Ontem às 20.37h foi encontrado morto num vão de escada da Avenida Almirante Reis em Lisboa, Felismino Baptista.
Felismino tinha 84 anos e era natural de Armamar de onde veio há quarenta anos para trabalhar na construção civil na zona da grande Lisboa. Participou na construção de vários bairros sociais e de algumas escolas públicas. Morou inicialmente numa barraca no Casal Ventoso, que compartilhava com mais quinze pessoas. Não sabia ler nem escrever. Uns anos após a sua chegada à capital entregou-se à bebida, deixou de trabalhar nas obras e tornou-se um sem-abrigo. Os últimos vinte anos passou-os na Almirante Reis, onde era muito estimado pelos outros sem-abrigo.
O Presidente da República prepara uma comunicação ao país onde irá manifestar o seu pesar e em que anunciará, em sintonia com o Governo, a implementação de um sistema de distribuição de sopas pelos pobres da Almirante Reis até ao fim do mês de Abril, em homenagem a Felismino Baptista, interpretando assim o profundo sentimento de dor que invade neste momento todo o povo português pelo falecimento de mais este sem-abrigo.
Morreu também ontem em Itália mais um imigrado polaco. Era conhecido por “Carolino” e ao que consta trabalhou durante mais de vinte anos como relações públicas da Santa Sé. Sofria de perturbações mentais.
O nosso pesar à família enlutada, em particular ao filho e netos.
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