prestações do empréstimo ao banco significam que este «dinheiro» já não está na economia.
Mais dinheiro tem de ser emprestado para manter a economia a funcionar. Se as pessoas não pedirem empréstimos ou os bancos não emprestarem, haverá falta de dinheiro em circulação, que resultará numa redução nas compras e nas vendas – recessão, queda geral de preços ou colapso total dependendo de quanto rigorosa for a escassez de dinheiro.
O aumento dos empréstimos bancários ao longo dos anos é uma prova adicional de que os bancos criam «dinheiro» a partir do nada - £1,2 biliões em 1948, £14 biliões em 1963 e £680 biliões em 1997.
A quantidade, hoje, de notas e moedas tendo em conta a inflação, tem um poder de compra comparável à quantidade que existia em 1948 (£1,1 biliões) mas desde então, houve um aumento dez vezes maior em dinheiro criado pelo crédito bancário.
Isto permitiu à economia expandir-se enormemente, e em consequência, o nível de vida das pessoas aumentou substancialmente… mas isto foi feito com dinheiro emprestado. O que é crédito para o banco é débito para todos nós.
Os bancos estão a ter uma parte cada vez maior nas nossas terras, casas e outros bens através do endividamento dos indivíduos, industrias, agricultura, serviços e governo – até ao ponto em que a Grã Bretanha e o mundo são efectivamente propriedade deles.
"Se quiserem ser escravos dos bancos e pagarem o custo da vossa escravidão, então deixem os bancos criar dinheiro..." - Josiah Stamp, Governador do Banco de Inglaterra – 1920.
("If you want to be the slaves of banks and pay the cost of your own slavery, then let the banks create money…" )
MONEY & BANKS - Posted By Striderus
Eis como a coisa se processa:
Consideremos um banco hipotético. Este banco tem dez depositantes que acabaram de depositar £500 cada um.
O banco deve-lhes £5,000 e tem £5,000 para liquidar o que deve (o banco guarda as £5,000 numa conta no Banco de Inglaterra – o que está na conta chama-se activos disponíveis).
John, um empresário, vem ao banco pedir um empréstimo de £5,000 para montar a sua empresa.
O empréstimo é concedido com base no reembolso em doze prestações mensais mais 10% de juro.
Uma conta nova no banco é aberta em nome de John. Está vazia, mas o banco permite a John levantar e gastar £5,000.
Os depositantes não são consultados acerca do empréstimo. Não lhes é dito que o dinheiro que eles depositaram já não está disponível – os montantes das suas contas não são reduzidas e transferidos para a conta de John.
Ao conceder este empréstimo, o banco aumentou as suas obrigações para £10,000. John tem direito a £5,000 e os depositantes ainda podem exigir os seus £5,000.
Se o banco tem agora obrigações no valor de £10,000, então como tem apenas £5,000 dos depósitos não está insolvente? De forma nenhuma:
O banco trata o empréstimo ao John como um activo, não como um passivo, no pressuposto de que John agora deve £5,000 ao banco.
A folha de balanço do banco mostra agora que o banco deve £5,000 aos seus depositantes, e que é credor de £5,000 de John. O banco criou para si próprio um novo activo de £5,000 sob a forma de uma dívida de John onde antes não existia nada. O banco está ainda solvente pelo menos em termos contabilísticos.
Nesta fase o banco está a apostar na hipótese de que à medida que John for gastando o dinheiro do seu empréstimo, os depositantes não vão levantar o dinheiro dos seus depósitos.
O banco teve as mãos completamente livres na criação deste empréstimo de £5,000 que, como veremos, representa «dinheiro» novo, onde nada existia antes. Foi feito com um golpe de caneta ou de umas teclas de computador.
A ideia de que os bancos criam dinheiro do nada e cobram juros para lucros privados pode parecer bastante repelente. Quem quer que fizesse isso seria acusado de fraude ou de falsificação.
Dinheiro novo na economia:
O empréstimo de John torna-se efectivamente «dinheiro» novo à medida que ele o vai gastando na sua empresa a pagar equipamentos, renda, salários, etc.
Este «dinheiro» novo é desta forma distribuído por outras pessoas, que o vão usar para pagar bens e serviços – e em breve estará a circular em toda a economia.
À medida que este dinheiro novo circula, irá parar inevitavelmente nas contas bancárias de outras pessoas.
Quando é depositado na conta de outra pessoa, constitui mais um depósito – John paga à sua secretária £100 e ela abre uma conta no nosso banco hipotético – o banco fica agora com £5,100 em depósitos.
Se considerássemos que os restantes £4,900 iriam ser depositados em contas do nosso banco hipotético, este ficaria então com £10,000 em depósitos sem ter tocado nos seus depósitos originais (£5,000). Na prática, muito desse novo dinheiro irá ser depositado em contas noutros bancos, mas de qualquer forma existem agora £5,000 de dinheiro novo em circulação.
Desta forma, todos os depósitos nos bancos são feitos a partir de dinheiro criado por empréstimos (excepto quando os depósitos são feitos em dinheiro-notas-moedas - cash)
Se você tiver £500 na sua conta no banco, o que acontece é que alguém como o John está em débito.
A chave para tudo isto é o facto de:
1 – Levantamentos em dinheiro constituem apenas uma minúscula percentagem do negócio bancário.
2 – Hoje em dia, os clientes dos bancos fazem quase todos os seus pagamentos entre si por cheque, débito directo ou transferência electrónica. As contas bancárias individuais são ajustadas alterando apenas alguns números em bases de dados em computadores – tal como as entradas contabilísticas. Nenhum dinheiro (notas-moedas – cash) muda de mãos. É tudo basicamente um processo contabilístico que acontece dentro do sistema bancário.
A função do dinheiro-notas-moedas – cash
O Estado é responsável pela produção de dinheiro sob a forma de notas e moedas.
Estas são então emitidas pelo Banco de Inglaterra para os principais bancos comerciais – os bancos compram-nas pelo seu valor nominal ao Governo para fazer face às necessidades dos seus clientes por dinheiro-notas-moedas – cash.
Os bancos têm de pagar por este dinheiro-cash e fazem-no com aquilo que têm nas suas contas no Banco de Inglaterra – os seus activos líquidos. As suas contas são consequentemente debitadas.
O Estado (através das Finanças) também mantém uma conta no Banco de Inglaterra que é creditada pelo valor nominal das notas e moedas à medida que estas são pagas aos bancos. (É agora dinheiro no fundo público disponível para gastar em serviços públicos etc.)
É desta forma que todos os bancos adquirem os seus stocks de notas e moedas, mas o dinheiro-cash que um banco pode comprar está limitado pela quantia que esse banco dispõe na sua conta no Banco de Inglaterra – os seus activos líquidos.
À medida que este dinheiro-cash é levantado pelos clientes do banco, esse dinheiro entra em circulação na economia.
Ao contrário dos empréstimos criados pelos bancos, o dinheiro-cash não tem juros e circula indefinidamente.
Pagamentos não feitos em cash – entradas contabilísticas
Com tão pouco cash sendo levantado, e sabendo por experiência que grandes quantias em depósitos permanecem intocadas pelos seus depositantes por grandes períodos de tempo, os bancos esperam que os seus activos líquidos sejam suficientes para lhes permitir comprar o cash necessário para fazer face aos relativamente pequenas quantias em cash que são normalmente levantadas.
Um banco tem sérios problemas se aumentarem os levantamentos em cash pelos depositantes, e se alguns dos que pediram um empréstimo quiserem levantar parte desse dinheiro em cash, excederem o que os banco tem na sua conta no Banco de Inglaterra.
Na prática o banco tentaria provavelmente pedir um empréstimo ao Banco de Inglaterra ou a outro banco para satisfazer os seus pedidos. Se isso falhar terá de cancelar alguns dos empréstimos e ficar com os bens daqueles que pediram emprestado e não podem pagar.
Exigências dos depositantes aos bancos
Assim que uma pessoa tenha feito um depósito num banco (em cash ou por cheque), essa pessoa pode exigir ao banco o valor que tem na sua conta. É um credor não-garantido. O seu extracto bancário é um registo de quanto é que o seu banco lhe deve. O banco pagar-lhe-á o que lhe deve e permite-lhe receber em cash, desde que tenha cash suficiente para isso.
Se os clientes do banco tentarem levantar demasiado cash, será uma corrida ao banco, o qual em breve recusará mais levantamentos. Só será servido quem chegar primeiro.
Se quiser fazer um pagamento por cheque, isto representa um problema muito menor – está apenas a transferir parte da sua exigência ao banco para outra pessoa – a pessoa a quem o cheque é pagável – apenas uma entrada contabilística.
Se a pessoa a quem passou o cheque tem uma conta no seu banco, o depósito permanece no banco – no fim o banco está exactamente na mesma posição em que estava antes.
Eu passo-lhe um cheque de £50 – temos ambos contas no Barclays – o que o Barclays me deve é reduzido em £50, o que o Barclays lhe deve é aumentado em £50 – ou seja, o total de depósitos permanece o mesmo.
Exigências de um banco a outro banco
Mas se você tiver uma conta no Lloyds, os depósitos no Barclays reduzem-se em £50, enquanto os depósitos no Lloyds aumentam £50.
Milhões de transacções deste tipo têm lugar todos os dias entre clientes dos vários bancos, usando cartões, débitos directos, transferências electrónicas ou cheques – os depósitos estão constantemente a mudar entre bancos.
Todos este cheques e transferências electrónicas passam por uma câmara de compensação.
Donde, um banco tem exigências de duas fontes (que ele acerta com os seus activos líquidos) – os seus clientes que querem cash e os outros bancos quando há uma dívida na câmara de compensação para liquidar.
Tirando o caso em que todos os bancos teriam de fazer face a grandes pedidos de cash ao mesmo tempo, o sistema bancário está seguro. Um banco só estará vulnerável se um grande número de depositantes por alguma razão levantar os seus depósitos em cash ou transferir os seus depósitos para outros bancos.
Vemos agora como hoje todo o sistema bancário é basicamente um exercício contabilístico onde milhões de exigências passam entre os bancos, os que pedem emprestado e os depositantes todos os dias com uma minúscula fracção de cash a mudar de mãos – suportada por reservas mínimas de activos líquidos.
O sistema é conhecido por Reservas Bancárias Fraccionárias (Fractional Reserve Banking - reservas mínimas ou obrigatórias) e os bancos são algumas vezes precisamente referidos como comerciantes de dívidas.
As contas do Barclays de 1999 ilustram esta situação bastante bem – fez empréstimos no valor de £217 biliões e possuía £191 biliões dos seus depositantes – suportados por apenas £2,2 biliões em activos líquidos.
O nível de empréstimos de um banco é orientado pela quantidade de cash que possui ou que pode comprar – os seus activos líquidos – mais do que a quantidade dos depósitos dos seus clientes.
Mas, se um banco puder atrair os depósitos de clientes de outros bancos, vai acrescentar aos seus activos líquidos, porque então o saldo da câmara de compensação com os outros bancos será a seu favor – logo, existe uma concorrência tremenda entre os bancos para atrair depósitos.
Juros… Grandes lucros para o banco:
Voltemos ao Sr. John – ele tem de pagar ao banco 10% de juro pelo empréstimo de £500. O pagamento destes juros é dinheiro que vem para o banco, são lucros e são depositados na conta do banco no Banco de Inglaterra – activos líquidos adicionais para o banco.
O banco tem agora mais £500 para fazer face aos levantamentos dos seus clientes. Se John pagar também o empréstimo original, o banco terá um acréscimo de £5.500.
O nosso banco criou para si, a partir do nada, um activo de £5,000 na forma de um empréstimo ao Sr. John. Este já não deve nada, mas ao pagar o empréstimo com juros, John transformou uma mera dívida em £5,500 em activos líquidos para o banco – um lucro limpo para o banco e a base a partir da qual mais empréstimos podem ser feitos.
Os Bancos hoje arriscam fazer empréstimos 100 vezes maiores do que os seus activos líquidos, como mostra a contabilidade do Banco Barkley.
Portanto, o nosso Banco fará em breve muito mais empréstimos. Dessa forma, os depósitos aumentam e portanto aumentam também os pagamentos dos juros e os lucros.
Com mais empréstimos e mais depósitos, haverá mais levantamentos de cash – mas o aumento dos lucros (fruto dos juros) significa que o banco pode comprar mais cash. (Foi assim que a soma de cash em circulação subiu até atingir £25 biliões em 1997.)
É um mito pensar que quando se pede emprestado dinheiro a um banco, se está a pedir emprestado dinheiro que outras pessoas depositaram – não está – está-se a pedir emprestado o dinheiro do banco que é criado nesse momento e tornado disponível sob a forma de um empréstimo.
Mais dívida para todos nós:
Os pagamentos dos juros efectuados pelo Sr. John bem como os pagamentos das prestações do empréstimo ao banco significam que este «dinheiro» já não está na economia.
Mais dinheiro tem de ser emprestado para manter a economia a funcionar. Se as pessoas não pedirem empréstimos ou os bancos não emprestarem, haverá falta de dinheiro em circulação, que resultará numa redução nas compras e nas vendas – recessão, queda geral de preços ou colapso total dependendo de quanto rigorosa for a escassez de dinheiro.
O aumento dos empréstimos bancários ao longo dos anos é uma prova adicional de que os bancos criam «dinheiro» a partir do nada - £1,2 biliões em 1948, £14 biliões em 1963 e £680 biliões em 1997.
A quantidade, hoje, de notas e moedas tendo em conta a inflação, tem um poder de compra comparável à quantidade que existia em 1948 (£1,1 biliões) mas desde então, houve um aumento dez vezes maior em dinheiro criado pelo crédito bancário.
Isto permitiu à economia expandir-se enormemente, e em consequência, o nível de vida das pessoas aumentou substancialmente… mas isto foi feito com dinheiro emprestado. O que é crédito para o banco é débito para todos nós.
Os bancos estão a ter uma parte cada vez maior nas nossas terras, casas e outros bens através do endividamento dos indivíduos, industrias, agricultura, serviços e governo – até ao ponto em que a Grã Bretanha e o mundo são efectivamente propriedade deles.
"Se quiserem ser escravos dos bancos e pagarem o custo da vossa escravidão, então deixem os bancos criar dinheiro..." - Josiah Stamp, Governador do Banco de Inglaterra – 1920.
("If you want to be the slaves of banks and pay the cost of your own slavery, then let the banks create money…" )
13 comentários:
Julgo que é possível pôr os bancos a colaborarem mais para a economia do país, sobretudo aumentando os impostos que pagam, excessivamente baixos para tais lucros, e muito inferiores ao que nós pagamos.
Se por exemplo se conseguisse acabar (ou tornar irrelevante) o sistema de crédito usurário, teriamos dado uma valente contribuição para diminuir os problemas ecológicos de uma civilização desmesuradamente tecnológica (construida à revelia de qualquer escolha democrática, onde à esquerda e à direita todos concordam com ela, e aqui é que reside o busilis da questão) - supunhamos que só podiam circular os carros que fossem pagos a pronto?
o tráfego privado dos carros movidos a letras de crédito seria irrelevante, o petróleo perderia a importância estratégica que tem no Ocidente, o CO2 deixaria de poluir, etc - cá por mim vou nessa: na decroissance, na Idade Solar e na era da Bicicleta
Falta só convencer o Bush, o seu reflexo democrata e sus muchachos do Complexo Politico-Militar. Coisa pouca.
«Se por exemplo se conseguisse acabar (ou tornar irrelevante) o sistema de crédito usurário»
Xatoo,
Para isso basta acabar com o juro. O banco, ao emprestar, cobraria apenas uma taxa para cobrir os custos de manutenção, o lucro, a inflação e mais nada.
Exemplo:
Inflação média anual = 2%
Empréstimo para a compra de um carro: 25,000 Euros pagável em prestações mensais durante 5 anos (60 meses).
Valor da prestação mensal: 25,000 / 60 = 416 euros mensais.
Taxa de manutenção da conta: 5 euros por mês
Taxa da inflação mensal: 0,17% = 416 x 0,17% = 0,7 euros
Total da prestação mensal = 416 + 5 + 0,7 = 421,7 euros.
E isto, porque os bancos, actualmente, cobram juros de dinheiro que criam a partir do nada. Assim, acabava-se a festa. Tinham direito à remuneração do seu serviço e mais nada. Como toda a gente honesta.
Um forte abraço com os votos de Boas Festas.
Augusto
Os banqueiros são uns parasitas. Os advogados mentem mas os banqueiros mentem e roubam o nosso dinheiro. Roubam o nosso dinheiro de toda a forma que puderem. Têm taxas para isto e mais taxas para aquilo. Estabelecem todas as regras a seu favor e depois mentem-nos e dizem-nos que estão preocupados connosco. Dizem: "existimos para o servir, para que possa pôr o seu dinheiro num lugar seguro". Mentira, os banqueiros usam o nosso dinheiro para emprestar a outras pessoas a quem cobram juros que metem ao bolso.
Já repararam que o juro dos depósitos é minúsculo comparado com o que os bancos cobram pelos empréstimos? Já pensaram que os bancos não reduziram taxa nenhuma e agora fazem o trabalho todo automaticamente?
Bom Natal a todas as pessoas de bem!
Eu tenho sempre uma visão da humanidade em geral, com exclusão de considerar que este ou aquele grupo de pessoas tem um comportamento que é diferente do que outros teriam no seu lugar.
Os bancos estão manifestamente a ter grandes lucros e não estão a contribuir adequadamente para o crescimento da economia, pois investem muito dinheiro em actividades especulativas, muito em actividades usuárias, como os juros dos cartões de crédito e créditos ao consumo, e muito pouco em actividades geradoras de riqueza.
Isso significa que as regras do sistema precisam de ser ajustadas.
O mesmo pode acontecer em qualquer área - se a PT ainda tivesse o monopólio das comunicações, eu não estaria aqui porque o custo da internet seria proibitivo.
Todas as actividades humanas prcuram maximizar os seus beneficios - dos banqueiros aos empregados. A sua acção predadora é tanto maior qt maior o seu poder. O jogo consiste em estar sempre a cortar nos poderes.
Numa época em que o poder das empresas cresce globalmente, também o poder político tem de crescer ou deixa de ser capaz de minimamente controlar a capacidade predadora das grandes empresas, nomeadamente os grandes bancos ou os seus lobbies. Mas somos todos simultaneamente presas e predadores, essa condição não é discutível não criticável, a questão está apenas na foram de manter o controlo sobre a predação.
Isto porque, como já mostrei no meu blogue, os ciclos presa-predador são catastroficos. a natureza introduziu mecanismos de autolimitação nos predadores; na sociedade humana, essa limitação deve supostamente ser exercida pelos estados.. mas está-se a ver que isso vai falhar e acabaremso por ter uma catástrofe.
Ao Diogo
O meu amigo tenha cuidado ao propor a abolição dos juros, olhe que dois presidentes norte americanos foram "desta para melhor" por proporem medidas como essas.
Mas já agora se não se importa acrescentava mais um pormenor a sua história e que tem a ver com o emprestimo feito pelo banco ao nosso amigo John e a outros John's, o que acontece depois é que o banco junta esses créditos em pacotes que são valorizados pelas empresas de "Rating" como a Moody´s e outras e depois lançados nos mercados para que as dividas voltem de novo para o publico, engenhoso, ou não?
Mas não é só o publico que compra estes activos, Fundos de pensões, Bancos e até Universidades investem nesta area.
O negocio corre as mil maravilhas quando os John's pagam as prestações a tempo, mas quando estes estão cheios de creditos e já não conseguem cumprir, ai sim começam a soar as campainhas de alarme, as tais empresas como a Moody´s começam a baixar o Rating dos activos e de cada vez que faz isso as perdas para quem os possue são enormes,bancos incluidos, mas nada disto é problema.
Quando os bancos privados estão em dificuldades ai estão os bancos centrais a assumirem os prejuizos emprestando centenas de biliões aos bancos privados, mas os bancos centrais não são parvos, não senhor, eles quando fazem estes emprestimos querem garantias... porque isto não é uma republica das bananas... com muita pena os privados lá tem que dar como garantia os tais fundos, muitos deles incobráveis.
Uma vergonha.
Falta dizer que quando o BCE por exemplo faz uma injecção de dinheiro no mercado, esse dinheiro é de todos nós europeus, acho eu.
O BCE emprestou quase um Trilião de € aos bancos privados desde Agosto deste ano até agora para combater a falta de solvencia dos bancos privados devido a todo este embróglio.
Tudo isto me faz muita impressão quando começo a pensar que se cortam beneficios a funcionários, que se alguem pede aumento de reformas ou melhores serviços de saude ou melhores escolas, cai o carmo e a trindade,... que não pode ser porque o defice aumenta e mais não sei quê, e onde é que se vai buscar o dinheiro...?
Mas a resposta é facil,... ao BCE, ou o nosso banco central quando se trata dos bancos privados não tem problemas de dinheiro e quando se trata de beneficios sociais para a população qualquer coisa é um obstaculo.
Uma pergunta que eu gostava de ver respondida é o que é que todo este negocio dos bancos tem de a ver com economia, ou com mercado, não lhe cheira mais a ideologia companheiro?
Umas boas festas para todos.
Zéi
Quem faz os bancos são as pessoas..
Se pensarem bem,, quem precisa de bancos para viver?
Os bancos são a traição, a ilusão, a roubalheira maior.
Tudo está inter-ligado, Tios donos dos bancos, tios que dão empregos às bestas e lhe pagam o míseros ordenados através dos bancos, empréstimos, hipotecas através dos bancos,, etc etc,,
Ladrões os bancos!
E sabes que mais?
Vivo sem eles ahahah
Não devo ser a unica pessoa que passa sem os bancos, mas Sou muito mais feliz sem eles.Nem um tostão meu lá está, quero lá saber de cartões fáceis , até aí te roubam descaradamente!
FELIZ NATAL QUERIDO DIGO
ESTEJAS BEM SEMPRE
BEIJOS E MAIS BEIJOS
DIOGO*
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