quarta-feira, março 26, 2008

Guerra do Iraque – baixas americanas abaixo do que o governo Bush desejaria?

Jon Stewart, do Daily Show, entrevista o Tenente-General dos marines William B. Caldwell, que passou 13 meses no Iraque, a quem faz uma pergunta enigmática:

Jon Stewart: "As histórias que ouvimos da armadura corporal ou do carro blindado não chegar a tempo. São exagero? Aconteceu mesmo? Atrasaram mesmo a chegada de alguns camiões à linha da frente? Ou não percebemos bem o que se passou? "


O que nos leva a questionar: será que os inquilinos da Casa Branca estarão pouco satisfeitos com a morte de apenas quatro mil soldados americanos no Iraque? Desejariam mais baixas? Sentir-se-ão incomodados com a aparência de demasiada facilidade para as suas forças militares? Afinal morreram 50.000 jovens americanos no Vietname. Não deveriam haver mais baixas americanas no Iraque ao fim de cinco anos de guerra? Para dar ideia de uma autêntica insurgência?


Para finalizar, aparece um pequeno excerto da senadora Hillary Clinton a fazer um discurso de campanha eleitoral: «Digo-vos isto, o melhor emprego que já tive na preparação para ser candidata foi um emprego que tive a estripar peixe...»


Vídeo legendado em português:

8 comentários:

Anónimo disse...

Considerando que a guerra a sério já acabou e que agora é só operações de policiamento, pode-se considerar que 4 mil mortos é um número elevado.

alf disse...

meu caro diogo, ... nem mesmo os americanos conseguem funcionar na perfeição, claro que há sempre coisas que não chegam a tempo e horas... mas se há tantas que chegam a tempo e horas, até poderiamos pensar ao contrário:

será que eles estão empenhadíssimos em ter o menor numero possivel de mortos para nos convencer de que não há resistência no Iraque? Os malandros...

Anónimo disse...

Caro Diogo:

Parece-me que o Alf é capaz de ter razão. Quando a guerra estava no auge, e os números das baixas americanas e inglesas publicitados nos media eram absurdamente baixos, um oficial do Exército Português que fazia então parte de uma brigada da Nato estacionada temporariamente na base de Ramstein, na Alemanha, contou-me que todas as noites chegavam DEZENAS de C130 Hercules carregados de cadáveres para serem «arranjados» e despachados para os States. Só em três dias, a contagem de mortos (por alto) foi muito superior ao anunciado para toda a guerra até então. Fora as outras baixas (feridos).

Também, aquando do ataque da resistência iraquiana contra uma coluna de tanques M1 Abrahams, os media afirmavam que os americanos apenas sofreram dois feridos. Vi as fotografias dos tanques atingidos, e os buracos feitos pelas granadas RPG de carga oca lançadas pelas bazucas de fabrico soviético. Os buracos no casco dos tanques atravessavam a blindagem até ao interior. Ora, ao explodirem, estas granadas lançam um jacto de plasma a mais de 5000 ºC que fura as blindagens e penetra no interior dos tanques, matando toda a tripulação. Foi o que certamente aconteceu. Como os M1 levam 5 homens de guarnição e vi pelo menos dois tanques perfurados, os EUA tiveram só nesse incidente pelo menos dez mortos.

Por aqui se pode aferir a disparidade entre a propaganda e a realidade.

Abraço.

xatoo disse...

a guerra já foi nacionalizada e as acções da "empresa" vendidas aos iraquianos - lá pelo sul vai bordoada de três em pipa entre o Al-Sadr e os Sunitas. Os marines yankees com aquelas carninhas rosadas e ar bimbalhão agora irão saindo de mansinho. Localmente, os decisores estão com a gente deles: mais um "conflito regional". É bom para facturar com o apoio militar (em géneros a pagar com língua de palmo) às "forças que lutam pela liberdade"

Diogo disse...

ASSOCIATED PRESS - February 16, 2008

WASHINGTON – Hundreds of Marines have been killed or wounded by roadside bombs in Iraq because Marine Corps bureaucrats refused an urgent request in 2005 from battlefield commanders for blast-resistant vehicles, an internal military study concludes.


MSNBC: "There is no doubt MRAPs (blast-resistant vehicles) have saved many lives in horrendous (improvised explosive device) explosions, but to accuse the Marine Corps of knowingly and intentionally jeopardizing the safety of fellow Marines on the battlefield is a very serious charge," Lisicki said.

Diogo disse...

Leu o meu comentário anterior Alf?

Decorre nos EUA uma investigação sobre isto. A Acusação é: the Marine Corps of knowingly and intentionally jeopardizing the safety of fellow Marines on the battlefield.

«O Corpo de Marines por conscientemente e intencionalmente colocarem em perigo a segurança dos marines no terreno.»

Os adjectivos «conscientemente e intencionalmente» dizem-lhe alguma coisa?

contradicoes disse...

As tropas americanas
vão com certeza retirar
porque os actuais sacanas
seu mandato estão a acabar

A nenhum deles morreu um filho
ou qualquer outra familiar
meteram-se neste sarilho
com o objectivo de sacar

Petróleo em troca da reconstrução
do País que eles destruíram
mas isso não passou duma ilusão
e por isso os EUA quase faliram

Um abraço
Raul

Anónimo disse...

Sei de um GOE já com bastante experiência, que, já esteve em vários conflitos internacionais. Mas quando voltou de Bagdad esteve cerca de 15 dias fechado em casa e pouco falava (eles tem uma espécie de férias após as missões). E "oficialmente" só faziam guarda e escolta a representações diplomáticas.
O inferno é aqui no nosso Planeta e Bagdad é um deles, mas há mais...