sexta-feira, julho 28, 2006

A descontextualização do terrorismo de estado israelita



Vasco Graça Moura - As esquerdas anti-semitas

Diário de Notícias - 26 de Julho de 2006

É verdade que, da parte de Israel, há excessos condenáveis nessa repressão. Mas os pós-soviéticos descontextualizam tudo. Não perdoam a Israel que seja um Estado de Direito e lute firmemente pela sobrevivência. Escamoteiam sempre os termos periclitantes dessa sobrevivência. Omitem que, desde há décadas, se deve ao mundo árabe uma tremenda sucessão de ataques, tanto militares como terroristas, com vista à aniquilação de Israel, e que os radicais islâmicos e palestinianos nunca aceitarão a existência do estado judeu.

Nunca lhes fizeram mossa as actividades do Hamas e do Hezbollah, nem o não desarmamento deste no Líbano (contrariando a decisão da ONU), nem a colaboração da Síria e do Irão no sustento logístico e na operacionalidade da organização.

Não se preocupam com o facto de o Hezbollah não bombardear unidades militares, mas sim as populações. Aí, calam-se circunspectamente.


Na foto um terrorista libanês do Hezbollah, ainda jovem, morto em sequência dos bombardeamentos descontextualizados levados a cabo pelo Estado de Direito de Israel:











O Conselho de Segurança das Nações Unidas declarou-se, entretanto, «profundamente chocado e perturbado» com os «disparos» israelitas contra um posto da ONU no sul do Líbano que mataram quatro observadores, sem todavia condenar a acção israelita.

O Conselho exprime a sua «profunda preocupação perante as vítimas civis libanesas e israelitas e o seu sofrimento, a destruição de infra-estruturas civis e o número crescente de pessoas deslocadas», conclui a declaração.

Depois de intensas negociações, os 15 membros do Conselho decidiram adoptar uma declaração presidencial (não vinculativa, ao contrário da resolução), que teve de ser suavizada para obter o consenso dos Estados Unidos, que se recusaram a condenar Israel por um ataque que muitos consideram deliberado.

quarta-feira, julho 26, 2006

Noruega: 11. September – en innsidejobb?

Em Voltairenet - 25/7/2006

A edição norueguesa do Monde Diplomatique publicou no seu número de Julho de 2006 um excelente dossier sobre os atentados de 11 de Setembro concluindo que estes foram fruto de uma conspiração interna dos Estados Unidos. O assunto gerou grande controvérsia de tal forma que, uns após outros, os grandes jornais e televisões da Noruega publicaram as suas próprias investigações, seja tomando uma atitude céptica, seja chegando às mesmas conclusões do Monde Diplomatique.

Um artigo traduzido para inglês do jornal norueguês Aftenposten «9/11 Theories flourish» - Teorias sobre o 11 de Setembro crescem, e um outro do jornal Dagbladet «The Third Tower» - A Terceira Torre (a torre nº 7 do World Trade Center que colapsou sem sofrer o embate de nenhum avião).


Comentário:

Em Portugal, através das RTP's e das SIC's, continuam-nos a fazer ingurgitar diariamente toda a merda proveniente do Pentágono, sob a forma dos comentários eruditos dos Vitorinos, dos Rogeiros e dos Loureiros dos Santos.

segunda-feira, julho 24, 2006

True Lies – As mentiras que levaram à invasão do Iraque.

Observem a curiosa evolução do discurso da Administração Bush sobre Saddam Hussein antes e depois do 11 de Setembro de 2001. (Gentileza de Michael Moore - Fahrenheit 9/11)


Fevereiro de 2001:

Colin Powell: Ele [Saddam] não desenvolveu uma capacidade significativa no que respeita a armas de destruição maciça! Ele é incapaz de projectar um poder convencional contra os vizinhos.


Julho 2001:

Condoleezza Rice: Conseguimos impedi-lo [Saddam] de arranjar armas. O exército dele não foi reconstruído.

Vídeo (1:55m)

sábado, julho 22, 2006

No Expresso - José Cutileiro acusa os EUA de inépcia e perda de influência no Médio Oriente


José Cutileiro, na edição de 22/7/2006, acusa a Administração Bush de "alheamento" em relação ao actual conflito de Israel com o Líbano:

«Grande responsável desta crise é a Administração Bush. Desde que chegou ao poder, em vez de, sem abandonar Israel, ajudar as duas partes a procurarem entender-se como tinha sido prática americana, deu rédea solta a Israel e afastou-se. A sua inépcia fê-la perder influência na região e ficar com uma crise nas mãos cuja dimensão não antecipara.»


Tem alguma razão José Cutileiro. Se há coisa que a generalidade das pessoas reconhece é a atitude de total desprendimento da Administração Bush em relação ao Médio Oriente, traduzida em pouco mais do que nas invasões do Afeganistão e do Iraque.

Opinião ligeiramente diferente tem, contudo, Michel Chossudovsky:

Bombardeamentos israelitas podem levar à escalada da guerra no Médio Oriente

A seguir aos bombardeamentos de Beirute por Israel há o perigo de que a guerra patrocinada pelos EUA no Médio Oriente, que actualmente se caracteriza por três teatros de guerra distintos (Afeganistão, Palestina e Iraque), venha a aumentar e a estender-se a toda a região Médio Oriente - Ásia Central.

Os bombardeamentos do Líbano fazem parte de uma agenda militar cuidadosamente planeada. Eles não são actos espontâneos de represália da parte de Israel. São actos de provocação.

Os ataques podem na verdade ser utilizados como pretexto para levar a cabo uma operação militar muito mais vasta. Com toda a probabilidade, os bombardeamentos foram efectuados com a aprovação de Washington.

O «timing» destes bombardeamentos coincide com o litígio com o Irão quanto ao alegado programa de armas nucleares e devem ser encarados e analisados sob o ponto de vista dos interesses geopolíticos e estratégicos americanos - israelitas em toda a região.

Israel está destinado a desempenhar um papel directo na operação militar patrocinada pelos EUA contra o Irão, a qual também foi objecto de consultas na reunião do G8 em São Petersburgo, que ocorreu nos dias 15 a 17 de Julho.

Desde o fim de 2004 Israel tem estado a acumular sistemas de armas fabricadas nos EUA na previsão de um ataque ao Irão. Esta acumulação, que é financiada pela ajuda militar americana, foi em grande parte concluída em Junho de 2005. Israel recebeu dos EUA vários milhares de "armas inteligentes lançadas do ar" incluindo cerca de 500 bombas 'bunker-buster', as quais também podem ser usadas para lançar bombas nucleares tácticas. As armas nucleares tácticas americanas tem sido instaladas pelos EUA e vários dos seus aliados e podem ser utilizadas contra o Irão. Os mísseis termonucleares de Israel estão apontados a Teerão.

quinta-feira, julho 20, 2006

Mega-atentado no Ocidente e ataque ao Irão ou vice-versa?


Daniel Ellsberg é um ex-analista militar empregado na RAND Corporation que desencadeou uma tempestade nacional em 1971, quando entregou ao New York Times documentos secretos do governo americano pormenorizando alegados embustes levados a cabo por oficiais do governo respeitantes à actividade militar americana na guerra do Vietname. A publicação acordou a população americana para um programa sistemático de embustes executado pelo Pentágono contra a população americana para prolongar a guerra do Vietname.

Daniel Ellsberg, falando na rádio GNC, expressou as suas preocupações de que elementos criminosos do governo americano eram psicologicamente capazes de ter perpetrado o 11 de Setembro. Avisou que dentro de alguns dias, depois de um ataque militar ao Irão, os esbirros de Bush irão encenar um qualquer tipo de ataque terrorista no Ocidente a fim de legitimar a nova guerra.

Ellsberg continuou afirmando que outro grande ataque apadrinhado pelo estado será seguido por um cenário de lei marcial que pode incluir campos de detenção para dissidentes americanos.

Ellsberg afirmou que trabalhou com indivíduos dos mais elevados escalões do governo que encenaram provocações de guerra várias vezes para estimular um sentimento pró-guerra nos Estados Unidos. Daniel Ellsberg junta-se agora à lista das centenas de proeminentes engenheiros, físicos, economistas, oficiais militares, pilotos, analistas de informações e ministros que têm vindo a expor a fraude do 11 de Setembro.


As palavras de Ellsberg vêm lembrar uma entrevista do general Tommy Franks, o último comandante do CentCom, e coordenador dos ataques ao Afeganistão e Iraque, concedida à revista Cigar Aficionado em Novembro de 2003. Nela o general afirmou que “se a América voltar a sofrer um mega-atentado terrorista, as pessoas colocarão em causa a Constituição e proceder-se-á à militarização do país como meio de prevenir uma outra matança em grande escala”.

"It means the potential of a weapon of mass destruction and a terrorist, massive casualty-producing event somewhere in the western world—it may be in the United States of America—that causes our population to question our own Constitution and to begin to militarize our country in order to avoid a repeat of another mass-casualty-producing event. "

terça-feira, julho 18, 2006

António Vitorino, o alegado nº 3476 na hierarquia da Al-Qaeda, falou na televisão

António Vitorino no «Notas soltas» na RTP1 com Judite de Sousa – 10/7/2006.

Vitorino: Eu acho que se progrediu em dois aspectos muito importantes. O primeiro é a legislação sobre os registos dos dados de comunicações telefónicas e de internet - emails. Houve uma resolução europeia que foi adoptada e que vai agora ser aplicada com os Estados Unidos.

Judite: Estamos todos muito mais vigiados e menos livres, não é?

Vitorino: Se nós não fizermos nada de mal, a nossa liberdade não é verdadeiramente atacada. (...) Hoje o sistema de recrutamento de terroristas é feito sobretudo através da internet. O sistema de doutrinação, de radicalização das minorias violentas das comunidades islâmicas é feito através da internet. (...) A questão do controlo dessas comunicações é fundamental para poder fazer o tracejamento, seguir a pista das redes que operam.


Sabendo-se que os atentados de 7 de Julho em Londres se trataram de um «inside job», levado a cabo pelos serviços secretos britânicos, com o objectivo de instaurar um estado policial no Reino Unido, a questão que se deve colocar é: como foi recrutado Vitorino para a [verdadeira] Al-Qaeda? Com a promessa de 70 virgens no paraíso ou com uma avença depositada num qualquer paraíso [fiscal]?


Vídeo (3:41m)

segunda-feira, julho 17, 2006

Bush: «O que eles precisam de conseguir é que a Síria faça com que o Hezbollah pare de fazer merda, e tudo acaba»

Como Bush e Blair, à margem da cimeira do G-8, fazem passar ao mundo os seus bons propósitos [relativamente à crise do Médio Oriente} «sem imaginar» que o microfone que tinham à frente estava ligado. No entanto, as más línguas afirmam que Bush pretende bombardear o Irão com mini-nukes (bombas nucleares com 5 vezes a potência de Hiroxima).

Quem estará a dizer a verdade? Bush e Blair em "pseudo-off" ou as más línguas em "pseudo-on"? Pessoalmente, aposto nas mini-nukes! E depois nas maxi-nukes, quando a Rússia e a China entrarem ao barulho. A Nova Ordem Mundial arrisca-se a ser administrada por insectos.


Vídeo (1:47m):

sábado, julho 15, 2006

Putin elogia "violentamente" Bush na cimeira do G8

O presidente norte-americano George W. Bush, que desembarcou na Rússia nesta sexta-feira para as reuniões do G8 durante este fim de semana, criticou a administração do presidente Vladimir Putin por reprimir liberdades individuais e de imprensa e alertou que "é necessário lembrar à Rússia continuamente que as boas relações com o Ocidente dependem da partilha de valores democráticos comuns."

Na conferência de imprensa conjunta, Putin demarcou-se das posições do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e elogiou "com exuberância" George W. Bush.

(O meu russo, embora algo enferrujado, permitiu-me uma tradução razoável das palavras do presidente Vladimir Putin)


Vídeo (1:51)


sexta-feira, julho 14, 2006

Nenhum soldado israelita pode ficar para trás - o veneno de Helena Matos na RTPN.

Quanto aos milhares de palestinianos presos sem culpa formada, no problem!

Helena Matos, escriba do Público, diz de sua justiça na televisão: a Palestina e o Líbano estão infiltrados pelos terroristas do Hamas e do Hezbollah. A Lenita lembra apenas determinado terrorismo. Esquece-se, muito convenientemente, dos outros, inclusive do terrorismo pseudo-árabe.


Vídeo (7:53m)

quinta-feira, julho 13, 2006

A escalada de violência de Israel prepara o ataque dos EUA ao Irão?

16.03.2006 – PUBLICO

Um documento da Casa Branca revelado a 16 de Março de 2006 pelo jornal "Washington Post" garante que os Estados Unidos estão preparados para lançar "ataques preventivos contra terroristas ou Estados" que ameacem a sua segurança nacional, apesar dos esforços de guerra no Iraque. De acordo com o mesmo documento, o Irão é actualmente o principal desafio.

"Não excluímos o uso da força, mesmo não tendo certezas sobre a data e o local do possível ataque do inimigo", refere o documento de estratégia para a segurança nacional da Casa Branca.

"O Irão poderá representar o maior desafio", lê-se também no texto.

O relatório, de 49 páginas, lembra também os casos da Coreia do Norte, da Rússia e da China e apela a Pequim para que "actue de forma responsável" e "faça as opções estratégicas certas para o seu povo".


Senador John McCain - Penso que poderemos ter um Armagedão

O senador John McCain afirmou a 2 de Abril de 2006 que as consequências de um conflito militar com o Irão por causa do seu programa nuclear podem ser tão sérias que podem conduzir a um Armagedão (fim do mundo).

O republicano do Arizona emitiu o seu terrível aviso depois de dizer que antes de qualquer opção militar contra o Irão, a comunidade mundial deve fazer a máxima pressão sobre Teerão através de sanções.

"Nós vamos para o Conselho de Segurança das Nações Unidas com os nossos aliados Europeus", disse no programa «Meet the Press» da NBC. "Estamos à procura de sanções...Temos de ter sanções contra o Irão".

McCain afirmou que se as sanções falharem, os Estados Unidos terão de se preparar para fazer uso da força militar.

"A opção militar será difícil?" perguntou retoricamente. "Claro, será uma opção difícil. Mas não a podemos descartar"

Questionado por Tim Russert, o apresentador do programa «Meet the Press», se os Estados Unidos podiam estar envolvidos em duas guerras em simultâneo, McCain teve uma resposta directa:

"Penso que poderemos ter um Armagedão (fim do mundo)".


E no Correio da Manhã a 3 de Abril de 2006

Londres - Blair planeia operação militar contra o Irão - Ataque inevitável

O governo britânico vai debater hoje secretamente com as chefias militares a possibilidade de ataques aéreos contra o Irão. A reunião, que alegadamente contará com a presença do primeiro-ministro Tony Blair, foi negada pelo Ministério da Defesa, mas um alto responsável citado pelo jornal ‘Sunday Telegraph’ garante que os ataques são considerados "inevitáveis".

Os EUA esperam que a operação seja multinacional, mas as chefias militares britânicas pensam que o presidente Bush está disposto a seguir em frente sozinho ou com o apoio de Israel.



Comentário:

A escalada de violência levada a cabo por Israel contra o Líbano e a Palestina acontece no preciso momento em que os Estados Unidos planeiam atacar o Irão. Os EUA também fizeram avisos à Rússia e à China. Tudo se vai jogar no Irão. Quantos vão morrer é um pormenor de somenos para os assassinos que governam do outro lado do Atlântico.

quarta-feira, julho 12, 2006

Jornal Expresso – a desinformação a que temos direito

Henrique Monteiro, no editorial do Expresso de 8/7/2006, brinda-nos com a seguinte prosa acerca do extremista Freitas do Amaral:

O PESO DO PASSADO

"Com a nomeação de Luís Amado, um homem mais frio, desapaixonado e, sobretudo, sem o peso do passado controverso de Freitas do Amaral, o Governo talvez ganhe em homogeneidade e ausência de «casos»"

"Um político pode ter tudo isto [formação e competência técnica, experiência e conhecimento da vida e do mundo] em abundância e não ser a pessoa indicada para determinada função e em determinadas circunstâncias. Há mesmo casos em que o currículo atrapalha, não por ser insuficiente mas por ser rico de mais."

"Em parte, era este o caso de Diogo Freitas do Amaral. Fundador do regime e figura de primeira linha durante e após a revolução, segundo na hierarquia dos primeiros governos da direita em Portugal e quase Presidente da República na disputa com Mário Soares, Freitas sempre foi visto, à direita e à esquerda, como um «corpo estranho» a erradicar do Governo de Sócrates. Por força do seu percurso político pouco usual, visto que começou como líder da direita nacional e veio a assumir posições coincidentes com a extrema esquerda em certas matérias, como a guerra do Iraque, tornou-se um homem só e desamparado de apoios genuínos, exceptuando o do próprio primeiro-ministro, que procurou mantê-lo até ao fim."



Comentário:

O Henriquinho assegura-nos que Freitas «veio a assumir posições coincidentes com a extrema esquerda em certas matérias, como a guerra do Iraque».

E toda a gente sabe, exceptuando a alienada extrema esquerda fundamentalista, que existe unanimidade no reconhecimento da existência de armas de destruição maciça no Iraque e na existência de ligações entre a Al-Qaeda e Saddam Hussein, as razões invocadas por Bush para a invasão do Iraque.

E todos nós sabemos que o Iraque está agora muito melhor com os seus mais de 250 mil mortos, considerados danos colaterais numa guerra libertadora e democratizante.

Não fora a chamada de atenção do Henriquinho para o «esquerdismo radical de Freitas», e estaríamos agora a vituperar a sensata «guerra ao terrorismo» de Bush.

Henrique atribui a solidão e o desamparo de Freitas no Governo ao “peso do passado”. Mas não será antes ao peso da verdade?

terça-feira, julho 11, 2006

Who the fuck is Peter Power?

GRÃ-BRETANHA - Perigo «real» de ataques terroristas

Num relatório enviado ao Parlamento inglês, o responsável da comissão, Lorde Carlile, disse que viu «informação suficientemente alarmante para voltar a frisar ao público inglês que existe um perigo real e imediato de haver mais ataques terroristas chocantes como aqueles que se verificaram em Julho do ano passado».

Lorde Carlile, que pertence ao Partido Liberal-Democrata mas foi nomeado como independente para esta comissão formada pelo governo, afirmou ainda aos deputados que «novos ataques de suicidas bombistas devem ser esperados e é impossível dizer quais serão os alvos».


Relembremos o dia 7 de Julho de 2005:

O diálogo seguinte teve lugar na tarde do dia dos atentados (7 de Julho de 2005) na rádio da BBC 5. O repórter da BBC entrevistou Peter Power, Director Chefe da empresa Visor Consultants, que se define a si própria como uma empresa de consultoria para a “gestão de crises”. Power é um ex-funcionário da Scotland Yard:

POWER: Às nove e meia da manhã estávamos efectivamente a realizar um exercício, utilizando mais de mil pessoas, em Londres, exercício esse baseado na hipótese de acontecerem explosões simultâneas de bombas, precisamente nas estações de metro onde elas aconteceram esta manhã, por isso ainda estou estupefacto.

BBC: Sejamos claros, você estava e efectuar um exercício para testar se estavam à altura de um acontecimento destes, e ele aconteceu enquanto faziam o exercício?

POWER: Exactamente, e foi cerca das nove e meia da manhã. Nós planeámos isto para uma empresa, que por razões óbvias não vou revelar o nome, mas eles estão a ouvir e vão sabê-lo. Estava numa sala cheia de gestores de crises e, em menos de cinco minutos, chegámos à conclusão que aquilo era real, e portanto passámos dos procedimentos de exercícios de crise para uma situação real.


Peter Power


O Sr. Power repetiu estas declarações na televisão (ITN). O clip de vídeo de dois minutos está disponível AQUI.

segunda-feira, julho 10, 2006

Irão nuclear? Kissinger: ontem sim, hoje nem pensar!

Artigo de Noam Chomsky - 23/6/2006

Um ponto de ebulição parece estar iminente em relação ao Irão e aos seus programas nucleares.

Antes de 1979, quando o Xá estava no poder, Washington apoiou fortemente esses programas. Actualmente, a alegação habitual é que o Irão não tem necessidade de energia nuclear, e portanto deve estar a seguir um programa de armas secreto. «Para um grande produtor de petróleo como o Irão, a energia atómica é um desperdício dos seus recursos», escreveu Henry Kissinger em The Washington Post no ano passado.

No entanto, há 30 anos, quando Kissinger era secretário de Estado do presidente Gerald Ford, sustentou que a «introdução da energia nuclear simultaneamente responderá às crescentes necessidades da economia do Irão e libertará as restantes reservas de petróleo para a exportação ou para a conversão em produtos petroquímicos». No ano passado, Dafna Linzer, do The Washington Post, perguntou a Kissinger sobre a sua inversão de opinião. Kissinger respondeu com a sua habitual franqueza comprometida: «Eles eram um país aliado».

«Asked why he reversed his opinion, Kissinger responded with some surprise during a brief telephone interview. After a lengthy pause, he said: "They were an allied country, and this was a commercial transaction. We didn't address the question of them one day moving toward nuclear weapons."»

Em 1976, a administração Ford «aprovou os planos iranianos para construir uma indústria de energia nuclear massiva, mas também trabalhou duramente para completar um negócio de milhares de milhões de dólares que teria dado a Teerão o controle de grandes quantidades de plutónio e urânio enriquecido – os dois caminhos para uma bomba atómica», escreveu Linzer. Os estrategos de topo da administração Bush, que agora estão a denunciar estes programas, estavam então em postos chave da segurança nacional: Dick Cheney, Donald Rumsfeld e Paul Wolfowitz.

quinta-feira, julho 06, 2006

Para ter problemas de coluna é condição "sine qua non" possuir espinha dorsal

O ministro da Defesa, Amado, substituiu Diogo Freitas do Amaral no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Freitas do Amaral pediu a demissão do cargo, alegando problemas na coluna.

Eis Luís Amado, em Novembro de 2005, acompanhado de uma conhecida figura do jet set internacional:




Mas quem é Luís Amado?

Portal do Bloco de Esquerda na Internet

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, apoiou a intervenção Norte Americana no Iraque. Em entrevista ao semanário Independente de 11 de Abril de 2003, Luís Amado contestou vivamente a oposição do PS de Ferro Rodrigues à Guerra do Iraque e garantiu que o governo português de Durão Barroso tinha agido correctamente nessa matéria.

Para o novo ministro dos Negócios Estrangeiros Portugal fez bem em participar na Cimeira das Lajes: “do ponto de vista estratégico, as opções do Governo são correctas”. Sobre a Cimeira da Lajes que preparou a guerra, Amado foi peremptório: “respeitamos os nossos compromissos com os aliados”. O homem que substituiu Freitas do Amaral que se demitiu, segundo o Correio da Manhã devido a um conflito com o Embaixador dos Estados Unidos da América, manifestou-se contra aqueles que minimizavam o Presidente George W. Bush, “Bush chegou onde chegou porque foi sempre subestimado”. Luís Amado admitiu que algumas pessoas poderiam considerar ilegítima a guerra, devido ao não apoio do Conselho de Segurança, mas relativizou: “o Direito não é respeitado quando não existe uma força que em última instancia o faça cumprir”.



E quem é Freitas do Amaral?

A 21 de Dezembro de 2002 o Expresso noticiava:

FREITAS do Amaral não desiste da sua cruzada contra os atropelos da administração Bush ao Direito Internacional e publicou um livro - «Do 11 de Setembro à Crise no Iraque» -, onde avisa que a Europa «tem, pelo menos, o dever de tentar a travagem do belicismo americano na Primavera de 2003».

Compara também os métodos do actual Presidente dos EUA aos de Hitler, Salazar, Franco e outros «ditadores extremistas que colocam a soberania nacional acima do Direito Internacional». Aos aliados europeus, Freitas deixa um desafio: que tenham «coragem e espinha dorsal suficientes para não se sujeitarem a ser mandados».

«Pode ser-se estruturalmente pró-americano e conjunturalmente anti-Bush», lembra Freitas, que se situa a si próprio «numa linha intermédia, quiçá centrista», caracterizada por dois elementos fundamentais: «Um sentimento permanente de amizade e admiração pelos EUA; e uma atitude crítica bastante forte contra a política externa e de segurança do Presidente Bush».

Freitas parte da sua experiência pessoal nos Estados Unidos para relatar como então se apercebeu da existência de uma «extrema-direita legal» na América - a ala mais radical do Partido Republicano -, que se encontra hoje na Presidência e no Governo americano.

«São nacionalistas exacerbados», acusa Freitas do Amaral, passando a elencar-lhes os pecados: advogam não deverem os EUA respeitar o Direito Internacional -– «o mesmo pensavam e faziam o fascismo italiano e o nazismo alemão»; acreditam ter a missão histórica de dominar o mundo - «o mesmo pensava e tentou Hitler»; desprezam em absoluto a ONU, a menos que esta lhes apoie a política externa - «o mesmo pensava o doutor Salazar»; rejeitam decisões de organismos internacionais contrárias à vontade dos EUA - «assim agem todos os ditadores e extremistas que colocam a soberania nacional acima do Direito Internacional»; recusam dar aos talibãs e guerrilheiros da Al-Qaeda o estatuto de prisioneiros de guerra que as Convenções de Genebra lhes garantem - «o mesmo pensava Hitler dos judeus».

Aponta ainda o dedo aos atentados à liberdade de expressão numa América onde o Presidente «pressionou, sabe-se lá por que meios, a imprensa de referência e os principais canais de televisão a não publicarem mensagens de Bin Laden e a aceitar a censura prévia dessas mensagens por razões de segurança».

À Europa, Freitas do Amaral lança um aviso e deixa um recado. Primeiro: «O Presidente Bush já se permite olhar para nós, europeus, de cima para baixo, dizendo: nós decidimos, depois informaremos, pressioná-los-emos; e, se não aceitarem, avançaremos sozinhos». Segundo: «Uma Europa muito fraca, que apenas esboça tímidas críticas mas não é capaz de dizer 'não' quando chega a hora da verdade» arrisca-se «a descer o plano inclinado da conciliação ao seguidismo, deste ao servilismo, e deste último à servidão».


Comentário:

Mais um fragmento da Europa, neste caso um pequeno rectângulo, a descer o plano inclinado do seguidismo, do servilismo, e da servidão. Ou como se procede à troca de um vertebrado incómodo por um invertebrado servil.

terça-feira, julho 04, 2006

O desejo de Bush atacar o Irão preocupa militares

As chefias militares estão com dificuldade em satisfazer um pedido do Presidente Bush para planear o bombardeamento do Irão.

No seu último artigo, Seymour Hersh escreve, "Os generais e os almirantes comunicaram à administração Bush que a campanha de bombardeamento provavelmente não terá sucesso na destruição do programa nuclear iraniano. Um ponto crucial na discórdia dos militares, é o facto das agências de informações americanas e europeias não terem encontrado provas explícitas de actividades clandestinas ou instalações escondidas. Os projectistas da guerra não têm a certeza do que hão-de bombardear."


Entrevista de Seymour Hersh à CNN (cortesia do Crooks and Liars):

Vídeo (5:32m):

segunda-feira, julho 03, 2006

A Administração Bush identifica-se com a justiça divina

Thierry Meyssan

George W. Bush a título privado e a Secretária de Estado Condoleezza Rice a título oficial participaram na convenção anual dos Baptistas do Sul. Explicaram a 18 mil «mensageiros de Deus» como eles governam para propagar a justiça divina sobre a Terra na iminência do Fim dos Tempos.



O discurso de Condoleezza Rice:

O Presidente Bush e eu própria partilhamos a vossa convicção de que a América pode e deve ser uma força do Bem no mundo. O Presidente e eu acreditamos que os Estados Unidos devem permanecer empenhados como líderes dos acontecimentos fora das nossas fronteiras. Acreditamos nisso porque somos guiados pelo mesmo princípio duradouro que fez nascer a nossa nação: a dignidade humana não é um dom do governo aos seus cidadãos, nem um dom dos homens a outros homens, é uma graça divina a toda a humanidade.

Vivemos momentos críticos e importantes, e mesmo tempos de teste para a América, mas é um momento onde devemos afirmar porque nos erguemos como nação e qual o papel que devemos desempenhar no mundo. E é sobre isto que vos quero falar esta manhã.

Na América somos abençoados com uma liberdade extraordinária: a liberdade de nos governarmos a nós próprios e de eleger os nossos líderes; a liberdade da propriedade; a liberdade de educar as nossas crianças, os nossos rapazes e as nossa raparigas; e claro a liberdade de pensar como quisermos e de celebrar o culto que desejamos. A América incarna essas liberdades, mas a América não as possui. Erguemo-nos por ideais que são maiores que nós próprios e percorremos o mundo não para pilhar, mas para proteger; não para subjugar mas para libertar, não como senhores dos outros mas como servidores da liberdade.

É aqui, minhas senhoras e meus senhores, que se coloca uma escolha para o nosso país, perante nós enquanto americanos. Devemos conduzir o mundo ou devemos retroceder? Devemos elevarmo-nos à altura dos desafios dos nossos tempos ou devemos pôr-nos de lado? A América é um país rico e poderoso, é verdade. Mas, e isto também é importante, somos também uma nação de grande compaixão e consciência, animada por princípios democráticos. Também ao considerar o nosso papel futuro no mundo, devemos reflectir quais são as questões importantes. Devemo-nos perguntar: se não for a América a fazê-lo, quem conduzirá as outras nações à consciência e à defesa internacional da liberdade de religião?

O Presidente Bush definiu claramente que as melhores relações com os Estados Unidos são reservadas aos governos que respeitem as crenças dos seus povos. Quando se vai a uma região como a China como eu fiz e se se sentarem ao lado de cristãos chineses, não os podemos ajudar mas ficamos maravilhados com a sua coragem. Se não for a América a apoiar estas gentes não importa onde que desejam celebrar o culto livremente e em paz, então eu pergunto-vos: quem o fará?

Sabem, a liberdade religiosa exige claridade moral. E, a mensagem para a América não pode ser mais clara: os governos não têm nenhum direito de se interpor entre os indivíduos e o Todo-o-Poderoso.

Em suma, devemos ter em conta uma questão que ultrapassa esta: não deverá ser a América a comandar as nações amantes da liberdade para defender a liberdade e a democracia no mundo? Quase cinco anos após a tragédia do 11 de Setembro, os Estados Unidos conduzem uma grande coligação de estados numa guerra global contra o terrorismo. Quando é possível trazemos os terroristas à justiça. E quando é necessário fazemos nós mesmos justiça aos terroristas. É a sorte que as nossa tropas reservaram ao terrorista Zarqawi e agora ele não magoará mais ninguém, não matará mais ninguém, não voltará a aterrorizar pessoas inocentes.

Sim, devemos fazer mais que simplesmente capturar e matar individualmente terroristas, e nós fazêmo-lo. Nós atacamos a verdadeira fonte do terror fazendo aparecer uma visão que ultrapassa as ideologias do ódio. Os Estados Unidos apoiam as aspirações democráticas de todos os povos, qualquer que seja a sua cultura, raça ou religião. Nós não conduzimos a causa da liberdade porque pensemos que os povos livres estarão sempre de acordo connosco. Eles não estarão. É o seu direito e a América defenderá a seu direito. Fazêmo-lo porque acreditamos, e porque vemos que a nossa crença é válida, que as pessoas merecem e desejam viver livremente.



Comentário de Thierry Meyssan:

Nesta óptica, os Estados Unidos recusam ser os polícias do mundo encarregues de fazer respeitar o direito internacional. Eles foram investido por Deus para serem os seus justiceiros.

Não se questionem sobre que base legal eles reivindicam ter bombardeado a casa de Zarqawi no Iraque, eles não eram senão instrumentos de Deus a aplicar o castigo supremo. Questionem-se antes o que é que a sua exaltação os levará a fazer amanhã.

É tempo de os aliados de Washington se interrogarem sobre a irracionalidade do governo dos Estados Unidos e das suas consequências.