sexta-feira, março 27, 2009

Ron Paul, um dos candidatos às últimas presidenciais (2008) dos EUA - E se o povo americano vier a saber a verdade?

Wikipedia: Ronald Ernest Paul - Ron Paul (20 de Agosto de 1935) é médico e político americano, e membro da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos da América. Ron Paul foi candidato à presidência dos Estados Unidos em 2008.

A sua campanha à presidência dos Estados Unidos começou a 12 de Março de 2007, quando se candidatou à nomeação pelo Partido Republicano. A partir de 6 de Julho, Ron Paul arrecadou 2,4 milhões de dólares em dinheiro em contribuições, ultrapassando o candidato John McCain. Todas as contribuições de campanha de Ron Paul vieram de pessoas simples e não de empresas, sendo quase metade (47%) das contribuições abaixo de 200 dólares.

Ron Paul participou em todos os três debates dos candidatos republicanos transmitidos na rede nacional de televisão dos EUA. O seu momento mais proeminente ocorreu no debate do dia 15 de Maio na seguinte discussão com o candidato Rudy Giuliani:

Ron Paul: O Sr. já leu sobre os motivos pelos quais fomos atacados? Atacaram-nos porque estivemos lá. Estivemos lá a bombardear o Iraque durante 10 anos. Estivemos no Oriente Médio [durante anos]. Eu acho que [Ronald] Reagan estava certo. Nós não entendemos a irracionalidade da política do Oriente Médio. Neste preciso momento, estamos a construir uma embaixada no Iraque que é maior que o Vaticano. Estamos lá a construir 14 bases militares permanentes. O que diríamos se a China estivesse a fazer o mesmo no nosso país ou no Golfo do México? Estaríamos protestando. Devemos olhar para o que fazemos sob a perspectiva do que aconteceria se alguém fizesse o mesmo connosco.

Moderador: O Sr. está a sugerir que instigámos os ataques de 11 de Setembro?

Ron Paul: Estou a sugerir que devemos ouvir as pessoas que nos atacaram e as razões que as motivaram, e eles agora estão felizes por lá estarmos, pois Osama bin Laden disse, "Estou contente por vocês estarem nas nossas areias porque podemos atingi-los muito mais facilmente." Eles, desde então, já mataram 3.400 de nossos homens, e eu acho que isso foi desnecessário.

Rudy Giuliani: Essa é uma afirmação extraordinária. Essa é uma afirmação extraordinária para alguém que sobreviveu ao ataque de 11 de Setembro, que nós instigámos o ataque porque atacámos o Iraque. Eu acho que nunca ouvi essa explicação e já ouvi explicações bem absurdas para o 11 de Setembro. E eu pediria ao congressista que retirasse o seu comentário e se retratasse.

Ron Paul: Acredito muito sinceramente que a CIA está certa quando ensinam e falam sobre blowback. Quando fomos ao Irão em 1953 e instaurámos o regime do Xá, nessa altura, houve blowback. A reacção foi a tomada de reféns, e isso persiste. E se nós ignorarmos isso, fazemo-lo sob nosso próprio risco. Se acharmos que podemos fazer o que quisermos pelo mundo sem incitar o ódio, então temos um problema. Eles não vêm atacar-nos aqui só porque somos ricos e livres, eles vêm-nos atacar porque estivemos lá.


Ron apoia uma política externa não-intervencionista para os EUA e defende o retorno imediato das tropas americanas que se encontram no Iraque. Em julho de 2007, a sua campanha recebeu mais doações do pessoal das forças armadas do que as de todos os outros candidatos.

A campanha de Ron Paul recebeu grande parte de seu apoio pela Internet. Ron continua com altos índices de tráfego e buscas em sites como Technorati, Youtube, Facebook, MySpace, Eventful, de visitas ao site oficial de sua campanha e em pesquisas de opinião realizadas por redes de notícias.


No dia 12 de Fevereiro de 2009, Ron Paul fez um discurso na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, ao qual quase nenhum jornal ou televisão deu qualquer relevo.

Algumas das frases mais relevantes do discurso de Ron Paul:

«E se a nossa política externa dos últimos séculos foi profundamente viciada e não serviu a nossa segurança nacional

«E se o povo americano acordasse e compreendesse que as razões oficiais para ir para a guerra são quase sempre baseadas em mentiras e promovidas pela propaganda de guerra de forma a servir interesses obscuros

«E se o povo americano vier a saber a verdade: que a nossa política externa não tem nada a ver com a segurança nacional e que nunca muda de uma administração para outra


Vídeo traduzido e legendado por mim em português (3:29m):



Ron Paulo - What if the people @ Yahoo! Video

8 comentários:

Anónimo disse...

Liberdade de expressão
A liberdade de expressão é um conceito sempre na boca de muitos, mas frequentemente atropelado por aqueles que tanto o reclamam. Vem isto a propósito, deste post n'O Insurgente, com o qual estou totalmente de acordo, sobre a intervenção de Le Pen no Parlamento Europeu e do coro de pateadores da sua intervenção. Entre estes últimos, até há quem se vanglorie da sua participação no atentado à liberdade de expressão.



O conceito de liberdade de expressão não é novo na Europa Ocidental, pois era um conceito essencial para a democracia ateniense, visto que a isegoria (igualdade no falar) era um dos seus aspectos mais importantes, juntamente com a isonomia (igualdade de direitos ou perante a lei) e a isocracia (igualdade no poder). E, em Atenas, ao contrário dos dias de hoje, a liberdade de expressão era praticamente ilimitada. Como diz José Ribeiro Ferreira (in A democracia na Grécia Antiga, Coimbra, Livraria Minerva, 1990, p. 175):



Nenhuma democracia moderna, por mais aberta que seja, concede uma liberdade de expressão tão ampla como a que se vivia em Atenas.




Modernamente, aceitam algumas restrições à liberdade de expressão. Já John Stuart Mill, em 1859, em On Liberty (tradução de Maria Teresa Malafaia, in O Pensamento Vitoriano, Lisboa, Edições 70, 1992, p. 78), dizia que:



Ninguém pretende que as acções sejam tão livres como as opiniões. Pelo contrário, mesmo as opiniões perdem a sua imunidade quando as circunstâncias em que são expressas são tais que a sua expressão constitui uma instigação positiva para algum acto prejudicial




Na Europa Ocidental, alguns países punem, quanto a mim erradamente, todo aquele que faz declarações negacionistas, que negam o Holocausto ou a sua dimensão e importância. O que Le Pen fez ontem foi repetir um erro, uma opinião facilmente desmontável. Ora, por muito lamentáveis que sejam (e são!) as declarações de Le Pen, ele tem todo o direito a fazê-las. E as suas teses negacionistas não devem ser abafadas, devem é ser desmontadas e demonstradas como completamente falsas.



Todo o ruído que ontem foi feito no Parlamento Europeu para o abafarem só demonstra uma vontade totalitária de não ouvir os outros. E isso é preocupante. Ontem, foi a Le Pen, ninguém sabe se no futuro próximo, não será a qualquer outro deputado que se lembre de dizer algo que não agrade aos eurocratas.

Diogo disse...

Concordo em absoluto consigo, caro Anónimo.

As teses negacionistas de Le Pen não devem ser abafadas, devem é ser desmontadas e demonstradas como completamente falsas.

Julgo, contudo, que não nos devemos referir em termos de teses negacionistas ou afirmacionistas quando falamos em ciência. E a História é uma ciência.

Ana Camarra disse...

Diogo

Amanhã vejo o filme e leio isto com muita atenção, para já informar que o teu pedido foi satisfeito.

beijo

contradicoes disse...

Meu caro Diogo a intervenção deste senador embora absolutamente correcta para nós que sobre isto muito temos escrito não é novidade nenhuma. Já o dissemos e repetimos que os EUA são os principais responsáveis pela instabilidade mundial. Porque os seus últimos presidentes que são eleitos principalmente com apoios em termos de campanhas dos fabricantes de armamento comprometem-se usando a mentira tal como foi o caso das existência de armas de destruição massiva ocuparem o Iraque, mas noutros casos há por exemplo em África que nem sequer têm de apresentar argumentos. Fornecem armamento aos líderes africanos no poder, que normalmente são governos altamente corruptos e garantem a sua continuidade no poder pese embora ecloda guerra civil nesses países.
Também julgo que o Barack Obama não vai mudar muito o rumo desta política belicista que os EUA impõem ao Mundo, porque de resto veja-se que já anunciou o aumento da presença militar no Afeganistão. E embora por razões da crise economica os EUA vão ser obrigados a travar a instabilidade que proocam no Mundo, logo que se comece a verificar a sua recuperação voltam exactamente ao mesmo tipo de actuação em termos de política internacional.
Um abraço

Anónimo disse...

zyclon b, era um insecticida, ironicamente inventado por um quimico judeu chamado Fritz Haber. Este produto em grandes concentracoes e em contacto com o ar, transforma-se no gas chamado cianeto de hidrogenio. Foram os russos que libertaram Auschwitz, que filmaram e fotografaram o dito campo e mao deixaram mais ninguem ver o referido campo. Os soldados do exercito vermelho que participaram na libertacao do campo foram todos mortos pelos servicos secretos de Estaline. Porque? - cada um que tire as suas conclusoes. Mais uma vez pergunto, porque e que as fabricas de produtos quimicos IG Farben, financiadas pelos Rothchild nao foram destruidas, pelos aliados?- Em vez disso preferiram bombardear Durante 3 dias e 3 noites a cidade de Dresden, cidade onde milhares de pessoas se refugiaram durante a guerra por esta nao ter industrias ligadas a maquina nazi e por isso livre livre de bombardeamentos por parte dos aliados, assim pensou quem la' se refugiou. Morreram mais de 60 mil civis indefesos. Crime?- obviamente que sim. Julgados os responsaveis?- claro que nao.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370866&idCanal=11

Luis Grave Rogrigues disse...

Não se fie no Blog que lê. Veja este:

http://rprecisions.blogspot.com

Diogo disse...

Já me tinha apercebido que você é um ateu impenitente, caro Luís Grave. Atenção que Deus abomina os ímpios.

alf disse...

Interessante que um candidato a presidente dos EUA tenha a coragem de fazer afirmações destas nos EUA. Mesmo cá ainda é dificil faze-las sem sermos logo acusados de defensores dos terroristas..