terça-feira, julho 31, 2007

O dilema dos Judeus de Auschwitz em Janeiro de 1945 - Liberdade ou Extermínio?

Friedrich Paul Berg

No livro que tornou mais famoso Elie Wiesel, «Die Nacht» "A Noite", que é uma leitura recomendada em escolas públicas em todo o país, Wiesel pinta um quadro horroroso de vida em Auschwitz de Abril de 1944 a Janeiro de 1945, quando ele lá esteve. Embora muitas centenas de milhares de judeus tivessem supostamente sido gaseados durante este período, Wiesel não faz nenhuma menção aos gaseamentos ou a câmaras de gás em qualquer parte do livro, como Jürgen Graf e Robert Faurisson salientaram. Reivindica contudo ter visto chamas a sair das chaminés e o Dr. Mengele a usar um monóculo.

Quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai "escolheram" ir para ocidente com os Nazis e os SS em retirada em vez de serem "libertados" pelo maior aliado de América. Eles poderiam ter contado ao mundo inteiro tudo sobre Auschwitz dentro de poucos dias - mas, Elie e o pai, assim como incontáveis milhares de outros judeus escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os Nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich. De facto, escolheram colaborar.

Algumas das exactas palavras de Wiesel no seu livro «Die Nacht» "A Noite":

"A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez podíamos decidir o nosso próprio destino. Podíamos ter ficado ambos no hospital onde eu tinha a possibilidade de, graças ao meu médico, colocar o meu pai como paciente ou enfermeiro. Ou então podíamos seguir os outros. 'Bem, o que é que vamos fazer, pai?' Ele ficou calado. 'Vamos ser evacuados com os outros,' disse-lhe."

A história de Elie a este respeito é confirmada pelas de outros "sobreviventes" que incluem o testemunho de Primo Levi. No livro de Levi «Sobreviver em Auschwitz», o autor escreve sobre o dia 17 de Janeiro de 1945:

"Não era uma questão de raciocínio: Eu teria provavelmente seguido também o instinto de rebanho se não estivesse tão fraco: o medo é extremamente contagioso, e a reacção mais imediata era fugir dali para fora."

Levi está a falar de fugir com os Nazis – e não dos Nazis, que não eram apenas soldados comuns mas supostamente os piores dos piores Nazis. Levi está a falar de fugir com os mesmos Nazis e SS que supostamente tinham levado a cabo o maior assassínio em massa de judeus em toda a história universal.

Levi está a falar sobre fugir com as pessoas que supostamente fizeram matanças de milhares diariamente durante vários anos. Mas, de acordo com as suas próprias palavras, ele teria fugido provavelmente com eles [Nazis], e só não o fez porque não se estava a sentir bem naquele dia; sentia-se fraco. O "medo" que Levi superou era claramente o medo dos russos e não dos Nazis; não há nenhuma referência ao medo daquilo que os Nazis e os SS pudessem fazer quando os evacuado entrassem na floresta ou o que pudesse acontecer alguns dias depois.

As escolhas que foram feitas aqui em Auschwitz em Janeiro de 1945 são extremamente importantes. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos de gentios, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que os Judeus podiam escolher, por um lado, a libertação pelos Soviéticos com a possibilidade de contar a todo o mundo sobre as malfeitorias Nazis e ajudar à sua derrota - ou então fugir com os assassinos em massa Nazis, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco. Na grande maioria dos casos, escolheram ir com os Nazis. De acordo com Levi, 800 escolheram ficar em Auschwitz, mas 20.000 preferiram ir e colaborar com os assassinos em massa Nazis.

Todos os Judeus que vieram para ocidente [a fugir dos russos para a Alemanha Nazi] negaram o Holocausto embora o tenham feito apenas com os pés. Os Judeus foram eles próprios os primeiros verdadeiros negacionistas do Holocausto.
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sexta-feira, julho 27, 2007

Simon Wiesenthal confirma: "não existiam campos de extermínio em solo alemão"


Depois do julgamento de Zündel (revisionista alemão) em 1988, as placas de Auschwitz, que João Paulo II abençoou em 1979, e que indicavam terem morrido 4 milhões de pessoas naquele campo de concentração, foram substituídas em 1995 por outras placas que indicam que em Auschwitz morreram aproximadamente 1.5 milhões de pessoas. As novas placas foram abençoadas por Bento XVI:



'Provas' de gaseamentos em Dachau:

"Provas" abundantes de que os prisioneiros eram gaseados em Dachau foram fornecidas durante anos, particularmante no julgamento principal de Nuremberga de 1945-1946. Antigo prisioneiro, o Dr. Franz Blaha, por exemplo, forneceu um testemunho ocular em Nuremberga sobre os assassínios em câmaras de gás de "muitos prisioneiros" em Dachau.

De acordo com um documento do governo americano de Maio de 1945, que foi aceite como prova pelo Tribunal de Nuremberga como documento L-159 (E.U.A. - 222), "uma característica distintiva do Campo de Dachau era a câmara de gás para a execução de prisioneiros." O relatório oficial descreveu a alegada operação de gaseamentos com grande detalhe.


'Provas' de Extermínio em Buchenwald:

Provas impressionantes foram igualmente apresentadas durante anos para "provar" que o campo de Buchenwald era um centro de "extermínio." Por exemplo, em Abril de 1945 um relatório do Exército dos EUA sobre Buchenwald preparado para o Supremo Quartel-General Aliado na Europa declarou que a "missão do campo" era operar como "uma fábrica de extermínio."

Em Maio de 1945 o governo americano publicou um relatório sobre os campos de concentração alemães, que foi aceite como prova pelo Tribunal de Nuremberga como documento L-159, onde Buchenwald é similarmente descrito como uma "fábrica de extermínio". Um relatório oficial do governo francês aceite pelo Tribunal como prova RF-301 (documento 274-F) acusou:

Tudo tinha sido providenciado até ao mínimo detalhe. Em 1944, em Buchenwald, eles até tinham prolongado uma linha de caminho de ferro de forma que os deportados poderiam ser conduzidos directamente à câmara de gás. Certas [câmaras de gás] tinham um pavimento que se inclinava e encaminhava imediatamente os corpos da câmara para o forno crematório.


Mas, ao que parece, Simon Wiesenthal, o célebre "caçador de Nazis", coloca em dúvida todas as provas e testemunhos que atestavam a existência de câmaras de gás em campos de concentração situados na Alemanha, como são os casos de Dachau, Buchenwald, Bergen-Belsen e outros:

Simon Wiesenthal:

Numa carta publicada em Janeiro de 1993 no The Stars and Stripes, um jornal para o pessoal do serviço militar dos EUA, Simon Wiesenthal reconfirmou, de passagem, que não houve nenhum campo de extermínio em território alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Ele fez uma declaração idêntica numa carta publicada sobre o assunto em Abril de 1975 no periódico britânico «Books and Bookmen».

Sendo certo que a verdade das palavras de Wiesenthal são conhecidas há anos, esta declaração é significativa, em primeiro lugar, porque é feita por uma figura internacionalmente reputada e supostamente entendida e respeitável, e, segundo, porque confirma uma vez mais um ponto que os revisionistas têm defendido há anos. O que Wiesenthal não menciona e o que não é amplamente entendido, é que ele implicitamente confirma também a mudança drástica que aconteceu durante anos na história de extermínio do Holocausto.

O que o "caçador de Nazis" diz agora contrasta nitidamente com o que foi reivindicado autoritariamente nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial. No grande Tribunal de Nuremberga de 1945-1946, por exemplo, funcionários de governos aliados apresentaram provas aparentemente conclusivas que atestavam que campos de concentração "em solo alemão" - como Dachau e Buchenwald - eram centros de "extermínio". Sir Hartley Shawcross, promotor chefe britânico no julgamento principal de Nuremberga, declarou utilizando o mesmo critério no seu discurso final no dia 26 de Julho de 1946, aqueles "assassinatos [eram] conduzidos como uma indústria de produção de massa nas câmaras de gás e nos fornos "de Buchenwald, Dachau, Oranienburg - tudo "solo alemão” – assim como nos outros campos fora da Alemanha dirigidos por alemães.


A mesma opinião [de Wiesenthal] é também expressa numa carta de 1960 do Dr. Martin Broszat, traduzida do semanário de Hamburgo Die Zeit com a manchete "Keine Vergasung em Dachau ("Não houve gaseamentos em Dachau")." A carta apareceu na edição alemã de 19 de Agosto de 1960, e na edição americana de 26 de Agosto de 1960 (p. 14). O Dr. Broszat escreve em nome do prestigioso Instituto para a História Contemporânea (Institut fuer Zeitgeschichte). Serviu depois como director do arquivo e centro de pesquisa de Munique:

«Nem em Dachau nem em Bergen-Belsen nem em Buchenwald foram alguma vez gaseados judeus ou outros prisioneiros. A câmara de gás em Dachau nunca foi finalizada ou posta "em operação." Centenas de milhares de prisioneiros que morreram em Dachau e noutros campos de concentração no velho Reich [quer dizer, na Alemanha com as suas fronteiras de 1937] foram vítimas, acima de tudo, das condições higiénicas e de abastecimento catastróficas: de acordo com estatísticas oficiais das SS, durante os doze meses de 1942 de Julho a Junho 1943, 110.812 pessoas morreram de doença e de fome em todos campos de concentração do Reich.»


Comentário:

Contudo, nem esta redução de dois milhões e meio no número de mortes em Auschwitz, nem o reconhecimento oficial de que não existiam câmaras de gás nos campos de concentração em território alemão, influenciaram o número global de SEIS MILHÕES de mortos do Holocausto.

A quantas mais reduções do número de vítimas vamos assistir e quantas mais "provas e testemunhos irrefutáveis do holocausto" vamos ainda ver desmentidos?
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quinta-feira, julho 26, 2007

Quem financiou Adolf Hitler?

Em princípios dos anos trinta a ajuda financeira a Hitler começou a fluir mais rapidamente. Aconteceram na Alemanha uma série de reuniões, irrefutavelmente documentadas por várias fontes, entre industriais alemães, o próprio Hitler, e mais frequentemente com os representantes de Hitler, Hjalmar Sehaeht e Rudolf Hess. A questão chave é que os industriais alemães que estavam a financiar Hitler eram predominantemente directores de cartéis com associações americanas, propriedade, participação ou alguma forma de ligação subsidiária americana.

Os financiadores de Hitler não eram, em geral, empresas de origem puramente alemã ou representantes de negócios de famílias alemãs. Tirando os casos de Thyssen e Kirdoff, na maioria dos casos eram empresas multi-nacionais alemãs, isto é, a I..G. Farben, A.E.G., DAPAG, etc. Estas multi-nacionais tinham sido constituídas através de empréstimos americanos nos anos vinte, e em princípios dos anos trinta tinham directores americanos e forte participação financeira americana.
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terça-feira, julho 24, 2007

Conversa com Lutz do blogue «Quase em Português» sobre o Holocausto Judeu

Lutz é um bloguista alemão residente em Lisboa. Tem um blog de nome «Quase em Português». Nos seus últimos posts, Lutz defende a existência do Museu Judaico de Berlim, um memorial do Holocausto judeu plantado no centro da cidade de Berlim, e fá-lo de uma forma em que quase se adivinha ainda um certo complexo de culpa.

Num dos últimos posts, «Fábula» de 22.7.07, Lutz escreve:

«Num país fictício, um ditador louco acabou por concluir que toda a lástima que estava o seu país, era culpa dos seus cidadãos cujos apelidos começavam com a letra A. E com uma energia e uma brutalidade nunca antes visto, chegou a impor ao seu país a solução final deste problema: o extermínio de todas as pessoas cujo nome de família começava com a letra A… (continua)», e remata: «O Museu Judaico é meu museu, nosso, dos berlinenses. Fomos nós que o construímos, que o queríamos


Comentei o post e no seguimento desse comentário gerou-se um diálogo (na caixa de comentários) com o autor do blog. Na sequência do debate acabei por aprofundar e descobrir determinados aspectos do Holocausto que me parecem polémicos. Não resisti a postar neste espaço a nossa conversa.


Diogo:

Parece que ainda não se sabe ao certo quantas pessoas com a letra A foram exterminadas. Os linguistas não se conseguem pôr de acordo:

8.000.000 – Fonte: Gabinete de investigação de Crimes de Guerra Francês, doc 31, 1945.

6.000.000 – Fonte: citado no livro “Auschwitz Doctor” de Miklos Nyiszli

4.000.000 – Fonte: citado num documento soviético de 6 de Maio de 1945 e reconhecido no julgamento dos crimes de guerra de Nuremberga. Este número foi também citado no «The New York Times» a 18 de Abril de 1945.

2.000.000 a 4.000.000 – Fonte: citado por Yehuda Bauer em 1982 no seu livro «A History of the Holocaust». Contudo, em 1989 Bauer reduziu este número para 1.600.000 a 22 de Setembro no “The Jerusalem Post”.

1.100,000 a 1.500.000 – Fonte: estimativas de Yisrael Gutman e de Michael Berenbaum no seu livro de 1984, «Anatomy of the Auschwitz Death Camp».

1.000.000 – Fonte: Jean-Claude Pressac, no seu livro de 1989 «Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers».

900.000 – Fonte: relatado a 3 de Agosto de 1990, por «Aufbau», um jornal judeu de Nova Iorque.

775.000 a 800.000 – Fonte: número revisto por Jean-Claude Pressac, avançado no seu livro de 1993, « The Crematoria of Auschwitz: The Mass Murder's Machinery».

135.000 a 140.000 – Fonte: estimativa baseada em documentos apoiados pelo “International Tracing Service” da Cruz Vermelha.


Lutz:

Não sou historiador, e não vou discutir se são 8.000.000 (número que nunca ouvi), 6.000.000 ou 4.000.000 (a ordem de grandeza que é tida como realista pela esmagadora maioria dos historiadores) ou menos. Agora números como os mais baixas que referiu, não têm credibilidade nenhuma. Pelo simples facto de que contradizem as fontes documentadas até só considerando as maiores campos de extermínio, sem recurso a quaisquer aritmetrias complicadas.

Há uma outra prova contra estes números baixos, que é a própria experiência das pessoas que já viveram antes do Holocausto, como os meus pais, por exemplo, e outras pessoas idosas que conheço pessoalmente. Estes confirmam-me a presença duma comunidade significativa de judeus nas terras onde viveram. E já não vivem. Para onde foram estes todos? Para Madagáscar?

Em Berlim, por exemplo, antes da chegada ao poder dos nazis, havia mais do que 170.000 (contando só os que estavam inscritos nas comunidades judaicas, não contando os assimilados, que igualmente foram perseguidos). Hoje há 12.000.

Estes números baixos só existem porque há pessoas que querem negar o Holocausto, contra toda a evidência. Espero que não seja uma delas.


Diogo:

Lutz, você sabe quantos alemães abandonaram a Alemanha, antes e durante a Guerra, e emigraram para os Estados Unidos e Israel? Sabia que em Portugal existe uma grande comunidade judia de origem alemã perfeitamente integrada?

Quanto aos números que não têm credibilidade nenhuma, faço-lhe notar que nenhuma das fontes que citei é negacionista. E existe, de facto, uma enorme controvérsia em relação aos números. Atente nestes artigos do Washington Post e do New York Times:

On April 18, 1945, in the immediate aftermath of World War II, The New York Times reported that 4 million people died at Auschwitz. This "fact" was reported over and over again during the next half-century, without being questioned.

However, on January 26, 1995, commemorating the 50th anniversary of the Auschwitz liberation, both The Washington Post and The New York Times itself reported that the Polish authorities had determined that, at most, 1.5 million people (of all races and religions)—not "4 million"—died at Auschwitz of all causes, including natural causes.

Yet this was not the first time this drastically reduced figure appeared in the major media. Almost five years previously, on July 17, 1990, The Washington Times reprinted a brief article from The London Daily Telegraph. That article stated: Poland has cut its estimate of the number of people killed by the Nazis in the Auschwitz death camp from 4 million to just over 1 million . . . The new study could rekindle the controversy over the scale of Hitler’s "final solution"...


No dia 18 de Abril de 1945, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, o New York Times informou que 4 milhões de pessoas morreram em Auschwitz. Este "facto" foi reportado inúmeras vezes durante o meio-século seguinte, sem ser posto em causa.

Porém, no dia 26 de Janeiro de 1995, na comemoração do 50º aniversário da libertação de Auschwitz, o Washington Post e o próprio New York Times afirmaram que as autoridades polacas tinham determinado que, no máximo, 1.5 milhão pessoas (de todas as raças e religiões) - não "4 milhões" – tinham morrido em Auschwitz de todo o tipo de causas, incluindo causas naturais.

Mas esta não foi a primeira vez que a redução drástica deste número aparecia nos principais media. Quase cinco anos antes, no dia 17 de Julho de 1990, o Washington Times imprimiu um breve artigo do London Daily Telegraph. Aquele artigo dizia: A Polónia diminuiu a sua estimativa do número das pessoas mortas pelos Nazis no campo da morte de Auschwitz de 4 milhões para um pouco mais de 1 milhão… O novo estudo poderá reacender a controvérsia acerca da dimensão da "solução final" de Hitler...


Lutz:

Diogo, vou aguardar o desenvolvimento das pesquisas históricas sobre o número das vítimas. Mas uma coisa eu sei. Dos judeus que moravam na terra do meu pai, emigrava uma parte, até 1939, mas a maioria ficou. E esta desapareceu dum dia para o outro, sem deixar rasto. Por outro lado, apareceram, depois da guerra, cadáveres, ouro dos dentes, cabelo, óculos, sapatos e relógios, nos campos de extermínio. E apareceram sobreviventes, que contaram, de forma credível, o que lá aconteceu.

Que se investigue os números. Noto, todavia, um interesse estranho em que esses números fossem mais baixos. Porquê? Qual seria a conclusão a tirar se se corrigisse o número de 4.000.000 para 1.000.000, por exemplo?

Para a criança que de facto foi atirado viva ao forno, nada. Para os que de facto sufocaram nas câmaras de gás, nada.

E para os alemães? Não haveria na mesma a Conferência do Wannsee, em que foi decidido o extermínio total dos judeus? Não foi esse levado ao cabo, a partir de 1943, com êxito, nos territórios sob controlo alemão? Não havia na mesma os carrascos da SS que cometeram as piores sevícias aos presos? Os Mengeles? Não havia na mesma todos os cidadãos normais que ficaram quietos ao ouvir os rumores de que algo horrível acontecia aos judeus? O que então mudaria?


Diogo:

«O que seria a conclusão a tirar se se corrigisse o número de 4.000.000 para 1.000.000, por exemplo?»

Significaria que no mínimo houve uma grande leviandade na contagem das vítimas. 4.000.000 – 1.000.000 = 3.000.000 de pessoas, é um engano muito grande. Terá havido mais enganos? A sobrevalorização do número de mortos terá servido algumas agendas políticas?


«apareceram, depois da guerra, cadáveres, ouro dos dentes, cabelo, óculos, sapatos e relógios, nos campos de extermínio»

É evidente que morreu muita gente nos campos de concentração (também por doença e fome). Nestes campos era prática obrigatória rapar o cabelo aos prisioneiros e fornecer-lhes uma farda. É natural que não andassem com os sapatos, a roupa e os relógios com que chegaram ao campo.

Lembro-lhe igualmente que em Auschwitz existiam enfermarias para prisioneiros e inclusivamente um bloco operatório. Não é estranho num campo da morte? Se eles tinham carne fresca para o trabalho forçado que chegava quase diariamente, e cuja grande maioria ia directamente para as câmaras de gás, porque se preocupavam eles com a saúde dos prisioneiros?


Lutz:

Diogo, informe-se melhor. Mas se não quer acreditar na indústria da morte, não posso obrigá-lo. Mas não vale a pena continuarmos essa conversa.


Diogo:

«se não quer acreditar na indústria da morte»

Então isto é uma questão de fé Lutz? Há uns que acreditam e há outros que não? Não existirá algures uma verdade histórica?

Porque é que não vale a pena continuar esta conversa? Não queremos todos saber a verdade? Se eu fosse judeu e os meus avós tivessem morrido num campo de concentração, será que eu não quereria saber a verdade toda, nua e crua? Ou contentar-me-ia com versões da «verdade» que se contradizem de tempos a tempos? Igualmente, se eu fosse alemão não quereria o mesmo? Como ser humano não tenho a obrigação de tentar tirar o assunto a limpo?

Eu sei que os vencedores tendem a impor a sua verdade histórica. E essa verdade nem sempre é muito rigorosa. Temos medo da verdade, Lutz? Temos medo dos factos? Há tabus que não devemos ultrapassar?


Lutz:

Diogo, é fútil discutirmos nós aqui a credibilidade deste ou daquele estudo. Eu não tenho - tem você? - tempo ou formação para isso. Oriento-me, como todos, com ajuda da opinião publicada que acho mais ou menos credível. Sim, até certo ponto, isto é de facto uma questão de fé, para qualquer um de nós, que não tem acesso aos documentos originais, às provas originais. Temos sempre dar crédito a uma ou outra publicação, com mais ou menos pé atrás.

A NYT acho relativamente credível, mas não como fonte única. Se um dia vier a estabelecer-se um consenso alargado sobre que o número dos mortos é 1.000.000 ou 2.000.000, não terei nenhum problema em aceitar isto.

Agora que me apresenta aqui o argumento estafado que os cabelos que se encontravam nos campos de extermínio foram resultado da preocupação com a higiene, e não serviam para a produção industrial (de perucas), que o facto de que existiu um bloco operatório no campo seria um argumento a favor dos bons tratos que a SS deram aos presos (já ouviu falar das experiências medicas com crianças? - há filmes), que me apresenta estes argumentos é, na melhor das hipóteses, uma reprodução ingénua de mentiras negacionistas. Não as discuto.


Diogo:

«Sim, até certo ponto, isto é de facto uma questão de fé»


Pois eu julgo que é uma questão de inteligência e bom senso. Faça o seguinte, vá ao Google e procure as palavras: auschwitz, infirmary, surgery.

Estes foram os primeiros resultados que obtive. Tudo testemunhos de prisioneiros de Auschwitz:


Broken by camp life, Michel was plucked from the Auschwitz infirmary to write death certificates because of his good handwriting.

Enfraquecido pela vida no campo, Michel foi arrancado da enfermaria de Auschwitz para escrever certidões de óbito por causa da sua bonita letra.


Elie undergoes surgery in the Auschwitz infirmary. Chlomo and Elie run with evacuees to Gleiwitz, where they and others board open cattle cars for a ten-day ride to Buchenwald in central Germany.

Elie foi operada na enfermaria de Auschwitz. Chlomo e Elie foram com os evacuados para Gleiwitz onde eles e outros subiram para camionetas abertas de transporte de gado para uma viagem de dez dias até Buchenwald na Alemanha central.


Aleksander Gorecki - This prisoner reported how Boger came into the infirmary quarters of the main camp of Auschwitz to fetch a prisoner who had just undergone bladder surgery and was scheduled to have prostate surgery.

Aleksander Gorecki - Este prisioneiro contou como Boger entrou nas instalações da enfermaria do campo principal de Auschwitz para ir buscar um prisioneiro que tinha sofrido há pouco uma cirurgia à bexiga e já tinha programada uma cirurgia à próstata.


Salomon claims that he was so badly mistreated by Boger that he was subsequently "fit for gassing". Nevertheless, a miracle happened and Salomon was sent to the infirmary and restored to health.

Salomon alegou que foi tão maltratado por Boger que foi subsequentemente “marcado para ser gaseado”. Não obstante, um milagre aconteceu e Salomon foi enviado para a enfermaria e restabeleceu a saúde.


Still, the hard work, combined with everything else, combined to make young Israel very sick. An untreated blister on his foot steadily grew worse until it became a debilitating infection on the back of his leg. Eventually, he could no longer stand, let alone walk, he says, lifting his pant leg to show the still-vivid scar left behind by the raging infection of six decades ago. By then, it was the middle of the winter of 1944-45, and he was placed in the Auschwitz infirmary, unable to work. It probably saved the youth's life.

Mas, o trabalho duro, combinado com tudo o resto, conjugaram-se para fazer de Israel um jovem muito doente. Uma bolha não tratada no pé cresceu e piorou até que se tornou numa infecção debilitante na parte de trás da perna dele. Por fim, já não podia estar de pé, ou andar sozinho, diz ele, enquanto levanta a perna das calças para mostrar a cicatriz deixada pela infecção de há seis décadas atrás. Na altura, a meio do Inverno de 1944-45, foi colocado na enfermaria de Auschwitz, incapaz de trabalhar. Isto provavelmente salvou-lhe a jovem vida.


Em suma, os cinco primeiros relatos de prisioneiros de Auschwitz que encontrei no Google:

- Michel foi arrancado da enfermaria de Auschwitz para escrever certidões...

- Elie foi operada na enfermaria de Auschwitz...

- Um prisioneiro que tinha sofrido há pouco uma cirurgia à bexiga e já tinha programada uma cirurgia à próstata...

- Salomon foi enviado para a enfermaria e restabeleceu a saúde...

- Israel foi colocado na enfermaria de Auschwitz, incapaz de trabalhar. Isto provavelmente salvou-lhe a jovem vida...


Isto parece-lhe uma fábrica de morte Lutz?


Lutz:

You just don't get it...
Você simplesmente não entende...


Diogo:

Aleksander Gorecki - Este prisioneiro contou como Boger entrou nas instalações da enfermaria do acampamento principal de Auschwitz para ir buscar um prisioneiro que tinha sofrido há pouco uma cirurgia à bexiga e já tinha programada uma cirurgia à próstata.

What is it that i didn't get?
O que é que foi que eu não entendi?

segunda-feira, julho 23, 2007

O ocaso dos partidos políticos?

Jornal Público - 21.07.2007

Texto de São José Almeida

Há um eleitorado de esquerda que não se revê no sistema que oscila entre os dez e os vinte por cento

Houve 20.006 eleitores que colocaram nos ombros de Helena Roseta uma enorme responsabilidade moral e histórica. Não que o número seja muito expressivo. Não que seja imensa gente. Mas é realmente muita gente. Tanta que garantiu a eleição de dois vereadores e o quarto lugar entre as forças políticas concorrentes, que pela primeira vez, na capital, não foram só partidos. Mas é seguramente o voto de gente que está farta, que gritou: "Basta!" É certamente o voto de gente que está cansada de ver os partidos do sistema alternarem no poder, dando palmadinhas nas costas uns dos outros e recorrendo sempre ao mesmo tipo de soluções, que dão origem ao mesmo tipo de problemas.

As eleições de Lisboa mostraram como o rei vai nu, como é cristalina a necessidade de mudança da forma de funcionar dos partidos do sistema político. Por um lado, a abstenção atingida de 62,61 por cento mostra como a descrença no sistema político leva à desistência e ao descrédito da própria representatividade eleitoral. Por outro lado, esta actual ordem de coisas é demonstrada pelo mais baixo número de votos colhido pelo PS na capital, 57.907 votos, menos 17 mil que Manuel Maria Carrilho, assim como pela hecatombe que atingiu todos os partidos. PCP (18.681 votos) e BE (13.348 votos) também baixaram drasticamente as votações. O CDS (7258 votos) foi varrido dos paços do concelho e o PSD (30.855 votos) dividiu-se, ficando parte ao lado do anterior presidente da câmara, Carmona Rodrigues (32.734 votos).

O desgaste do sistema político e partidário refém do aparelhismo mais tosco e manobrista viu-se de forma transparente nas eleições para a câmara da capital, mas já se viu também ao nível nacional, na candidatura de Manuel Alegre. E se há desgaste partidário fruto do aparelhismo, há também desgaste partidário fruto da falência de projectos. Não é por acaso que o CDS e o PSD se esboroam, o que é facto é que o programa político em curso pela acção governativa do PS de José Sócrates ocupou o espaço ideológico e as propostas de inspiração neoliberal, que tinham ficado fechadas sob a direcção Durão Barroso-Paulo Portas.

Mas para além da comprovação da crise provocada pelo anquilosamento actual dos partidos o resultado de Lisboa vem na continuidade do resultado para a eleição do Presidente da República, na qual Manuel Alegre, concorrendo também à margem do PS oficial, acabou por obter 20 por cento dos votos. Não é preciso ler nas cartas nem na bola de cristal para perceber que há uma linha de continuidade entre estes dois resultados. Basta apenas recordar, a nível formal, o papel que Helena Roseta teve na candidatura de Manuel Alegre. Mas há claramente uma continuidade ideológica nos dois movimentos. E seguramente uma continuidade de eleitorado.

Há um eleitorado de esquerda que não se revê no sistema que oscila entre os dez e os vinte por cento e que está disponível e quer tomar posição e ter em quem votar, mas que não quer dar o seu mandato a partidos em que não só não se revê, mas cujo modus operandi abomina. Um eleitorado que quer resposta de rigor a problemas concretos. Um eleitorado de esquerda para quem não basta ouvir um político dizer que é de esquerda e que é socialista e depois pôr em marcha um programa de reformas neoliberais centralizadas a nível europeu. Um eleitorado de esquerda que, mais do que palavras balofas sobre a revolução futura, quer ver hoje soluções reais que tenham em conta os interesses das pessoas e dirigentes políticos que giram a sociedade de forma a que todos estejam de igual forma perante a lei, haja bem-estar social e distribuição da riqueza.

É a esse eleitorado que Helena Roseta tem a obrigação moral e histórica de dar resposta. É público que a vereadora agora eleita já disse que vai manter o movimento Cidadãos por Lisboa até às autárquicas de 2009. Mas porquê não lançar novos movimentos de Cidadão por...? Porque não apostar noutras autarquias? E porque não apostar a nível temático e nacional? Porque não lançar o movimento dos Cidadãos pelo Ensino Público? Ou o movimento dos Cidadãos pelo Serviço Nacional de Saúde? Ou o movimento dos Cidadãos pelos Direitos de Género? Ou o movimento dos Cidadãos pelos Direitos dos Imigrantes? Grupos que integrem outros grupos ou personalidades com acção em áreas específicas ou cidadãos que se interessam por certos assuntos e deles percebem, mas que estão entregues à política do sofá lá de casa.

E porque não reunir, federar, todos esses movimentos cívicos e políticos autónomos sob o chapéu-de-chuva de um movimento nacional, que se assuma legalmente como um partido e seja activado para concorrer a eleições? Não é assim, por exemplo, que se faz política em democracias como a dos Estados Unidos? O que impede a sociedade portuguesa de romper com o atavismo de estar agarrada a estruturas partidárias esclerosadas que não resolvem os problemas das pessoas, que deixaram de existir para resolver os problemas das pessoas? Por que razão não pode a sociedade portuguesa avançar para uma prática política em que as pessoas sejam chamadas a participar pelas suas causas, por aquilo com que se identificam e essas várias lutas serem depois agregadas e unidas em plataformas eleitorais e em listas de um partido que funcione como face jurídico-constitucional? Não foi isso que tentou o Bloco de Esquerda quando se fundou, apesar de rapidamente ter evoluído para a fórmula tradicional de partido de poder?

Porque não pode a democracia participativa ser complementar da democracia representativa? Até que ponto assumir uma política de cidadania e de causas não será o passo necessário para ultrapassar a crise de descrédito das formações partidárias existentes e da própria democracia representativa e assegurar a proximidade aos eleitores?

Há oportunidades na história que não se repetem. E a urgência de mudar a forma de fazer política em Portugal ficou mais uma vez expressa nestas eleições.

sábado, julho 21, 2007

Banco Central Europeu e Reserva Federal Americana - parceiros gémeos na grande pirataria financeira

"Quem quer que controle o volume de dinheiro em qualquer país é o senhor de toda a sua legislação e comércio" - Presidente James A. Garfield.

A "Reserva Federal" [sistema bancário central dos Estados Unidos] não é uma instituição do governo mas antes um banco central privado possuído por um punhado de grandes bancos e negociantes de obrigações e essencialmente dirigido ao lucro. Como tal, é um cartel possuído e controlado, não pelo Povo dos Estados Unidos mas pela elite que governa a indústria bancária. Esta organização oligárquica é geradora do mais caro sistema de dinheiro e dos maiores conflitos de interesse na história do mundo. É claramente um sistema que vai contra a intenção dos fundadores dos Estados Unidos de América. A Reserva Federal é a irmã gémea do Banco Central Europeu.


Charles August Lindbergh (20 de Janeiro de 1859 - 24 de Maio de 1924) foi Congressista dos Estados Unidos de 1907 a 1917. Lindbergh opôs-se à entrada americana na Primeira Guerra Mundial e à Lei da Reserva Federal de 1913 [que instituiu a Reserva Federal norte-americana].

Lindbergh publicou alguns livros. Em 1913, escreveu o livro "Actividade Bancária, Moeda e o Monopólio do Dinheiro" [Banking, Currency, and the Money Trust], e em 1917 escreveu o livro "Porque é que o seu país está em Guerra?", culpando a alta finança pelo envolvimento dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial. Segundo to Eustace Mullins, folhas deste livro foram confiscadas e destruídas por agentes governamentais.


Citações famosas de Lindbergh:

«Esta Lei [Lei da Reserva Federal] estabelece o mais gigantesco monopólio sobre a terra. Quando o Presidente assinar esta lei, o governo invisível do Poder do Dinheiro [Money Power], cuja existência já foi provada pela investigação do Consórcio do Dinheiro [Money Trust], será legalizada. Esta é a lei de Aldrich Bill disfarçada. As pessoas podem não se dar conta disto imediatamente, mas o dia de ajuste de contas estará apenas a alguns anos de distância. Os monopólios perceberão em breve que foram demasiado longe até mesmo para o seu próprio bem. As pessoas têm de fazer uma declaração de independência para se libertarem do Poder Monetário [Monetary Power]. Podem fazê-lo controlando o Congresso. Os senhores de Wall Street não nos podem enganar se vocês, Senadores e deputados da Câmara de Representantes não defraudarem o Congresso. Se tivéssemos um Congresso do povo, haveria estabilidade."»


«O maior crime de Congresso [norte-americano] é seu sistema de moeda. O pior crime legislativo de todos os tempos foi perpetrado por esta lei bancária. A convenção política e os patrões dos partidos operaram novamente e impediram as pessoas de beneficiar de um Governo próprio. Foi concedido aos bancos o especial privilégio de distribuir o dinheiro e eles cobram os juros que quiserem. A nova lei do Presidente dá aos banqueiros ainda mais poderes do que eles tinham com as antigas leis… A propriedade será considerada como tendo maior força potencial do que a família humana. Nenhum ser humano pode competir com [o poder potencial dos juros compostos do dólar]. Nada pode competir com o dólar excepto dois dólares e assim por diante, quanto maior a soma, maior a cinta. Os banqueiros controlam isto. Para elevar os preços, tudo o que o Conselho de Directores da Reserva Federal dos Estados Unidos terá que fazer será baixar a taxa de redesconto... produzindo uma expansão de crédito e uma subida do mercado de valores; então quando... os empresários se tiverem ajustado às novas condições, podem parar repentinamente... o aumento da prosperidade elevando a taxa de juros arbitrariamente. Podem causar a oscilação da subida e queda dos mercados, fazendo-os balançar suavemente de um lado para outro através de pequenas mudanças na taxa de desconto, ou causar flutuações violentas por intermédio de uma grande variação da taxa de juro, e em qualquer caso possua informação confidencial sobre condições financeiras e conhecimento prévio de mudanças próximas, de subidas ou descidas.»

«Este é o mais estranho, a vantagem mais perigosa que já alguma vez foi colocada nas mãos de uma classe especial de privilegiados por qualquer Governo que já existiu. O sistema é privado, administrado com o propósito exclusivo de obter os maiores lucros possíveis do uso do dinheiro de outras pessoas. Eles sabem quando criar pânico em seu benefício com antecedência. Também sabem quando parar o pânico. Inflação ou deflação funcionam igualmente bem para eles quando são eles controlam as finanças... O custo de vida continuará a subir enquanto as leis de natureza continuarem a ser violadas através de práticas antieconómicas. Nós temos de pagar o castigo. Não deveria haver nenhuma moeda corrente que não fosse emitida pelo governo… Se tal fosse o caso, o problema do juro (como um factor perturbador) cessaria e uma nova era nasceria no mundo… não haverá nenhum sufoco do sistema pelos actos arbitrários dos reis da finança, porque eles não são senão um produto das práticas arbitrárias e antinaturais que as pessoas se habituaram a usar como um meio de administrar os seus negócios. Nós estamos debaixo da alçada dos bancos que nos ensinam esta economia no uso de dinheiro e crédito. Mas… o crédito é suportado e mantido pelos recursos do Povo e a aplicação diária da sua energia. Os bancos simplesmente engordaram ao torná-lo corrente e negociável.»


«O Plano de Aldrich é o Plano de Wall Street. Significa outro pânico, se necessário, para intimidar as pessoas. Aldrich, pago pelo governo para representar o povo, propõe antes um plano para os monopólios." - O Plano de Aldrich é o precursor que gerou a Reserva Federal.»



Entretanto, cá pela zona euro, os juros não param de subir e ninguém parece entender porquê:

Domingos Amaral – Diário económico - 2/5/2007: "O Banco Central Europeu continua demasiado paranóico com a inflação, descobriu uma nova fonte de aflição chamada “massa monetária”, que segundo o BCE cresce em demasia, e portanto há que conter essa energia desalmada, e a única forma de o fazer é aumentar as taxas de juro.

Miguel Frasquilho – Jornal de negócios - 2/5/2007: "(...) Assim sendo, por que continua o BCE a sua escalada dos juros? Promover o crescimento económico sem pressões inflacionistas não é positivo?"

"Além disto, nota-se também que, apesar de a massa monetária estar a crescer, actualmente, em redor de 10%, a inflação mantém-se abaixo de 2%... nem com a melhor das boas vontades se consegue encontrar uma relação convincente entre estas duas variáveis."

"Tudo leva a que seja difícil de entender o que move o BCE a continuar a subir os juros, como os mercados antecipam e já atrás referi. Não deverá o BCE deixar de utilizar a massa monetária como principal factor para explicar o comportamento da inflação?"


Comentário:

Não estará na altura de todos nós, os pagadores de juros incompreensíveis, irmos fazer uma visita a Vítor Constâncio, o actual governador do Banco de Portugal e afilhado de Jean Claude Trichet [presidente do Banco Central Europeu], e pedir-lhe explicações? Para onde vão os juros escandalosos que andamos a pagar Vítor? Esses bolsos têm por apelido Rothschild, Warburg, ou Lazard?

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terça-feira, julho 17, 2007

TV Blogo – Os atentados de 29 de Junho de 2007 em Londres

BBC Brasil: Dois carros-bomba encontrados no centro de Londres nesta sexta-feira (29 de Junho). Um Mercedes Benz, foi o primeiro a ser encontrado e tinha 60 litros de gasolina, cilindros de gás e pregos.

O carro foi encontrado devido ao alerta feito por uma equipe médica em uma ambulância, que estranhou ao ver fumaça saindo do Mercedes. Segundo os policiais, caso o dispositivo houvesse explodido, poderia ter causado "uma carnificina".

A BBC adianta que os oito suspeitos dos atentados terão em comum trabalhar ou tê-lo feito antes para o sistema nacional de saúde britânico. Segundo a estação pública britânica, os sete homens são médicos ou estudantes e Marwah Asha, mulher de Mohammed Asha, é técnica de laboratório num hospital em Shrewsbury.


Keith Olbermann, no programa COUNTDOWN da MSNBC, convidou Larry Johnson, ex-oficial da CIA, e ex-oficial do contra-terrorismo, para comentar os «atentados» de 29 de Junho em Londres:

Larry Johnson: E, claramente, os tipos que fizeram isto, são terroristas yuppies no mínimo. Tinham dinheiro para um Mercedes, mas não tinham dinheiro suficiente, para aprenderem a fazer uma bomba decente que realmente explodisse. Graças a Deus!

Keith Olbermann: Onde, para além de si, estão os cépticos que sabem do que é que estão a falar? Existe algum problema com opiniões na televisão sobre o terrorismo, em que nove em cada dez tipos que vêm à televisão têm todo o interesse em que seja terrorismo, porque de outro modo as suas personagens e as suas companhias nem sequer existiam?


Quem não parece ter ficado muito satisfeito com o comportamento das suas células médicas londrinas foi Ayman al-Zawahri, o «número dois» da Al Qaeda...


sábado, julho 14, 2007

EUA – a saúde pode matar

Jornal Expresso - 14 de Julho de 2007

Texto de Daniel Oliveira

‘Sicko’

Eram escusadas as lágrimas e a pequena manipulação emocional no último filme de Michael Moore, ‘Sicko’, sobre o sistema de saúde americano. Os factos chegavam. Por cada cidadão, gastam-se nos EUA mais de sete mil dólares por ano em saúde. O dobro dos europeus. O triplo dos portugueses. Para acudir a todos? Pelo contrário. 43 milhões de americanos não têm acesso a qualquer cuidado de saúde e por isso mesmo morrem 18 mil por ano. Para ter melhor? Pelo contrário. A qualidade do sistema de saúde americano, quase exclusivamente garantido por seguradoras, põe os Estados Unidos no humilhante 37º lugar do «ranking» da Organização Mundial de Saúde. Os dez primeiros são quase todos europeus. Segure-se: Portugal está em 12º. E cerca de metade da mortalidade infantil por mil nascimentos da que é registada nos EUA. Um número a reter.

O documentário conta histórias na primeira pessoa. Um amputado que teve de escolher o dedo que poderia ver de volta olhando para o seu saldo bancário. Uma mulher que não foi aceite por uma seguradora por ser demasiado gorda. Um médico que assina de cruz todas as recusas e ganha um bónus por cada tostão que poupa à empresa.

Da próxima vez que alguém, para defender a privatização do serviço público de saúde, lhe falar de liberdade de escolha e de qualidade dos serviços veja este filme. O europeu gasta menos e pode escolher entre o privado e o público. O americano gasta mais para poder escolher entre as seguradoras e coisa nenhuma. E mesmo assim terá de negociar a sua vida.

Um resumo de 12 minutos do filme de Michael Moore - Sicko




Comentário:

Ora aqui está um filme que o nosso ministro da saúde, António Correia de Campos, não desejará assistir. Um filme demasiado violento para quem se tem empenhado tanto em enterrar o Serviço Nacional de Saúde

quinta-feira, julho 12, 2007

Os dez Mandamentos da Condução do Vaticano


A ultrapassagem de um carro de forma perigosa é pecado para a Igreja Católica, segundo as recomendações divulgadas pelo Vaticano a 19 de Junho de 2007 para os motoristas. O guia, traz ainda regras como: não guiarás sob influência do álcool; respeitarás os limites de velocidade; não considerarás o carro como objecto de glorificação pessoal, nem o usarás como local de pecado.

As 36 páginas das "Directrizes para o Cuidado Pastoral da Estrada" contêm dez mandamentos abrangendo questões como a ira ao volante, o respeito aos pedestres, a manutenção do veículo e como evitar gestos rudes na hora de dirigir.

Questionado em entrevista colectiva sobre qual seria tal "ocasião para pecar", o cardeal Renato Martino disse: "Quando um carro é usado como lugar para o pecado."


O Daily Show pegou obviamente no assunto:

Jon Stewart: Nesta semana, o Vaticano publicou os dez Mandamentos da Condução. Um guia moral ao uso do carro feito pelo cardeal Renato Martino, porque, cito: “Conduzir, tornou-se uma parte importante da vida contemporânea. "Sim, eu também reparei nestas carruagens sem cavalos por aí. O seu clamor abafa o meu gramofone".

Jon Stewart: Um carro não deve ser usado como uma ocasião para pecar. Isso implica o que eu penso?

John Oliver (correspondente no Vaticano): Sim, Jon. Sua Eminência é bem clara. Se a tua carrinha está a abanar, a tua alma imortal pode estar em perigo.


quarta-feira, julho 11, 2007

Britânica casou-se com filho de Bin Laden


Portugal Diário – 11 de Julho de 2007

Uma mulher britânica, de 51 anos, casou-se com Omar Ossama Bin Laden, de 27, filho do líder da mais temida rede terrorista do mundo, noticia o jornal britânico The Times. Jane Felix-Browne pretende, agora, que seja concedido um visto ao seu marido para que a possa visitar no Reino Unido.

«Seria bom se, como qualquer outra mulher, eu pudesse levantar-me e dizer que este é o meu marido e este é o seu nome, mas tenho que ser realista», afirmou a mulher ao jornal, revelando que conheceu Omar - um dos 17 filhos de Bin Laden - em Setembro, no Egipto.

Sobre as virtudes do seu companheiro, a britânica sublinhou que «é a pessoa mais bonita» que conheceu e não lhe poupou elogios. «O seu coração é puro, é piedoso, sossegado, um verdadeiro cavalheiro, e é o meu melhor amigo».

A mulher assegurou ainda que o seu esposo «não fez nada de errado», distanciando-o das actividades terroristas praticadas pelo pai. «Ele viu o pai pela última vez em 2000, quando se encontravam no Afeganistão. Deixou-o porque sentiu que não era correcto lutar ou estar num exército», explicou.


Comentários [da noiva]:

Sobre os acontecimentos do 11 de Setembro e, particularmente, a destruição do World Trade Center, Jane afirmou que o sogro, Ossama Bin Laden, tem, por vezes, "mau vinho".

Sobre o vice-presidente norte-americano Dick Cheney, acrescentou que não é "bom de assoar". Declarou igualmente simpatizar com Blair, "uma pessoa bem formada", e lamentou que lhe tivesse sucedido o abichanado Gordon Brown, e "escocês, ainda por cima".

terça-feira, julho 10, 2007

José Manuel Fernandes - As inquietações de Sócrates e Barroso com a «independência» do Banco Central Europeu

Segundo José Manuel Fernandes, director do Público, o presidente francês Nicolas Sarkozy tem apresentado propostas que deveriam inquietar José Sócrates e Durão Barroso. A principal, segundo Fernandes, é o ataque à independência do Banco Central Europeu:

Jornal Público – 10 de Julho de 2007

«A primeira [proposta], formalmente descartada pela maioria dos Governos, mas apoiada à boca pequena por alguns dos líderes europeus (incluindo José Sócrates), é a do estatuto de independência do Banco Central Europeu.»

«Neste domínio devemos distinguir dois aspectos: uma coisa é querer discutir as suas prioridades consagradas nos estatutos, outra é querer submetê-lo às orientações de um quimérico "governo económico europeu"

«É possível discutir os estatutos: os do BCE apenas consagram o seu dever de controlar a inflação, mas não é impossível que também incluam como prioridade o crescimento económico, formando o binómio que orienta a Reserva Federal dos Estados Unidos.»

«Mas já não é possível querer que os banqueiros manipulem as taxas de juro ou mesmo as de câmbio em função de directrizes políticas, muitas vezes conjunturais e politiqueiras até ao limite do razoável.»


Comentário:

Estando a inflação controlada abaixo dos 2% e com tendência a diminuir, e com os analistas económicos a afirmar que é difícil entender os motivos que levam o Banco Central Europeu a continuar a subir os juros, é compreensível a preocupação de José Manuel Fernandes com a manipulação das taxas de juro por parte dos banqueiros em função de directrizes políticas.

O conceituado editorialista do Público defende uma manipulação das taxas de juro em função de objectivos mais nobres:

O lucro do Millennium BCP atingiu 191 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Os resultados em base recorrente cresceram 16% nos primeiros três meses do ano.

O Banco Espírito Santo divulgou quinta-feira um lucro de 139,8 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 33% que no período homólogo...

O BPI obteve um resultado líquido de 96,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, um valor que corresponde a uma subida de 30 por cento face a igual período do ano anterior.

O resultado do Banco Bilbao Viscaya y Argentaria (BBVA) subiu para pouco mais de 1,25 mil milhões de euros, mais 23% no resultado líquido no primeiro trimestre de 2007.

O Banco Santander Central Hispano obteve um resultado líquido de 1,8 mil milhões de euros, no primeiro trimestre do ano. Este valor representa mais 21% que no período homólogo...


As sanguessugas partilham das preocupações de Sócrates e Barroso no tocante à «independência» do Banco Central Europeu

sexta-feira, julho 06, 2007

Médio Oriente – A América fomenta a democracia ou incita a «diversidade»?



Fareed Zacaria, editor da Newsweek Internacional, foi ao Daily Show dissertar sobre as políticas americanas no Médio Oriente.



Jon Stewart – Eu não acreditava, originalmente, no Presidente e em certos elementos da sua Administração, no seu plano de espalhar liberdade e democracia no Médio Oriente, mas ao ver o que se passa em Gaza e no Iraque, convenceram-me. O que correu bem?

Fareed - Bem, olhemos para o plano A. O plano A era fazer eleições no Iraque, em Gaza, no Líbano. Mas como o plano A não está a funcionar muito bem, passou-se ao plano B: elegemos fanáticos religiosos em qualquer dos lados e eles começam a matar-se uns aos outros, e, assim, não nos matam a nós.

Fareed - Não digo que estejamos a fomentar a violência, mas estamos a reconhecer que há diversidade no mundo islâmico e árabe, e a encorajar essa diversidade...


Jon Stewart –Mas o que se fará ao Irão? A Administração está sempre a dizer “temos provas que o Irão se envolveu com os revoltosos”. Mas o lado sunita recebe apoios da Arábia Saudita mas ninguém fala nisso. Qual é a diferença de lógica?

FareedNós não gostamos do Irão. Gostamos da Arábia Saudita...


terça-feira, julho 03, 2007

Durão Barroso - um indivíduo com as mãos sujas de sangue


A 18 de Março de 2003, na intervenção com que abriu o debate mensal no Parlamento, Durão Barroso responsabilizou o regime iraquiano por ter assumido uma «estratégia de confronto e de desprezo pela comunidade internacional»

«Mas caso uma intervenção militar venha a ter lugar, Portugal vai estar, no plano político e dos princípios, ao lado dos seus amigos e aliados contra uma ditadura que ameaça a paz e a segurança dos povos», ressalvou Durão Barroso. Para isso, há que «garantir a integridade territorial» do país, «auxiliar o povo iraquiano a reintegrar-se na nossa comunidade global» e «apoiar o estabelecimento de um regime democrático no respeito pelos direitos humanos e pela legalidade internacional».

Referindo-se à cimeira dos Açores, realizada a 16 de Março de 2003, o primeiro-ministro afirmou que Portugal se identifica totalmente com a «mensagem transatlântica» saída do encontro que reuniu George W. Bush, e os primeiros-ministros da Grã Bretanha, Espanha e Portugal.


Em Outubro de 2006, a BBC estimava que já tivessem morrido 655 mil iraquianos em resultado da invasão, entre os quais uma grande percentagem de mulheres e crianças. Desde esta data a violência aumentou de forma drástica. Provou-se que as armas de destruição maciça de Saddam só existiram na cabeça de Bush e Barroso. Dois responsáveis de um Holocausto sem nome:


TV Blogo - Durão Barroso e o Iraque

TV Blogo - Barroso

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