John Pilger - 22/Junho/2006
Timor Leste, um dos mais novos e mais pobres estados do mundo enfrenta o poder esmagador do seu grande vizinho, a Austrália. O prémio, mais uma vez, é petróleo e gás.
Actualmente a Austrália gosta de se apresentar como um vizinho prestativo e generoso de Timor Leste, depois de a opinião pública ter forçado o governo de John Howard a enviar uma força de manutenção da paz da ONU seis anos atrás. Timor Leste é agora um estado independente, graças à coragem do seu povo e à tenaz resistência dirigida pelo movimento de libertação Fretilin, que em 2001 ganhou o poder político nas primeiras eleições democráticas. Nas eleições regionais do ano passado, 80 por cento dos votos foram para a Fretilin, dirigida pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri, um "nacionalista económico" convicto, que se opõe à privatização e à interferência do Banco Mundial. Um muçulmano secular no país sobretudo Católico Romano, ele é, acima de tudo, um anti-imperialista que enfrenta as exigências ameaçadoras do governo Howard por uma partilha injusta das benesses do petróleo e do gás do Estreito de Timor.
Em 28 de Abril último uma secção do exército timorense amotinou-se, ostensivamente acerca de pagamentos. Uma testemunha ocular, a repórter de rádio australiana Maryann Keady, revelou que oficiais americanos e australianos estavam envolvidos. Em 7 de Maio Alkatiri descreveu os tumultos como uma tentativa de golpe e disse que "estrangeiros e gente de fora" estavam a tentar dividir o país. Um documento escapado da Australian Defence Force revelou que o "primeiro objectivo" da Austrália em Timor Leste é "ganhar acesso" para os militares australianos de modo a que possam exercer "influência sobre os decisores de Timor Leste". Um "neo-con" bushista não teria dito melhor.
A oportunidade para "influenciar" surgiu em 31 de Maio, quando o governo Howard aceitou um "convite" do presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, e do ministro das Relações Exteriores, José Ramos Horta – que se opõem ao nacionalismo de Alkatiri – para enviar tropas para Dili, a capital. Isto foi acompanhado por reportagens tipo "nossos rapazes vão salvar" na imprensa australiana, juntamente com uma campanha de difamação contra Alkatiri como um "ditador corrupto". Paul Kelly, antigo editor-chefe do Australian de Rupert Murdoch, escreveu: "Isto é uma intervenção altamente política ... a Austrália está a operar como uma potência regional ou um hegemonista político que modela a segurança e o porvir político". Tradução: a Austrália, tal como o seu mentor em Washington, tem um direito divino a mudar o governo de um outro país. Don Watson, redactor dos discursos dos antigo primeiro-ministro Paul Keating, o mais notório apologista de Suharto, incrivelmente escreveu: "A vida sob uma ocupação assassina pode ser melhor do que a vida num estado fracassado..."
Ao chegar com uma força de 2000 homens, um brigadeiro australiano voou de helicóptero directamente para o quartel general do líder rebelde, major Alfredo Reinado — não para prendê-lo pela tentativa de derrubar um primeiro-ministro democraticamente eleito, mas para cumprimentá-lo calorosamente. Tal como outros rebeldes, Reinado foi treinado em Camberra.
O comandante Alfredo Reinado, guardado por simpáticos soldados australianos, num hotel das montanhas, à beira-mar, de onde comanda a "revolta" contra Alkatiri.
Cortesia do Arrastão
Dizem que John Howard ficou agradado com o título de "vice-xerife" do Pacífico Sul, atribuído por George W. Bush. Recentemente ele enviou tropas para reprimir uma rebelião nas Ilhas Salomão, e oportunidades imperiais acenam em Papua Nova Guiné, Vanuatu e outras pequenas nações insulares. O xerife aprovará.
35 comentários:
É a infeliz realidade, conspirações, acontecimentos e guerras, encapotadas com o objectivo de assegurar as restantes reservas energéticas, que já não vão chegando para todos, como unica forma de manter o poder e manter oleado o "esquema ponzi" que é a economia mundial.
"If kindness and comfort are, as I suspect, the results of an energy surplus, then, as the supply contracts, we could be expected to start fighting once again like cats in a sack."
—George Monbiot
tal como em muitos outros casos, pelo Mundo fora (tal como a guerra nos Balcãs, cujas motivações nunca se perceberam) também esta história tem, desde o início, a meu ver, as marcas das provocações arrivistas dos facínoras que tentam dominar o Mundo; as acções de "cover-up", que já conhecemos de longa datra e conseguimos identificar facilmente.
Uma coisa eu garanto: não é o bem estar ou o progresso do povo de Timor que está em caus, tão pouco, ou muito menos ainda, a democracia...
Mas ninguém pense que a GNR fará outra coisa que não seja "acolitar" a invasão e a ocupação, participando nas provocações, na instigação dos pretextos.
O Sofocletómetro volta a actuar!
Já agora: que você embirre com Bush, Cheney, Blair e demais amigos...ainda vã que não vá.
O que é ridículo é a forma como voc~e acha os muçulmanos uns santinhos acima de qualquer suspeita. É quase ofensivo, pois você trata-os como atrasados mentais que nem sequer têm inteligência e/ou motivação para dar cabo do canastro a uns quantos.
Se você fosse mulher e habitasse um país dos agachados de Alá talvez a sua opinião sobre eles fosse diferente.
Deve você achar uma piada e apoiar então as lapidações e outros hábitos "culturais" do género.
Entenda: se critica as violações aos Direitos Humanos cometidos por EUA e muitos outros, porque razão NUNCA fez nenhuma crítica os muçulmanos.
Você deve é estar bem tristinho por o Hamas estar a dar a 'pirueta'.
"o Hamas é uma invenção da Mossad"
E a seguir, what? O Partido democrático é uma criação dos Republicanos?
Começo a pensar se para este nível de paranóia há espaço em Rilhafoles para este género de clientela...
Já agora sabias q forma pilotos israelitas q assassinaram o Savimbi, e que os broncos q bombardeavam os timorenses com napalm eram pilotados por americanos
Caro Sofocleto,
Antes de mais, parabéns pelo trabalho importante e continuado desenvolvido neste blog. De facto, "não deixas passar uma"! Para se ficar a par de notícias isentas do que vai por esse mundo fora, é preciso que seja um "simples" blog a fazê-lo, poeque com a nossa imprensa tradicional ou escondem ou deturpam.
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Quanto ao post, tinha que ser, não é? O petróleo e o gás já tinham que estar "no meio da rebelião", mas quanto ao envolvimento de oficiais americanos e australianos estava no "segredo dos deuses", se bem que não é de espantar (bom... digo isto agora porque "está lido", mas sempre que a "terra treme" Bush e comandita estão por detrás... não falha!)
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Uma curiosidade: Penso que o Daniel Oliveira é o mesmo que tem o "Barnabé" em "Fim de emissão" desde 03.07.2005. É verdade?
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Abraço
Caro Joshua,
Os desenhos em Rilhafoles são todos destinados aos internos e não ao pessoal clínico. Mas se estiver interessado far-lhe-emos novamente o teste de Rorschach.
Suadações de Rilhafoles
PS: Já que é tão expert em questões "genealógicas" não se me importa de explicar quem fabricou o Anacleto Louçã? É que esse nem em Rilhafoles foi admitido...
Miguel Bombarda,
Você, pelo sentido de humor que revela, não parece mau rapaz. Quer ter alguma discussão séria sobre algum assunto? Vamos ver se a inteligência está ao nível do humor?
Escolha a arma Sofocleto.
Mas como prova da sua boa-fé só lhe peço que não escolha o anti-americanismo primário e/ou a teoria da conspiração. Nessas matérias cofesso o meu "leiguismo" e a vossa superioridade.
Mas ainda tocando no calcanhar de Aquiles (que o de Aquiles era mesmo o calcanhar) proponho-lhe a seguinte questão, ainda sabendo de antemão que jogo em campo adversário:
sendo o meu amigo tão notoriamente anti-americano, não inveja como europeu, ou como português, a noção que os americanos têm de si mesmos enquanto modelo civilizacional? Explico-me: não lhes gaba o meu amigo a capacidade de catarse e auto-crítica?
Acha o meu amigo que um filme como o "Fahrenheit 9/11", ou um "Bowling For Columbine" poderia ter sido feito por um europeu (já não digo a "cascar" num país europeu, mas inclusive, a "cascar" nos EU)?
Ou se me permite a veleidade: a grande frustração dos anti-americanos é que tudo o que de pior pode ser dito contra os EU foi já dito e/ou feito por um norte-americano. Nós, os europeus há muito que perdemos o sentido auto-crítico. Suponho que deva ter ficado enterrado nas actas da Conferência de Berlim...
continuo sem dados para poder analisar este caso!!
a desinformação é enorme e, como tal, é fácil atacar o óbvio (australianos).
mas será mesmo assim?
não haverá por ali uma mãosinha insuspeita e também inábil?
o tempo talvez o revele!
Luikki,
Porquê esperar por amanhã quando pode fazer já hoje?
A culpa é do W!!!!
Os factos?! Esteja descansado alguma sondagem ou algum filme do Michael Moore há-de aparecer mais cedo ou mais tarde...
Aí é que está o busílis meu caro Miguel Bombarda. Eu não sou anti-americano. Tal como não sou anti-russo, anti-chinês, anti-israelita ou anti-espanhol. Essa expressão não faz sentido. Sou, isso sim, contra ladrões, rapinadores, assassinos e genocidas.
Em 1961 o Presidente americano Eisenhower no seu discurso de despedida afirmou:
«Nas esferas da governação, devemos proteger-nos contra a aquisição de uma influência indesejada, procurada ou não, por parte do complexo militar-industrial. Existe, e permanecerá, o potencial para um surto desastroso de poder mal concentrado. Não devemos nunca permitir que o peso desta conjugação ameace as nossas liberdades ou o processo democrático. Não devemos partir do pressuposto de que tudo esteja garantido.»
Ora acontece, meu caro Miguel, que acabaram por se verificar as piores expectativas de Eisenhower e o complexo militar-industrial tomou conta da carroça. Todos os tipos da actual administração americana provêm das indústrias ligadas à defesa e às petrolíferas.
Esta rapaziada expôs as suas intenções num documento – PNAC «Project for the New American Century» (Projecto para o Novo Século Americano. O PNAC esboça um roteiro da conquista. Apela à "imposição directa de 'bases avançadas' americanas em toda a Ásia Central e no Médio Oriente" tendo em vista assegurar a dominação económica do mundo, ao mesmo tempo que estrangulando qualquer potencial "rival".
O projecto do PNAC também esboça uma estrutura consistente de propaganda de guerra. Um ano antes do 11 de Setembro, o PNAC apelava a "algum evento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor", o qual serviria para galvanizar a opinião pública americana em apoio de uma agenda de guerra. Os arquitectos do PNAC parecem ter antecipado com cínica precisão a utilização dos ataque do 11 de Setembro como "um incidente pretexto para a guerra".
Portanto Miguel, não se trata de possuir ou não sentido auto-crítico. Trata-se de perceber a realidade. E aí, tão bons são os americanos, comos os europeus, como o resto do mundo. Basta ter dois dedos de testa.
Luikki,
Onde há petróleo, há petrolíferas envolvidas. E as maiores petrolíferas do mundo são americanas. Que por sua vez controlam a Casa Branca e o Pentágono.
«Just after Australia Prime Minister John Howard's trip to see Bush in Washington: a major rebellion occurs in oil-rich East Timor. Cause and effect?»
A.Castro,
Obrigado pelo elogio mas é imerecido. Limito-me quase só a transcrever (muitas vezes traduzindo) artigos de outros autores, esses sim, que desmontam e explicam a mecânica daquilo a que estamos a assistir hoje em dia.
Quanto ao - «Penso que o Daniel Oliveira é o mesmo que tem o "Barnabé" em "Fim de emissão" desde 03.07.2005. É verdade?», não faço idéia nenhuma.
Um abraço
Diário de Notícias
Admirador de Margaret Thatcher, John Howard adoptou a política de "racionalismo económico", apostando na diminuição da despesa pública e nas privatizações. Mas para a história o primeiro-ministro australiano ficará conhecido como o "xerife" de Bush, nas palavras do Presidente americano.
Caro Sofocleto,
Tem toda a razão quando diz que os EUA pretendem garantir "a dominação económica do mundo". Não me parece que seja só a económica, mas também, e em termos mais concretos a petrolífera, e em termos mais gerais a militar.
O actual quadro geo-político não deriva já do final da Segunda Grande Guerra, como parecemos crer quando falamos da ONU. Ele advém do final da Guerra Fria. E nessa altura acabou a história maniqueísta dos "cowboys" e dos "índios", e com o estiolar do portentado soviético vimos nascer (ou tão somente confirmar-se) a força da potência hegemónica dos EUA.
Se me perguntar de que lado da barricada eu estava, penso que não será necessário responder-lhe.
Com o final dessa ameaça sempiterna que era o bloco ocidental para o mundo soviético e, por outro lado, o final do perigo soviético para o mundo ocidental, assistimos pois nas últimas três décadas à instalação de uma só potência. Por detrás dessa potência escondem-se os mais sinistros interesses? Não duvido. Mas tem sido essa potência que nos tem garantido estas três décadas de acalmia no espaço atlântico. E se pusermos em relevo os interesses macro-económicos envolvidos, essa arma tem de servir para ambos os adversários.
Explico-me: aquando da guerra do Iraque a administração Bush foi (e bem) fusilada pela opinião pública pelo factor que realmente motivava a intervenção naquele país, o petróleo. Mas ninguém, ou pouquíssima gente pelo menos, questionou as posições de países como a França, que tão cedo veio a terreno condenar a intervenção, mesmo sabendo que França era, paradoxalmente, o país com mais interesses na exploração petrolífera irquiana.
Concordo consigo numa coisa: o problema de tudo isto não é propriamente a res politica, mas antes a res economica. E o dinheiro, meu caro amigo, não vê fronteiras nacionais nem ideologias políticas.
Os Australianos limitam-se simplesmente a garantir que ganhe quem ganhar, o petróleo é deles. Tão simples quanto isso. O resto são ensaios, conjecturas e por aí adiante.
Joshua,
E quem afinal não é produto das conjecturas dos neo-cons? E andarão os neo-cons nas suas vimanas? É que se a resposta é positiva até Tenzo Gyatso é uma criação neo-con...
Suadações de Rilhafoles.
PS: Já sabe que os produtos receitados pelo Wilson e pelo Leary estão proibidos em Rilhafoles, agora a nossa biblioteca é pequenas mas selecta. Se quiser ter acesso a alguma obra do Harbinson é só pedir.
para divulgação:
Veja um documentário americano de 2005 que prova que os atentados de 11 de Setembro 2001 foram planeados pela Administração Bush. O filme pode ser visionado aqui:
http://www.loosechange911.com/ (1 Hora e 20 minutos) mas será exibido sexta-feira dia 30 na BOESG - Biblioteca dos Operários e Empregados da Sociedade Geral - que em conjunto com a InfoNature.Org, convida todos os interessados a participarem no evento. Local: BOESG - Rua das Janelas Verdes, nº 13, 1º Esq. Lisboa
sobre Timor, hoje no DN:
Nuno Antunes, um consultor que trabalhou com Alkatiri nas negociações sobre o petróleo: "tenho é poucas dúvidas de que as declarações de apoio a Xanana Gusmão e a Ramos-Horta por parte da Austrália em geral têm muito a ver com o facto de o primeiro-ministro timorense ser quem é. A Austrália não perdoa o acordo que Mari Alkatiri conseguiu obter que prejudicariam os Territórios do Norte da Austrália"
http://dn.sapo.pt/2006/06/29/internacional/planos_alkatiri_prejudicariam_territ.html
Caro Miguel Bombarda,
«Os EUA pretendem garantir a dominação petrolífera e militar do mundo»
De acordo.
«Mas tem sido essa potência que nos tem garantido estas três décadas de acalmia no espaço atlântico».
Porquê? Teria a Europa entrado em guerra se não fosse o papel dissuasor da potência americana? E não esqueçamos que foram os americanos que estiveram por trás do desmembramento da Jugoslávia, o primeiro conflito na Europa depois da II Guerra Mundial.
«o problema de tudo isto não é propriamente a res politica, mas antes a res económica. E o dinheiro, meu caro amigo, não vê fronteiras nacionais nem ideologias políticas»
O problema é que a res económica controla a res política. E ao fazê-lo controla a res militar. Donde resulta que os impostos da “res pública” americana estão nas mãos da res económica de meia dúzia.
Ora essa meia dúzia quer o controlo do planeta e pretende fazê-lo controlando o petróleo e o gás. Estes encontram-se em grande parte no Médio Oriente e no Cáspio. Donde a «guerra ao terrorismo», que lhes serve para implementar essa estratégia.
Os americanos controlam já militarmente o Afeganistão e o Iraque, e têm como protectorados os emiratos árabes e a Arábia Saudita. Querem agora atirar-se à Síria e ao Irão e prometem usar armas atómicas. Mas russos e chineses não estão de acordo. O mundo pode estar à beira de uma guerra nuclear e a viver um dos momentos mais perigosos de sempre.
Parabéns Sofocleto por ter publicado esta peça essencial para o desmascamento da quadrilha que está a aniquilar o que ainda existe de decente neste "vale de lágrimas". Entretanto, para que todos soubessem quem é o grande australiano John Pilger, seria interessante incluir este descritivo.
Parece-me óbvio que os EUA tentam a todo o custo garantir a supremacia e o controlo do Médio Oriente.
Os motivos? Os mais variados: os seus detractores dirão que a questão é meramente económica ou petrolífera; os outros, que prossegue a senda pela democratização e pela edificação de estados de direito nessa região.
A verdade há-de estar, certamente, a meio caminho entre as duas.
Mas também lhe assevero uma coisa: que o mundo seria um lugar muito mais seguro se um só país, e se esse país fosse os EUA, detivesse o monopólio do poder nuclear. Assistindo, como temos vindo a assistir à proliferação de ogivas nucleares pelos mais variados países, a mim só me assegura que, ao mais pequeno sinal de instabilidade, alguém há-de premir o botão.
A pergunta que lhe deixo no ar é a seguinte: e esse alguém for outro que não o presidente norte-americano?
Caro Miguel.
«os outros, que prossegue a senda pela democratização e pela edificação de estados de direito nessa região. A verdade há-de estar, certamente, a meio caminho entre as duas.»
Você ainda não percebeu o que está a acontecer na América?
O general Franks, que dirigiu a campanha militar dentro do Iraque, apontou recentemente (Outubro de 2003) para o papel de um "evento produtor de baixas maciças" para reunir apoio à imposição do domínio militar na América (Ver General Tommy Franks calls for Repeal of US Constitution, November 2003).
Franks identifica o cenário preciso pelo qual o domínio militar será estabelecido:
"um evento terrorista, maciço, produzindo baixas [ocorrerá] em algum lugar no mundo ocidental — pode ser nos Estados Unidos da América — que leva a nossa população a questionar a nossa própria Constituição e a começar a militarizar o nosso país a fim de evitar uma repetição de outro evento que produza baixas em massa".
Esta declaração, de um indivíduo que estava envolvido activamente no planeamento militar e de inteligência aos mais altos níveis, sugere que a "militarização do nosso país" é um pressuposto operacional em andamento. É parte do "consenso de Washington", mais vasto. Identifica o "roteiro" da guerra e da "Defesa da Pátria" da administração Bush. Não é preciso dizer que também é uma parte integral da agenda neoliberal.
O "evento terrorista produtor de baixas maciça" é apresentando pelo general Franks como um ponto de viragem crucial. A crise resultante e o tumulto social são pretendidos a fim de facilitar uma grande mudança nas estruturas políticas, sociais e institucionais americanas.
A declaração do general Franks reflecte um consenso interno dos militares americanos acerca de como os eventos devem desdobrar-se. A "guerra ao terrorismo" destina-se a proporcionar uma justificação destinada a repudiar a Regra da Lei, com o argumento final de "preservar liberdades civis".
A entrevista de Franks sugere que um ataque terrorista patrocinado pela Al Qaeda será utilizado como um "mecanismo disparador" de um golpe de Estado militar na América. O "evento tipo Pearl Harbor" do PNAC seria utilizado como uma justificação para declarar um estado de emergência, conduzindo ao estabelecimento de um governo militar.
Em muitos aspectos, a militarização das instituições do Estado civil nos EUA já é funcional sob a fachada de uma falsa democracia.
E ainda Miguel,
«ao mais pequeno sinal de instabilidade, alguém há-de premir o botão. A pergunta que lhe deixo no ar é a seguinte: e esse alguém for outro que não o presidente norte-americano?»
Washington adoptou uma política nuclear de primeiro ataque (first strike) "antecipativo", a qual recebeu agora aprovação do Congresso. As armas nucleares já não são uma arma de último recurso como durante a era da Guerra Fria.
Os EUA, a Grã-Bretanha e Israel têm uma política de armas nucleares coordenada. As ogivas nucleares israelitas estão apontadas às maiores cidades do Médio Oriente. Os governos de todos estes três países declararam bastante abertamente, antes da guerra ao Iraque, que estavam preparados para utilizar armas nucleares "se fossem atacados" com as chamadas "armas de destruição em massa". Israel é a quinta potência nuclear no mundo. O seu arsenal nuclear é mais avançado do que o da Grã-Bretanha.
Umas poucas semanas a seguir à entrada dos US Marines em Bagdad, o US Senate Armed Services Committee deu ao Pentágono o sinal verde para desenvolver uma nova bomba nuclear táctica, a ser usada em teatros de guerra convencionais, "com uma potência [até] seis vezes mais poderosa do que a bomba de Hiroshima".
A seguir à decisão do Senado, o Pentágono redefiniu os pormenores da sua agenda nuclear numa reunião secreta com executivos sénior da indústria nuclear e do complexo militar-industrial na Sede do Comando Central na Base da Força Aérea de Offutt, no Nebraska
A nova política nuclear envolve explicitamente os grandes empreiteiros da defesa na tomada de decisões. Isto é o equivalente à "privatização" da guerra nuclear. As corporações não só obtêm multibiliões de dólares de lucros com a produção de bombas nucleares como também têm um papel directo na preparação da agenda respeitante à utilização e aplicação das armas nucleares.
Entretanto, o Pentágono desencadeou uma grande campanha de propaganda e relações públicas destinada a ver positivamente a utilização de armas nucleares com a "defesa da Pátria Americana".
Plenamente endossadas pelo Congresso dos EUA, as mini-ogivas (mini-nukes) são consideradas como "seguras para civis".
Esta nova geração de armas nucleares é destinada a ser utilizada na próxima fase desta guerra, em "teatros convencionais" (exemplo: no Médio Oriente e na Ásia Central) juntamente com armas convencionais.
Em Dezembro de 2003 o Congresso americano estabeleceu uma verba de US$ 6,3 mil milhões, somente para o exercício de 2004, a fim de desenvolver esta nova geração de armas nucleares "defensivas".
"Mas também lhe assevero uma coisa: que o mundo seria um lugar muito mais seguro se um só país, e se esse país fosse os EUA, detivesse o monopólio do poder nuclear"
Que mentalidade vil e mesquinha de covardia intelectual...
Ah é? O Mundo seria um lugar muito mais seguro?
Assim do estilo: Os polícias não correriam riscos se não andassem atrás de ladrões e criminosos? Se os deixassem actuar à vontade...
Mas a função dos polícias é mesmo "perseguir" ladrões e criminosos...
O Mundo seria muito mais seguro?
Então não se vê como o Mundo está "mais seguro"? Perguinte às populações do Iraque, da Palewstina, do Afeganistão, dos Países dos Balcãs em relação àquela guerra absurda que serviu para implementar o controlo americana. Pergunte aos muitos assassinados selectivamente (aos seus familiares, obviamente). Pergunte aos familiares dos soldados mortos no Iraque.
O Mundo seria muito mais seguro?
Qual Mundo? Seguro para quem?
Que forma mais manhosa de impor a "lógica" dos facínoras...
Você mesmo reconhece que o objectivo é o domínio económico. É o domínio económico, político, social, cultural.
Não é um domínio económico qualquer. É um domínio económico que, para se perpetuar, impõe miséria, analfabetismo, desordem económica e social, como tem acontecido com a generalidade dos países africanos e como é bem evidente no Iraque e no Afeganistão.
Isso é um mundo seguro? Eu pensava que esse tipo de infamias só geravam violência... todo o tipo de violência. Fica-se agora a saber que, afinal, para si, é um "Mundo seguro". No meio de tanta destruição não há segurança que resista. Além de que esse tipo de situações são o terreno fertil para a violência... Mas isso faz parte da estratégia para manter a campanha de medo e desinformação...
Um "mundo mais seguro"?
Vã-se tratar!
Já agora pode-me explicar, com objectividade e bom-senso, qual é o perigo de cujo o "Mundo estaria mais seguro" e quem o representa?
Você é louco, acha que os outros também são, acredita em fantasmas, em bruxas... de cujos perigos acha que "o Mundo fica mais seguro" nas mãos dos facínoras que controlam a administração americana e que representam a pior e a maior ameaça para o Mundo e, principalmente, para todas as populações.
Sabe? A ideia de "Mundo mais seguro" só faz sentido avaliado do ponto de vista das populações. Por isso eu lhe peço a inventariação dos perigosos, porque esses são apenas "cenários" imaginativos existentes na sua cabeça, que aí foram plantados pela "campanha de medo e desinformação". Mas você não se safa, porque esses são fantasmas, cujos actos não se vêem, enquantoi que as vítimas das guerras, dos bombardeamentos, das acções de provocação, dos assassinos a soldo, sabem muito bem de quem é a mão que os violenta...
Por isso repito: vá-se curar!
“Como é que um criador de galos e coelhos de Maputo chamado Alkatiri, com grandes responsabilidades nos massacres de 1975, poderia sdar um bom primeiro-ministro de um país ? - Quitéria Barbuda
www.riapa.pt.to
A política de "first stike" antecipativa não é propriamente nova, vem pelo menos do mandado de Reagan, e não é exclusivo dos EUA.
Quanto à política nuclear coordenada dos EUA, G.B. e Israel: parece-me apenas lógico que as grande potências "ocidentais" se coordenem militarmente. Tal como fazem, embora de forma menos clara e mais atabalhoada as potências orientais.
Afirma que Israel tem ogivas nucleares que estão apontadas às principais cidades do Médio Oriente. A ver se nos entendemos quanto a isto: quando se analisa o conflito israelo-árabe (o mais antigo do mundo, e que como tal não poderá oferecer leituras ligeiras como as que são tecidas quer pela esquerda, quer pela direita) a esquerda ataca os israelitas, enaltecendo a resistência e o sofrimento muçulmano. Já a direita faz precisamente o contrário. O mais curioso, sublinhe-se, é que, quer a extrema-esquerda, quer a extrema-direita atacam inapelavelmente os hebraicos, curiosamente baseando-se nas mesmas acusações. Não penso, contudo, que desta questão se possa fazer uma leitura maniqueísta. É um conflito que dura há séculos, milénios até, e onde -já não falo dos povos- ambas as cúpulas políticas e religiosas nunca se preocuparam muito com o estabelecimento de uma paz que frutifique naquela zona. Neste clima de guerra aberta entre ambos os lados perguntar-lhe-ia: se vivesse em Israel, acossado permanentemente pela ameaça terrorista, ou de um ataque vindo de um dos seus vizinhos, não legitimaria este tipo de defesa? Repare, que seguindo a mesma lógica, a mesma defesa se pode utilizar no campo contrário. Ali se trava aquilo que Huntington chamava o "conflito de civilizações". Pena que a única coisa que ambas as civilizações queiram é aniquilar-se mutuamente. Isto perante a passividade perfeitamente engagé da comunidade internacional.
Finalmente, toca na mouche: estamos a assistir a uma autêntica "privatização" da indústrial nuclear. Não posso estar mais de acordo consigo. Mas se por um lado podemos facilmente saber quem produz as ogivas nucleares aos norte-americanos (eles mesmos), por outro lado, nunca se sabe, ou não convém saber, quem está a armar o lado contrário. E não me venha dizer que são SÓ os EUA a contribuir para o armamento nuclear do "Eixo do Mal".
Reitero aquilo que lhe disse em algum post anterior: para desgraça do arquétipo "herói-vilão" que herdámos da Guerra Fria, o que se passa agora é que o capitalismo militar não se restringe a fronteiras geográficas e a ideologias político-partidárias.
É só isso que lhe estou a tentar dizer: nem só os EUA têm culpas no cartório, nem nada nos garante que uma vez Bush saia, ou por outro lado, se tivesse perdido as eleições para Al Gore ou John Kerry, a "coisa" seria melhor...
A Academia das Ciências de Lisboa gostaria de convidar o senhor Biranta para ser agraciado pela revitalização de figuras vernaculares casi varridas da nossa língua e cujo rastro se havia perdido no período do Alto-Prequismo, e que Vª Exª acintosamente recupera nas suas muy cuidadas missivas. Graças à sua missão evangelizadora vocábulos como "manhoso", "facínora" e "lacaio" entraram de novo na Língua Portuguesa, que é, de facto, o seio de onde, aliás, nunca deveriam haver saído.
A Academia queria desde já agradecer o seu meritório esforço no progressivo aumento do léxico português.
Desde o Professor Freitas do Amaral com o seu "topete" e os seus "cueiros" que não se via nada assim.
Aos dois, um grande bem-haja!
Caro Sofocleto,
Seja como for, o elogio é merecido. Para "sustentar" o elogio, copio um comentário inserido no Mote para Motim,
post Os Atentados da TVI. (Só uma correcção, entretanto: Onde disse "são duas horas de vídeo, deveria ter dito "quase 4 horas de vídeo"):
É assim, de facto. Há já uns meses o meu filho gravou na net um DVD de duas horas, realização da BBC, e ofereceu-me uma cópia. Dado que eu não sei o que ele sabe de "pc's", veio ao meu para instalar um programa (VobSub v2.23), tendo criado uma folder no Disk (C), que denominou "subtitles", contendo 4 files: 911-Loose Change 2nd Edition.srt, The Power of Nightmares 01.sub, 02.sub e 0.3sub. Estes ficheiros servem para legendar o vídeo, em inglês. São duas horas de vídeo a ecrã inteiro, impressionantes. Até fazem "pele de galinha". Esse vídeo foi exibido pela BBC e recusado por qualquer TV norte-americana.
O meu filho logo que viu o vídeo, para alem de estar bem informado sobre o assunto, enviou um email à SIC informando o que tinha e sugerindo que transmitissem o vídeo, ainda que parcialmente, para boa informação do povo português. Recebeu uma resposta "o assunto vai ser encaminhado para os nossos serviços redatoriais"... até hoje, claro. Não seria de esperar outra coisa. Como sempre, temos que saber das coisas a partir do estrangeiro - e isso só está ao alcance de poucos...
Abraço
www.lorosae.blogspot.com
Dêem uma vista de olhos ao modo como os filhos da Terra interpretam a coisa
Se o interesse da ONU fosse defender os fracos e oprimidos, invés de invadir territórios no intuíto aumentar o seu potêncial energético, militar e económico, então, há muito que a ONU já teria entrado no Tibete!
Aos incrédulos transmito-lhes um ponto-de-vista de Einstein: a realidade é muito mais incrível do que a nossa imaginação!
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