Rui Mateus em "Contos Proibidos – Memórias de um PS desconhecido, 1996"
"Para além da ausência de regras que permitam, pela via individual, o acesso do cidadão à actividade política, não existem regras idóneas de financiamento dos partidos nem de transparência para os políticos. Um pouco à semelhança dos pilares morais do regime, a Maçonaria e a Opus Dei, tudo se decide às escondidas, como se o direito dos cidadãos à informação completa e rigorosa, de como são financiadas as suas instituições e dos rendimentos dos seus governantes e dos seus magistrados se tratasse de algo suspeito, de algo subversivo."
João Cravinho (Revista Visão – 4/10/2007)
"Um dos nossos grandes problemas é a corrupção de Estado, a apropriação de órgãos vitais de decisão ou de preparação da decisão por parte de lóbis. [...] Não pode estar a promover-se uma pseudo-economia de mercado, em que o Estado serve de muleta aos grandes e até aos pequenos negócios. Muitos acham que deve ser essa a originalidade do neoliberalismo à portuguesa. [...]"
Miguel Sousa Tavares (Jornal Expresso 07/01/2006)
"Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos da Ota e do TGV, [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita.» «Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre."
Fernando Madrinha (Jornal Expresso - 1/9/2007)
[...] Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.
.
João Cravinho (Revista Visão – 4/10/2007)
"Um dos nossos grandes problemas é a corrupção de Estado, a apropriação de órgãos vitais de decisão ou de preparação da decisão por parte de lóbis. [...] Não pode estar a promover-se uma pseudo-economia de mercado, em que o Estado serve de muleta aos grandes e até aos pequenos negócios. Muitos acham que deve ser essa a originalidade do neoliberalismo à portuguesa. [...]"
Miguel Sousa Tavares (Jornal Expresso 07/01/2006)
"Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos da Ota e do TGV, [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita.» «Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre."
Fernando Madrinha (Jornal Expresso - 1/9/2007)
[...] Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.
.
14 comentários:
Por alguma coisa o PSI-20, ou lá que é, realiza em regra um volume de negócios que nem Paris, nem Londres, Madrid e mais praças da Europa atingem. Eh, nós temos muito dinheiro, nós os ricos, graças a deus e à sua irmã corrupção.
E anda-me o MP perdido, diz o jornal, por mais três anos, de forma a amedrontar, castigar o PdaC, por via de uns bufanços encarnados, que o Benfica quer sangue vermelho, ó céus...
Mas não há mais regra possível, senhores, nem mais padrão de valores, quando já a mesma "justiça" cede à corruptela clubística ou outra tão cega da mera arbitrária paixão!...
Que até parece brincadeira, mas não, é impossível, diante do anagrama expressivo de roubalheira, da nossa banca aos governantes e construtores das megas, megas, mais consultores e advogados do tal esquema geral, à portuguesa.
E só admira que o MP, qual avestruz, mais endivide o contribuinte, em bufarias, por fazer jus a um desejo de vingança, enquanto deixa em voo largo, regalado, os passarões!
Que me cheira assim a esturro, a conivência, meus senhores!
Quê? Não é? Pois não será?!
of course,
anagrama foi por organigrama,
num lapso fonético-semâmtico.
"Crescimento económico" significa crescimento da conta bancária dos grandes empreiteiros.
O seu gráfico está exemplificado neste artigo -- que escrevi há mais de um ano -- pelo que nem sequer é muito difícil demonstrar a sua realidade e veracidade.
Até mais.
O seu artigo está muito interessante Mário da Silva.
Muito bom seria haver um site (tipo Wikipedia) que mostrasse que as participações que as empresas tinham umas nas outras, até às mais remotas origens.
E também o percurso profissional e académico de todos os políticos. Que curso tiraram, onde, em que empresas trabalharam, quais as empresas em que foram associados, com quem, com que empresas celebraram contratos, para quê, etc. etc. etc.
Tenho a certeza que muitas decisões políticas seriam vistas a outra luz.
Pode-se comentar no seu blog, Mário?
Parabéns!!!
Este deve ser o MELHOR post que eu vejo nos últimos tempos. Sem dúvida!!!
A corrupção POLÍTICOS/EMPREITEIROS/BANCOS/JORNAIS/ETC...
é de conhecimento público.
Todos sabe que assim é.
Ninguém faz nada.
País de BURROS.
Povo guerreiro!!! Tanga.
Abraço
Tiago
P.S. - espero ver-te no meu blog.
que ganda descoberta que o Madrinha do Expresso fez! que coisa extraordinária!:
"A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais"
e Isso não acontece, não tem acntecido sempre, com o próprio patrão dele? o Dr. Francisco Pinto Balsemão? membro vitalicio do Grupo Bilderberg e chefe de fila do maior grupo privado da comunicação social portuguesa?
Não querem lá ver que a Impresa não interferiu nas últimas presidenciais quando fez aquela celebérrima capa e destruiu a candidatura Dr.Soares?
O Madrinha tem razão: "actuam a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais" - falta só ele publicar as facturas endossadas à Opus Dei do Cavaco e do Eanes
«A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.»
É por isso que eu já não voto em eleições, e sou apologista da abstenção (excepto em referendos, que são sempre os mesmos). Aliás eu já nem lhes chamo partidos políticos mas sim corporações políticas, porque quem manda neles todos é o grande capital.
Mas já agora deixo aqui um desabafo: acho piada aos políticos como o Cravinho, Alegres e Anas Gomes que de vez em quando lembram-se de dizer umas verdades, sempre a reboque de algum novo escândalo, mas nunca se atrevem a enfrentar o partido, ou simplesmente abandoná-lo (é chato perder o tacho). No entanto estas declarações do Cravinho estão na mouche.
Parabéns Diogo pelos artigos dos últimos meses, estão excelentes!
Abraço,
Basílio
Diogo... no seu melhor!!!!!!
Saudações!!!!!!!!!
http://revisionismoemlinha.blogspot.com/
realmente o post está muito bom.
limitou-se a deixar a careca à mostra do paleio dos próprios autores através da sua própria pseudo contestação
O mérito vai todo para o Diogo quando ao encabeçar os 3 depoimentos com a demonstração esquemática de como funciona o esquema da corrupção politico-financeira-mediática-partidária
os desacredita a todos
@ Diogo
"Pode-se comentar no seu blog, Mário?"
Claro. Em qualquer deles.
Que eu responda é que já é mais incerto :)
@ Diogo
Esse artigo em particular tem os comentários fechados por razões que se prendem com alguns comentadores ;)
As empresas de armamento e material de guerra são o sustentáculo do poder político nos EUA. Por cá são as empresas de Obras Públicas e Construção Civil, aliadas à Banca, porque por acaso só por acaso algumas delas até são accionistas de vários bancos. O ciclo é vicioso mas conhecido, porque os lucro da empresas de obras públicas e construção civil, não provém nunca do valor inicial da empreitada, mas sim no preço final que acaba sempre em mais dum terço do custo da adjudicação e que pomposamente a comunicação intitula de derrapagem. Eu chama-lhe o custo da sacanagem porque são vários os sacanas a comerem. Por isso nem o Miguel Sousa Tavares nem o Fernando Madrinha nos dão novidade nenhuma, qualquer um de nós sabe que assim é e não é de agora a sabujice acontece há vários anos neste País
e nos conhecemos todos os sabujos.
Está muito bom o esquema apresentado no artigo. Numa figura só, mostra-se a desgraça deste País.
http://extrafisico.blogspot.com
Enviar um comentário