No Editorial do 1º Caderno do Expresso de 23 de Abril de 2005 vem esta pérola. «Comento-o entre aspas e a bold».
TODA a gente se pronunciou sobre a eleição do novo Papa. De Francisco Louçã a Mário Soares, de José Saramago a José Sócrates, não houve quem não desse opinião sobre a escolha de Joseph Ratzinger para chefe da Igreja Católica. «Até eu, imaginem!».
Personalidades do PS, do BE, do PCP, do PSD e do CDS disseram o que entenderam a propósito dos «desafios» de Bento XVI e das «reformas» que deve ou não introduzir na Igreja. «Pessoalmente, senti-me mais inclinidado para os desafios, mas, sem querer, de forma nenhuma, desdenhar as reformas».
Como era de esperar, o aborto, a eutanásia, o sacerdócio das mulheres, a adopção por casais homossexuais vieram de novo à baila. «Quem diria!».
O que ninguém quer perceber é que a Igreja não escolheu um chefe para cumprir o programa do Bloco de Esquerda ou para agradar aos comunistas ou aos socialistas. «Se não foi para para agradar aos comunistas ou aos socialistas, para quem diabo terá sido?».
A FUNÇÃO da Igreja não é satisfazer os anseios de Louçã ou Soares, Sócrates ou Saramago. «Para esses há o álcool, as drogas e as mulheres de vida fácil!».
A força da Igreja consiste exactamente em não seguir as modas, os partidos, as ideias-feitas em determinadas conjunturas. «A Igreja é de uma solidez a toda a prova. Daí vem a sua força. Não segue coisíssima nenhuma!».
A força da Igreja reside em ter outra noção do tempo, em dar certezas às pessoas num mundo marcado pelo relativismo e pelo efémero. «Hitler e Staline deram também certezas às pessoas. Foi isso que os fortaleceu. Efémeras foram, também, as vidas das suas vítimas!».
Se a Igreja começasse a mudar de opinião ao sabor das estações, a relativizar a vida, a ceder nos valores e nos princípios, deixaria de ser o que é - tornar-se-ia outra coisa. «E ninguém deseja que a Igreja mude. Deus nos proteja da reforma, essa asquerosa transfiguração!».
AO ELEGER o cardeal Ratzinger, os bispos reunidos em Roma não fizeram a escolha que os comunistas, os bloquistas ou os socialistas fariam: fizeram a escolha que, do seu ponto de vista, mais convém à Igreja Católica. «Os socialistas não sei. Mas os comunistas e os bloquistas estão encantados com Ratzinger!».
E não se vê que a opção tenha sido polémica: o conclave durou umas breves vinte e quatro horas, mostrando que Ratzinger reunia à partida um amplo consenso. «Foi um conclave breve, não controverso, conciso e absolutamente opaco. Quanto ao consenso extravasou largamente as paredes do Vaticano».
É evidente que o novo Papa será muito diferente do anterior. «E infelizmente menos bem apessoado».
Onde tínhamos um Papa peregrino e aberto ao mundo vamos ter um Papa intelectual, fechado no Vaticano, a pôr ordem na casa. «Um bicho do mato, portanto!».
Uma espécie de «governanta». «Uma aventesma, acrescento eu!».
Basta olhar para os rostos de um e de outro para se perceber isso: enquanto João Paulo II tinha um rosto franco, virado para fora, Ratzinger tem uma expressão sibilina, uns olhos que parecem mais centrados no que se passa dentro da sua cabeça do que no exterior. «E o importante é precisamente o que vai na cabeça de um sibilino, de um enigmático, de um não se sabe exactamente o quê!».
MAS a Igreja é que sabe o que neste momento lhe interessa. «Isso é por demais evidente!».
Quando os bispos começarem a fazer o que os não-católicos (ou mesmo os anticatólicos) e os jornalistas aconselham é que haverá razões para preocupação. «Porque, todos o sabemos, todos os jornalistas, todos os não-católicos e todos os anticatólicos, partilham as mesmas crenças, as mesmas convicções e os mesmos valores!».
Mal vai uma instituição quando é elogiada pelos seus adversários ou faz o que dizem os «media». «Essa é uma grande verdade senhor "jornalista"!».
Sofocleto:
Quem será este editorialista do Expresso, tão inteligente, tão lúcido, tão perspicaz e de apelido Saraiva?
O objectivo supremo da propaganda é conseguir que milhões de pessoas forjem entusiasticamente as grilhetas da sua própria servidão [Emil Maier-Dorn].
terça-feira, abril 26, 2005
quarta-feira, abril 20, 2005
Too late!
Os teólogos da Libertação, pouco antes das volutas de fumo saírem pela chaminé do Vaticano, oravam fervorosamente:
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Bolas!
Outros houve que ficaram mais optimistas. D. Manuel Martins, Bispo de Setúbal afirmou ao Jornal Destak de 20/04/2005:
«Tenho esperança que morra o Cardeal Ratzinger para nascer Bento XVI».
Sofocleto:
Contudo, segundo sei, a maioria dos católicos não vai tão longe: «Bento XVI nem precisaria de nascer» - afirmam.
Quem é afinal Bento XVI?
Joseph Ratzinger, alemão, 78 anos, foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, órgão do Vaticano que substituiu a Santa Inquisição. Sua função é salvaguardar os conceitos morais do mundo católico.
Ratzinger é um dos mais poderosos integrantes da Cúria. Ele era um velho amigo de João Paulo II e compartilhava das posições ortodoxas do Papa. O cargo de prefeito é muito importante, o que tornou Ratzinger o flagelo dos liberais, que já o acusaram de usar seu poder para calar dissidentes. O ex-frei Leonardo Boff, um dos expoentes da Teologia da Libertação, teve voto de silêncio imposto por Ratzinger em 1985.
A Teologia da Libertação, que vem dividindo a Igreja na América Latina, é uma doutrina que prega que as pessoas sejam libertadas da opressão económica. O Vaticano ficou alarmado com as nuances marxistas dessas ideias.
Tido como ultraconservador, Ratzinger é contrário à ordenação de mulheres e defende ardorosamente a necessidade de moralidade sexual. Para ele, "a única forma clinicamente segura de prevenir a Sida é ter um comportamento de acordo com a lei de Deus".
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Bolas!
Outros houve que ficaram mais optimistas. D. Manuel Martins, Bispo de Setúbal afirmou ao Jornal Destak de 20/04/2005:
«Tenho esperança que morra o Cardeal Ratzinger para nascer Bento XVI».
Sofocleto:
Contudo, segundo sei, a maioria dos católicos não vai tão longe: «Bento XVI nem precisaria de nascer» - afirmam.
Quem é afinal Bento XVI?
Joseph Ratzinger, alemão, 78 anos, foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, órgão do Vaticano que substituiu a Santa Inquisição. Sua função é salvaguardar os conceitos morais do mundo católico.
Ratzinger é um dos mais poderosos integrantes da Cúria. Ele era um velho amigo de João Paulo II e compartilhava das posições ortodoxas do Papa. O cargo de prefeito é muito importante, o que tornou Ratzinger o flagelo dos liberais, que já o acusaram de usar seu poder para calar dissidentes. O ex-frei Leonardo Boff, um dos expoentes da Teologia da Libertação, teve voto de silêncio imposto por Ratzinger em 1985.
A Teologia da Libertação, que vem dividindo a Igreja na América Latina, é uma doutrina que prega que as pessoas sejam libertadas da opressão económica. O Vaticano ficou alarmado com as nuances marxistas dessas ideias.
Tido como ultraconservador, Ratzinger é contrário à ordenação de mulheres e defende ardorosamente a necessidade de moralidade sexual. Para ele, "a única forma clinicamente segura de prevenir a Sida é ter um comportamento de acordo com a lei de Deus".
terça-feira, abril 19, 2005
'Nuntio vobis gaudium magnum, habemus Papam' ... ou não!
Joseph Ratzinger foi proclamado Papa por sufrágio repartido entre Deus (um ser omnisciente, omnipotente e omnipresente, isto é, o Uno Primordial imediatamente a seguir a toda a matéria do cosmos cuja união originou o Big-Bang) e homens (115 cardeais). O novo Papa de 78 anos escolheu o nome de Bento XVI, facto que os analistas vêem com muito bons olhos, já que Bento XV terá sido um Papa muito empenhado em não permitir que a Guerra Mundial I se realizasse, bem como na evangelização e missionação. Parece que os papas não escolhem o seu nome por acaso, e pelos vistos Ratzinger também tem as suas ambições.
Bagão Félix, convidado pela SIC para opinar como católico sobre o fenómeno da escolha recente de um novo Papa, e ainda sem saber qual seria, levou consigo para os estúdios da televisão um dos livros de Ratzinger. E enquanto Margarida Rebelo Pinto afirma que não há coincidências, Bagão disse que está muito feliz com esta escolha e quer que o novo Papa seja o seu pai espiritual, cuja imagem de afabilidade elogia, dizendo que lhe dá conforto; acerca da aparente austeridade e do sobranceiro rigor de Ratzinger, pensa que não ofusca a sua faceta humanista e ecuménica. Bagão Félix também disse que um Papa, por definição, é apenas um homem de Fé, alguém sem uma acção verdadeiramente conotada politicamente. O católico em causa também manifesta uma profunda ignorância voluntária ou ingenuidade propositada ao não reconhecer o papel político que têm tido os Sumos Pontífices ao longo dos tempos. Confrontado com esta evidência, responderia provavelmente que o seu conhecimento da História começa em 1945, com a criação da ONU (Organização das Nações Unidas), ou quiçá, numa perspectiva bastante optimista, em 1919, aquando da criação da predecessora da ONU, a Sociedade das Nações. Antes destes nobres projectos, o Papa era verdadeiramente a instituição reguladora das relações políticas dentro do mundo católico (quase todo o mundo, portanto); o novo analista teológico da SIC parece não se lembrar desse pormenor e do facto de a Igreja não se livrar do Evangelho ‘em três tempos’, tal como não se livra do hábito (ou, sociologicamente falando, do estatuto adquirido) de meter o nariz em assuntos políticos.
Ratzinger, ou Bento XVI, independentemente do que pensam os comentadores, é um homem mediático (tal como o seu antecessor). A comunicação social às vezes é desarmónica: o ex-cardeal recebeu o rótulo de progressista no Vaticano II (apesar de ter ajudado a marginalizar dezenas de teólogos críticos das doutrinas da ICAR - Igreja Católica Apostólica Romana -, cujos contributos poderiam ter sido fulcrais para a adaptação dos preceitos fundamentais da Igreja aos tempos que correm, e fez tudo em favor da ortodoxia da ideologia Católica), mas agora muitos lhe chamam conservador. Pareceu simpático, na bênção Urbi et Orbi. Ter-lhe-ia o poder iluminado o sorriso? Ou será sido abençoado com o dom da espontaneidade?
Afirma-se o brilhantismo do Papa como teólogo e intelectual, facto que não me atrevo a contestar por puro desconhecimento da sua obra e pela consciência de que, efectivamente (desculpem-me pelo uso desta última palavra, mas a desintoxicação das certezas tem de ser feita devagar), não é qualquer pessoa que se torna Papa. É preciso cultura e inteligência (sobretudo para contornar as argumentações antagónicas). Tenho, no entanto, uma espécie de opinião sobre este homem: parece-me demasiado coerente. A coerência é muito bonita na literatura, nos problemas matemáticos, nas amebas e nos extractos bancários. Nos seres humanos é desconfiável. Não quero dizer com isto que Zita Seabra é mulher de muita dignidade. Todavia, a incoerência deve ser admitida apenas como circunstancialmente humana, na pior (ou será melhor?) das argumentações. Exactamente admitida como nossa condição irreversível, contra todas as evasivas. Pois atentemos no Evangelho: coerência significa estarmos conscientes da nossa incoerência e sermos absolutamente dogmáticos em relação a ela.
Bagão Félix, convidado pela SIC para opinar como católico sobre o fenómeno da escolha recente de um novo Papa, e ainda sem saber qual seria, levou consigo para os estúdios da televisão um dos livros de Ratzinger. E enquanto Margarida Rebelo Pinto afirma que não há coincidências, Bagão disse que está muito feliz com esta escolha e quer que o novo Papa seja o seu pai espiritual, cuja imagem de afabilidade elogia, dizendo que lhe dá conforto; acerca da aparente austeridade e do sobranceiro rigor de Ratzinger, pensa que não ofusca a sua faceta humanista e ecuménica. Bagão Félix também disse que um Papa, por definição, é apenas um homem de Fé, alguém sem uma acção verdadeiramente conotada politicamente. O católico em causa também manifesta uma profunda ignorância voluntária ou ingenuidade propositada ao não reconhecer o papel político que têm tido os Sumos Pontífices ao longo dos tempos. Confrontado com esta evidência, responderia provavelmente que o seu conhecimento da História começa em 1945, com a criação da ONU (Organização das Nações Unidas), ou quiçá, numa perspectiva bastante optimista, em 1919, aquando da criação da predecessora da ONU, a Sociedade das Nações. Antes destes nobres projectos, o Papa era verdadeiramente a instituição reguladora das relações políticas dentro do mundo católico (quase todo o mundo, portanto); o novo analista teológico da SIC parece não se lembrar desse pormenor e do facto de a Igreja não se livrar do Evangelho ‘em três tempos’, tal como não se livra do hábito (ou, sociologicamente falando, do estatuto adquirido) de meter o nariz em assuntos políticos.
Ratzinger, ou Bento XVI, independentemente do que pensam os comentadores, é um homem mediático (tal como o seu antecessor). A comunicação social às vezes é desarmónica: o ex-cardeal recebeu o rótulo de progressista no Vaticano II (apesar de ter ajudado a marginalizar dezenas de teólogos críticos das doutrinas da ICAR - Igreja Católica Apostólica Romana -, cujos contributos poderiam ter sido fulcrais para a adaptação dos preceitos fundamentais da Igreja aos tempos que correm, e fez tudo em favor da ortodoxia da ideologia Católica), mas agora muitos lhe chamam conservador. Pareceu simpático, na bênção Urbi et Orbi. Ter-lhe-ia o poder iluminado o sorriso? Ou será sido abençoado com o dom da espontaneidade?
Afirma-se o brilhantismo do Papa como teólogo e intelectual, facto que não me atrevo a contestar por puro desconhecimento da sua obra e pela consciência de que, efectivamente (desculpem-me pelo uso desta última palavra, mas a desintoxicação das certezas tem de ser feita devagar), não é qualquer pessoa que se torna Papa. É preciso cultura e inteligência (sobretudo para contornar as argumentações antagónicas). Tenho, no entanto, uma espécie de opinião sobre este homem: parece-me demasiado coerente. A coerência é muito bonita na literatura, nos problemas matemáticos, nas amebas e nos extractos bancários. Nos seres humanos é desconfiável. Não quero dizer com isto que Zita Seabra é mulher de muita dignidade. Todavia, a incoerência deve ser admitida apenas como circunstancialmente humana, na pior (ou será melhor?) das argumentações. Exactamente admitida como nossa condição irreversível, contra todas as evasivas. Pois atentemos no Evangelho: coerência significa estarmos conscientes da nossa incoerência e sermos absolutamente dogmáticos em relação a ela.
[Ah!, a propósito: Ratzinger tem um clube de fãs na net, que conheci hoje através do Público... um paraíso do merchandising!]
Miséria da religião
Num debate televisivo com jovens sobre a herança deixada pelo Pontificado de João Paulo II um dos participantes, padre, disse que João Paulo II não foi progressista nem conservador, mas simplesmente Papa. Estou de acordo com essa afirmação. Também me parece acertado considerar que de um Papa não há que exigir mais que isso. Ou se aceita toda a mistificação da realidade promovida pelo Cristianismo ou se prefere a verdade. No primeiro caso abre-se a porta a todas as arbitrariedades.
João Paulo II fez o que o próximo Papa fará: uma confusão danada com santos e pecadores, filhos e netos de deuses que vieram para nos salvar e não nos salvaram de coisa nenhuma. De resto, nem sequer foi original porque isso vem acontecendo com todas as religiões desde tempos imemoriais. Isto também não teria grande importância se as religiões não tivessem efeitos práticos na vida das pessoas, fiéis ou não. Mas a verdade é que têm e muito.
Eis uns fragmentos do «Catecismo da Igreja Católica», promovido por João Paulo II e aprovado no dia 11 de Outubro de 1992:
“Na medida em que outros processos, que não a pena de morte e as operações militares, bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a paz pública, tais processos não sangrentos devem preferir-se, por serem proporcionados e mais conformes com o fim em vista e a dignidade humana”.
Quer dizer portanto que João Paulo II interpretou com uma certa liberalidade o Quinto Mandamento das Sagradas Escrituras: «Não matarás». Talvez este Mandamento devesse, segundo o Papa, passar a «Evita na medida do possível matar, mas se não conseguires dá-lhe uma boa cachaporrada na cabeça».
O grave é que isto se refere às penas estatais e não à legítima defesa privada.
“... reconheceu-se aos detentores da autoridade pública o direito e a obrigação de castigar com penas proporcionadas à gravidade do delito, incluindo a pena de morte em casos de extrema gravidade, se outros processos não bastarem“.
Lindo não é? Mas não fiquem agora a pensar: “Estes gajos da missa não têm um pingo de humanidade!”, porque logo a seguir vem a defesa da vida com a proibição do aborto seja em que circunstância for. Reparem só nesta pequena obra de arte:
“O diagnóstico pré-natal (...) está gravemente em oposição com a lei moral, se prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto”.
Dito por outras palavras, mesmo que haja risco para a vida da mãe ou má formação do feto, nada de atentar contra a vida do embrião! Portanto, diagnósticos só para saber se é menino ou é menina!
Felizmente que vem aí o Ratzinger para pôr a mão nisto...
João Paulo II fez o que o próximo Papa fará: uma confusão danada com santos e pecadores, filhos e netos de deuses que vieram para nos salvar e não nos salvaram de coisa nenhuma. De resto, nem sequer foi original porque isso vem acontecendo com todas as religiões desde tempos imemoriais. Isto também não teria grande importância se as religiões não tivessem efeitos práticos na vida das pessoas, fiéis ou não. Mas a verdade é que têm e muito.
Eis uns fragmentos do «Catecismo da Igreja Católica», promovido por João Paulo II e aprovado no dia 11 de Outubro de 1992:
“Na medida em que outros processos, que não a pena de morte e as operações militares, bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a paz pública, tais processos não sangrentos devem preferir-se, por serem proporcionados e mais conformes com o fim em vista e a dignidade humana”.
Quer dizer portanto que João Paulo II interpretou com uma certa liberalidade o Quinto Mandamento das Sagradas Escrituras: «Não matarás». Talvez este Mandamento devesse, segundo o Papa, passar a «Evita na medida do possível matar, mas se não conseguires dá-lhe uma boa cachaporrada na cabeça».
O grave é que isto se refere às penas estatais e não à legítima defesa privada.
“... reconheceu-se aos detentores da autoridade pública o direito e a obrigação de castigar com penas proporcionadas à gravidade do delito, incluindo a pena de morte em casos de extrema gravidade, se outros processos não bastarem“.
Lindo não é? Mas não fiquem agora a pensar: “Estes gajos da missa não têm um pingo de humanidade!”, porque logo a seguir vem a defesa da vida com a proibição do aborto seja em que circunstância for. Reparem só nesta pequena obra de arte:
“O diagnóstico pré-natal (...) está gravemente em oposição com a lei moral, se prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto”.
Dito por outras palavras, mesmo que haja risco para a vida da mãe ou má formação do feto, nada de atentar contra a vida do embrião! Portanto, diagnósticos só para saber se é menino ou é menina!
Felizmente que vem aí o Ratzinger para pôr a mão nisto...
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Papa João Paulo II
segunda-feira, abril 18, 2005
Em qualquer caso foi um Boeing!
Thierry Meyssan, no seu livro «O Pentagate» procede a uma curiosa análise do ataque ao Pentágono em 2001:
DESAPARECIMENTO DE UM AVIÃO
Na terça-feira, ,11 de Setembro de 2001, cerca das 8h55 da manhã, um avião de carreira da companhia American Airlines desaparece levando a bordo 64 pessoas. Quarenta e dois minutos mais tarde, às 9h37, a sede da Defesa dos Estados Unidos é atingida por um engenho voador. Durante o dia, estes dois acontecimentos são associados: o voo 77 da American Airlines ter-se-ia esmagado contra o Pentágono.
A informação do desvio de um avião da American Airlines que fazia a ligação entre o aeroporto de Dulles, em Washington, e o de Los Angeles, apenas foi difundida às 10h32, ou seja uma hora após o atentado do Pentágono, pela cadeia de televisão ABC. Ninguém pensa então que o avião se tenha despenhado sobre o Pentágono. Dez minutos mais tarde, a Fox afirma, aliás, que o Departamento de Defesa foi atingido por um voo da US Air Force.
Será preciso esperar ainda, outra hora para que a companhia aérea confirme o desaparecimento do voo 77. A American Airlines anuncia, às 11h38, que perdeu dois aviões de carreira transportando um total de 156 pessoas. Um deles asseguraria a ligação entre Washington e Los Angeles, o outro entre Boston e Los Angeles. Às 13h10, a empresa divulga as listas dos passageiros e dos membros da tripulação.
Os controladores aéreos civis pensam num crash do avião que decolou às 8h20. Pelas 8h50, o piloto efectuou a sua última comunicação de rotina com a torre de controlo e, «às 9h09, não conseguindo já entrar em contacto com o avião pelo rádio, os controladores de Indianapolis assinalaram um possível crash», conta o Washington Post. Os terroristas, explica mais tarde o vice-presidente Dick Cheney, «desligaram o posicionador».
A 12 de Setembro sabe-se que o posicionador foi desligado cerca das 8h55, tornando o avião invisível para os controladores aéreos civis, que não dispõem de radares capazes de o detectarem nessa região. O avião teria então dado meia volta, em direcção a Washington.
Mas por que é que os piratas do ar terão «desligado o posicionador» do aparelho, como nos dizem ingenuamente? Semelhante operação é não apenas invulgar numa acção de pirataria: ela é mesmo uma novidade. Tornar inoperante o posicionador de um avião é, com efeito, a melhor maneira de fazer soar o alerta.
Em caso de problemas com um posicionador, os procedimentos são muito estritos, tanto do lado civil como militar. O regulamento da FAA descreve com precisão as acções a seguir sempre que um posicionador não funcione correctamente: a torre de controlo deve entrar imediatamente em contacto via rádio com o piloto e, caso o não consiga, deve prevenir imediatamente os militares, que enviam então aviões de caça, a fim de estabelecer contacto visual com a tripulação. Mas a eliminação de um posicionador também desencadeia directamente o alerta pelo lado do organismo militar que tem a seu cargo a protecção aérea dos Estados Unidos e do Canadá, o NORAD (North American Aerospace Defense Command). O posicionador é o bilhete de identidade do avião. Um aparelho que não disponha dessa identificação torna-se imediatamente alvo de vigilância. «Se um objecto não for identificado em menos de dois minutos, ou parecer suspeito, ele é assimilado a uma ameaça eventual», explica-se oficialmente. «Aviões não identificados, aviões em perigo e aviões suspeitos de serem usados em actividades ilegais podem seguidamente ser interceptados por um caça do NORAD.» A intercepção de um avião faz parte da «rotina», explica ainda um porta-voz desta organização.
Segundo a versão oficial, os piratas deram pois o alerta ao desligarem o posicionador do Boeing quarenta minutos antes de atingirem o Pentágono. Ninguém foi capaz de explicar as razões desta curiosa táctica.
Para além de fazer soar o alarme, desligar um posicionador pode eventualmente produzir um outro efeito: tornar o avião invisível para os controladores aéreos civis. Em certas regiões, estes não dispõem dos radares, ditos «primários», capazes de detectarem os movimentos aéreos. Os radares por eles correntemente utilizados são ditos «secundários», e limitam-se a registar os sinais emitidos pelos posicionadores dos aviões (matrícula, altitude, etc.) Desligar o posicionador permite pois desaparecer destes radares secundários, para aparecer apenas nos radares primários.
Segundo a FAA, os controladores do Ohio não dispunham de radares primários. Teria sido por isso que o avião desapareceu totalmente dos seus ecrãs. Mas então, porquê desactivar o posicionador do aparelho? Para dar o alerta ou para tornar o avião invisível somente aos olhos dos civis?
Não se trata já de saber se estão perante um simples incidente técnico. Os elementos de que dispõem são suficientemente precisos: várias dezenas de minutos após ataques terroristas haverem utilizado aviões de carreira como mísseis, o posicionador de um avião foi desligado, o piloto não responde, o aparelho desviou-se da rota e, por fim, dirige-se a grande velocidade para a capital do país. O trabalho dos militares não pode então ser mais claro: abater o avião hostil tão depressa quanto possível.
O PENTÁGONO NÃO REAGE
Cinco baterias anti-mísseis extremamente sofisticadas protegem a sede das forças armadas norte-americanas contra qualquer ataque aéreo. Como explicar que a defesa antiaérea não tenha sido utilizada? Segundo um porta-voz do, Pentágono, o tenente-coronel Vic Warzinski, os militares não estavam à espera de semelhante ataque. «Não tínhamos a consciência de que aquele avião vinha sobre nós», afirma ele.
Esta explicação não é credível: o Pentágono sabia, com toda a pertinência, que um engenho voador não identificado se precipitava sobre Washington. A 11 de Setembro, com efeito, a comunicação entre os controladores aéreos civis e as diferentes autoridades federais funcionou perfeitamente. De resto, os controladores não estavam apenas em contacto directo com o Pentágono, mas também com a Casa Branca. A partir das 9h25, a torre de controlo do aeroporto Dulles observa um engenho voando em direcção à capital. «Os controladores aéreos de Dulles detectaram um avião que se deslocava a grande velocidade e que se dirigia em linha recta para o espaço aéreo interdito situado sobre a Casa Branca», relata o Washington Post. Um destes controladores, Danielle O'Brien, testemunha este episódio e precisa: o nosso supervisor activou a linha directa com a Casa Branca e começou a informá-los [de que] um avião não identificado, deslocando-se a grande velocidade, se dirigia para a zona deles e estava apenas a 8 milhas a oeste. [...] A contagem ia prosseguindo "seis, cinco, quatro, eu já tinha o três na ponta da língua quando o avião mudou subitamente de rumo. Na nossa sala, o alívio fez-se sentir. Só podia ser um caça. [...] E depois ouvimos a voz dos controladores aéreos do Washington National [Airport] nos altifalantes da nossa sala a dizerem: "Dulles, bloqueiem todos os voos que estão a chegar. O Pentágono acaba de ser atingido."
As forças armadas não precisam que a FAA as previna para saberem que um engenho se dirige rumo à capital. Elas dispõem, com efeito, de vários sistemas de vigilância radar muito aperfeiçoados, sem qualquer comparação com os aparelhos civis. O sistema PAVE PAWS, por exemplo, é essencialmente utilizado para detectar e perseguir engenhos tão difíceis de detectar como mísseis que voem a muito baixa altitude. O PAVE PAWS não perde nada do que se passe no espaço aéreo norte-americano: «O sistema radar consegue detectar e seguir um grande número de alvos em movimento, tal como seria o caso no quadro de um ataque maciço de mísseis balísticos disparados a partir de submarinos. Para além das funções de comunicação, de análise e de detecção, o sistema deve poder distinguir rapidamente entre os diferentes engenhos lançados, calcular o seu ponto de tiro e calcular o ponto de impacto.»
Contrariamente às afirmações do Pentágono, os militares sabem, pois, perfeitamente, que um aparelho não identificado se dirige em linha recta para a capital. No entanto, os militares não reagem e as baterias anti-mísseis do Pentágono não funcionam. Porquê?
A defesa anti-aérea das imediações do Pentágono foi concebida para destruir os mísseis que tentassem aproximar-se dele. Normalmente, um míssil não deveria conseguir passar. Quanto a um grande Boeing 757-200, esse não teria em rigor hipótese alguma.
Um grande Boeing 757-200 encastrou-se completamente na fachada do Pentágono?
O buraco que engoliu o Boeing?
Como é possível?
Seja avião de carreira ou míssil, é preciso encontrar-se uma explicação. Será a tecnologia militar dos Estados Unidos totalmente ineficaz? Ou terá ela sido sabotada?
Se se tratar de um míssil, poderá formular-se uma hipótese para explicar a ausência de reacção do sistema de defesa. Com efeito, cada aparelho militar dispõe de um posicionador bastante mais sofisticado que os dos aviões civis e que lhe permite, designadamente, declarar-se aos olhos do seu possuidor como sendo amigo ou inimigo. Este sistema torna-se indispensável para que se possam detectar os numerosos aparelhos sobre um campo de batalha e destruir apenas os engenhos inimigos. Uma bateria anti-mísseis não irá assim reagir, por exemplo, à passagem de um míssil amigo. Não é impossível que seja isto que se tenha passado no Pentágono a 11 de Setembro de 2001.
Terá sido um míssil de cruzeiro Boeing AGM que embateu no Pentágono?
quinta-feira, abril 14, 2005
Tosse?
No jornal Globo de 13/04/2005 por Demétrio Weber:
Por uma decisão errada, quase 4 mil laboratórios de 18 países receberam, de uma instituição de pesquisa americana, amostras de um vírus especial letal da gripe. A Organização Mundial de Saúde pediu nesta quarta-feira a destruição de todas as amostras, temendo o risco de uma pandemia - que é considerado pequeno, mas não desprezível. O vírus enviado é do subtipo H2N2, causador da pandemia da gripe asiática de 1957-58, que matou de um a quatro milhões de pessoas.
- O vírus poderia causar uma epidemia global de gripe. Foi uma decisão pouco acertada enviá-lo - disse o coordenador do programa de gripe da OMS, Klaus Stohr.
O cientista explicou que amostras de vírus foram enviadas a 3.747 laboratórios de 18 países como parte de testes rotineiros que se fazem todos os anos. Mas a Agência Canadiana de Saúde Pública comunicou, no dia 26 de Março, que um laboratório do país identificou numa amostra o vírus A/H2N2 similar ao que circulou em 1957 e 1958, causando a chamada pandemia de gripe asiática, e que ressurgiu em 1968.
A OMS alertou que "as pessoas nascidas depois de 1968 podem ter imunidade limitada a esse vírus, que não se incluiu em nenhuma das vacinas trivalentes contra a gripe".
Segundo a OMS, o laboratório canadiano que identificou o vírus letal tomou medidas de protecção e vigilância. Uma investigação levou até a origem da amostra, o laboratório americano do College of American Pathologist. A organização distribuiu amostras do H2N2 pela primeira vez em 2004 e depois em Fevereiro deste ano, como parte dos testes científicos rotineiros de vírus da gripe.
Por seu lado em Washington, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA ainda tenta descobrir como amostras de um vírus de gripe perigoso foi enviado por engano para milhares de laboratórios em 18 países.
- É uma alta prioridade, que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos estão trabalhando para resolver - disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. - Eles avaliaram que o risco dessas amostras para a população é baixo. Apesar disso, não queremos arriscar.
A empresa Meridian Bioscience, de Cincinnati, que enviou as amostras, negou que tenha violado regras e disse que trabalhava sob contrato para o Colégio Americano de Patologistas.
O Colégio Americano de Patologistas emitiu instruções para que todas as amostras sejam destruídas relataram a OMS e as autoridades sanitárias dos EUA na sexta-feira.
Comentário:
Este erro afigura-se demasiado grosseiro para se tratar de mera negligência burocrática. Parece mais um convite claro à Al-Qaeda de Bin Laden para deitar a mão ao perigosíssimo vírus H2N2. Assim, apresentam-se quatro cenários:
1 – Ou a empresa Meridian Bioscience, de Cincinnati, que enviou as amostras, tem algum mujahedin infiltrado nas suas fileiras;
2 – Ou o Colégio Americano de Patologistas para quem trabalha a Meridian Bioscience tem algum terrorista disfarçado nas suas hostes;
3 – Ou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA tem algum radical islâmico encoberto no seu grupo;
4 – Ou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, é um talibã travestido.
Em qualquer caso, algures no Ocidente, os anti-gripais, os lenços de assoar e os chás de tília podem vir a andar muito ocupados numa data futura.
Por uma decisão errada, quase 4 mil laboratórios de 18 países receberam, de uma instituição de pesquisa americana, amostras de um vírus especial letal da gripe. A Organização Mundial de Saúde pediu nesta quarta-feira a destruição de todas as amostras, temendo o risco de uma pandemia - que é considerado pequeno, mas não desprezível. O vírus enviado é do subtipo H2N2, causador da pandemia da gripe asiática de 1957-58, que matou de um a quatro milhões de pessoas.
- O vírus poderia causar uma epidemia global de gripe. Foi uma decisão pouco acertada enviá-lo - disse o coordenador do programa de gripe da OMS, Klaus Stohr.
O cientista explicou que amostras de vírus foram enviadas a 3.747 laboratórios de 18 países como parte de testes rotineiros que se fazem todos os anos. Mas a Agência Canadiana de Saúde Pública comunicou, no dia 26 de Março, que um laboratório do país identificou numa amostra o vírus A/H2N2 similar ao que circulou em 1957 e 1958, causando a chamada pandemia de gripe asiática, e que ressurgiu em 1968.
A OMS alertou que "as pessoas nascidas depois de 1968 podem ter imunidade limitada a esse vírus, que não se incluiu em nenhuma das vacinas trivalentes contra a gripe".
Segundo a OMS, o laboratório canadiano que identificou o vírus letal tomou medidas de protecção e vigilância. Uma investigação levou até a origem da amostra, o laboratório americano do College of American Pathologist. A organização distribuiu amostras do H2N2 pela primeira vez em 2004 e depois em Fevereiro deste ano, como parte dos testes científicos rotineiros de vírus da gripe.
Por seu lado em Washington, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA ainda tenta descobrir como amostras de um vírus de gripe perigoso foi enviado por engano para milhares de laboratórios em 18 países.
- É uma alta prioridade, que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos estão trabalhando para resolver - disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. - Eles avaliaram que o risco dessas amostras para a população é baixo. Apesar disso, não queremos arriscar.
A empresa Meridian Bioscience, de Cincinnati, que enviou as amostras, negou que tenha violado regras e disse que trabalhava sob contrato para o Colégio Americano de Patologistas.
O Colégio Americano de Patologistas emitiu instruções para que todas as amostras sejam destruídas relataram a OMS e as autoridades sanitárias dos EUA na sexta-feira.
Comentário:
Este erro afigura-se demasiado grosseiro para se tratar de mera negligência burocrática. Parece mais um convite claro à Al-Qaeda de Bin Laden para deitar a mão ao perigosíssimo vírus H2N2. Assim, apresentam-se quatro cenários:
1 – Ou a empresa Meridian Bioscience, de Cincinnati, que enviou as amostras, tem algum mujahedin infiltrado nas suas fileiras;
2 – Ou o Colégio Americano de Patologistas para quem trabalha a Meridian Bioscience tem algum terrorista disfarçado nas suas hostes;
3 – Ou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA tem algum radical islâmico encoberto no seu grupo;
4 – Ou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, é um talibã travestido.
Em qualquer caso, algures no Ocidente, os anti-gripais, os lenços de assoar e os chás de tília podem vir a andar muito ocupados numa data futura.
quarta-feira, abril 13, 2005
Apitos e palitos
No Correio da Manhã de 13-04-2005:
“Estamos mais apaixonados do que nunca”, garante ao CM Carolina Salgado, companheira de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, contrariando os rumores que correm sobre a alegada separação do casal.
Carolina afirma que o facto de não aparecer nos jogos do clube “azul e branco” não significa que esteja separada. “Há muita gente a querer-nos mal e, porque não apareço nos jogos, começam logo a inventar um romance ou uma separação. Nestes casos, a imaginação das pessoas é disforme e pensam logo que há outras coisas pelo meio. Só que é sempre para o lado negativo”, refere.
Carolina está entristecida com todos os rumores e não percebe de onde surgiu o da sua separação. “Há muitos interesses pelo meio e muitas pessoas a quem daria muito jeito ver o presidente do FCP separado.”
A companheira de Pinto da Costa sublinha ainda que não são “um casal de zangas” e garante: “Não estamos separados e nem temos intenção disso.”
Comentário:
Como se já não bastasse o apito dourado, a morte de Papa e a época desastrada do F.C. Porto, Pinto da Costa vê-se ainda a braços com problemas do foro sentimental. O presidente do Porto precisa urgentemente de ir à bruxa (metaforicamente falando, claro!). Tratar-se-á de alguma maldição de Mourinho? Credo!
terça-feira, abril 12, 2005
A teimosia de Schröder e Chirac
Na sua crónica semanal no Expresso de 9 de Abril de 2005 José Cutileiro disserta sobre política internacional. Nós comentamo-lo a bold:
Cutileiro:
NUM torpor difícil de explicar - salvo pelo hábito, que a construção europeia tem inculcado, de preferir ir com os outros a ter razão - Governos de membros da União convencidos de que seria um erro levantar o embargo de venda de armas à China não se opuseram até agora ao desígnio de Chirac e Schroeder de levar a União a fazê-lo antes do fim de Junho.
Sofocleto:
É possível que o torpor que leva alguns governos a seguir Schröder e Chirac seja mais avisado que o estupor que levou alguns líderes de outros governos a abraçar Bush (estou-me a lembrar de Blair, Aznar, Berlusconi e do “nosso bem amado” Durão Barroso, entre outros). O novo torpor não parece ver com bons olhos o derrame democrático com que a administração americana conspurcou o Médio Oriente e quer agora inquinar outras paragens. É democracia adulterada pelo genocídio.
(...)
Cutileiro:
Com efeito, o Congresso em Washington avisou que levaria a mal decisões que permitissem que soldados americanos fossem mortos por armas europeias nas mãos de chineses (por exemplo, no caso de guerra entre China e Taiwan) - e exerceria represálias. Não é exagero de imaginação. Já depois de conhecida a intenção europeia de levantar o embargo, Pequim aumentou o seu orçamento militar e promulgou legislação ambígua que parece admitir a incorporação de Taiwan na China pela força.
Sofocleto:
A China sabe que a ameaça principal à sua segurança vem das agressivas políticas americanas. O programa de mísseis defensivos de Washington e o reforço da sua relação militar com a Formosa, o Japão e a Coreia do Sul colocam seriamente em causa a segurança chinesa.
Em 2002, já com Bush no poder, foi referido que a China estava entre os sete países que poderiam ser alvo de ataques nucleares por parte dos Estados Unidos e que estes estavam preparados para usar armas nucleares contra a China num conflito no estreito de Taiwan. O problema não parece ser tanto a morte de soldados americanos por armas europeias, mas sim o extermínio de asiáticos pela radioactividade explosiva do tio Sam.
(...)
Cutileiro:
Acresce que são os americanos e não os europeus que garantem paz no Pacífico e correm os riscos inerentes pelo que levantar o embargo seria uma decisão europeia se não hostil, pelo menos irresponsável. Mas Chirac insiste. Porquê? Por um lado, o seu desejo obsessivo de um mundo multipolar - um mundo onde outros poderes, mormente o da Europa, se oponham ao dos Estados Unidos - toma precedência sobre preocupações com democracia e direitos do homem (senão, de resto, não teria recebido Putin tantas vezes e com tanto mimo).
Sofocleto:
Porquê, realmente, tanta insistência de Chirac? Será que não concorda com o “Projecto para um Novo Século Americano” «PNAC - Project for the New American Century», um projecto de um grupo de reflexão fundamentalmente influenciado pelo pensamento neo-conservador, todo ele presente na actual administração americana, que defende a ideia de uma hegemonia mundial dos Estados Unidos, principalmente por via da ameaça ou da utilização do poderio militar. O programa do PNAC articula-se em volta de três elementos principais:
a) estabelecer a hegemonia americana na viragem do século XXI com base principalmente na supremacia militar e tecnológica dos Estados Unidos;
b) impedir a emergência de potências concorrentes à escala mundial ou regional impondo aquilo que é por vezes designado como a «Pax Americana»;
c) conduzir acções preventivas contra tudo aquilo que possa ser entendido como uma ameaça aos «interesses» e a segurança dos Estados Unidos.
Face a um projecto tão democrático e construtivo é difícil entender a obsessão de Chirac por um mudo multipolar. Francesices!
(...)
Cutileiro:
A visita de Bush à Europa sacudiu alguns europeus do torpor; vozes lúcidas começam a opor-se à de Chirac; talvez o bom senso prevaleça. Mas não é certo.
Sofocleto:
Como a sua voz Cutileiro, tão lúcida, tão límpida, tão diáfana. Mas temo sinceramente que o bom senso não vá prevalecer. Helás, mon ami, helás.
segunda-feira, abril 11, 2005
Em casa de ferreiro...
Algo de estranho aconteceu nas eleições americanas de 3 de Novembro de 2004 que deram a vitória a George W. Bush. O sinal mais óbvio foram as sondagens à boca das urnas no próprio dia das eleições. Enquanto as sondagens se têm revelado bastante precisas na maioria das eleições tanto as estaduais como para o congresso como , as sondagens à boca das urnas no dia das eleições mostravam John Kerry como o claro vencedor e a frase "vitória esmagadora" estava a começar a ser usada pelos que seguiam as notícias à medida que iam sabendo os resultados das sondagens.
Mas então uma coisa estranha aconteceu! Os votos começaram a ir para Bush, mesmo nos estados onde as sondagens à boca das urnas indicavam a vitória de Kerry. À medida que a noite ia avançando, uma tendência óbvia e perturbante despontava. Nos estados onde os boletins de voto eram de papel e os votos podiam ser conferidos, os resultados da votação correspondiam às sondagens à boca das urnas. Nos estados onde as novas máquinas de votar electrónicas eram usadas houve uma inclinação persistente na votação em Bush (à volta de 5%).
Tradução dos termos utilizados nos gráficos seguintes:
• Exit Poll: sondagens à boca das urnas
• Paper Ballots: boletins de voto em papel
• Electronic Voting: Votação em máquinas electrónicas
• Machine Tally: Totais de votos
Nos estados onde foram utilizados boletins em papel, existem poucas diferenças entre as sondagens e os resultados finais. Nos estados onde foram utilizadas máquinas electrónicas sem registo em papel (como nos decisivos Ohio e Florida) a vitória foi para Bush:
Há alguns factos sobre o sistema de eleições americano que muita gente desconhece. Em primeiro lugar, não há nenhum organismo governamental ou cidadão que proceda à contagem dos votos. Já há décadas que a contagem dos votos em eleições presidenciais foi entregue a uma companhia privada, propriedade das cadeias de televisão. Embora mude de nome, de vez em quando, para permanecer anónima, continua, de facto, a ser a mesma companhia, propriedade das principais cadeias de televisão. Nos Estados Unidos, as eleições presidenciais são escrutinadas e decididas pelos departamentos das cadeias de televisão. E ninguém, acima delas, fiscaliza. Ninguém está autorizado.
Agora no que diz respeito às máquinas de votação electrónicas. A maioria de sistemas de votação é produzida por apenas duas companhias: ES&S e Diebold. O director geral da Diebold, Wally O'Dell, afirmou publicamente a sua intenção de entregar os votos eleitorais de Ohio a Bush! Os proprietários de ES&S e de Diebold são irmãos, e o software usado em ambas as máquinas, que escrutinaram 80% dos votos da última eleição, partilham raízes comuns.
Sabe-se há meses que a parte do sistema de votação da Diebold que recolhe e totaliza os votos nas circunscrições eleitorais, não apenas não é segura, mas também é extremamente fácil de adulterar. Na verdade, enquanto as máquinas de votar são construídas por encomenda, o programa que conta os votos funciona em qualquer computador portátil, muitos deles com a potencialidade de trabalhar em rede local e comunicações sem fios. Isto permite a um ladrão de votos equipado com um outro computador e comunicações sem fios, alterar votos sem ter de estar na mesma sala do sistema que totaliza os votos.
Apesar dos avisos e das queixas dos peritos da segurança informática e dos defensores de eleições honestas, as máquinas de votar electrónicas foram colocadas nos Estados onde os dois partidos tinham votações aproximadas, e, pior ainda, foram projectadas de forma a não permitir nenhum controlo nas contagens dos votos. Estas máquinas não deixam nenhum registo em papel dos votos, para que não possam vir a ser usados para uma recontagem. Foram projectados para isso mesmo! Os Estados que concordaram adicionar registos de papel sob a pressão de activistas foram isentados dessa exigência nas eleições da última terça-feira (Novembro de 2004).
Assim, a situação foi esta: máquinas de votar que são fáceis de adulterar, que não deixam nenhum registo em papel, que enviam directamente os seus “resultados” para as estações de televisão que, por sua vez, não estão sob nenhuma obrigação legal de dizer a verdade sobre nada. A simples ausência de um registo de papel omitido por máquinas de voto projectadas para impedir recontagens impede a confirmação das eleições.
A Declaração de Independência diz que os governos obtêm seus justos poderes do consentimento dos governados. Bush e a sua administração, apoiados pelas cadeias de televisão, reivindicam que têm o consentimento de 51% das pessoas para ser o governo. É duvidoso. Quando as mesmas cadeias de televisão tentam agora explicar que as sondagens à boca das urnas, geralmente o melhor indicador de fraude em eleições passadas, "estavam erradas" desta vez, o facto dos mais acentuados desvios de votos para Bush terem ocorrido em máquinas de voto electrónicas que propositadamente não deixam nenhum registo de papel, tornam ilegítimas as eleições. E, se às eleições falta legitimidade, então também falta às pessoas que reivindicam autoridade sobre a população baseados nessas eleições.
A 20 de Janeiro de 2005 Bush afirmou no seu discurso inaugural depois da sua cerimónia de posse do segundo mandato: "É política dos Estados Unidos procurar e dar apoio ao desenvolvimento dos movimentos e instituições democráticas em todas as nações e culturas, tendo por fim último o término da tirania no nosso mundo."
Comentário:
Entende-se perfeitamente o sonho sublime de George W. Bush de querer implantar a democracia em todo o mundo, começando, naturalmente, pelos países ricos em petróleo de Médio Oriente e do Cáspio. Qualquer grande estadista, digno desse epíteto, faria o mesmo. No entanto, e para calar os intriguistas, talvez fosse bom dar uma vista de olhos à electrónica caseira. Nunca se sabe. Às vezes basta um fio desligado...
Mas então uma coisa estranha aconteceu! Os votos começaram a ir para Bush, mesmo nos estados onde as sondagens à boca das urnas indicavam a vitória de Kerry. À medida que a noite ia avançando, uma tendência óbvia e perturbante despontava. Nos estados onde os boletins de voto eram de papel e os votos podiam ser conferidos, os resultados da votação correspondiam às sondagens à boca das urnas. Nos estados onde as novas máquinas de votar electrónicas eram usadas houve uma inclinação persistente na votação em Bush (à volta de 5%).
Tradução dos termos utilizados nos gráficos seguintes:
• Exit Poll: sondagens à boca das urnas
• Paper Ballots: boletins de voto em papel
• Electronic Voting: Votação em máquinas electrónicas
• Machine Tally: Totais de votos
Nos estados onde foram utilizados boletins em papel, existem poucas diferenças entre as sondagens e os resultados finais. Nos estados onde foram utilizadas máquinas electrónicas sem registo em papel (como nos decisivos Ohio e Florida) a vitória foi para Bush:
Há alguns factos sobre o sistema de eleições americano que muita gente desconhece. Em primeiro lugar, não há nenhum organismo governamental ou cidadão que proceda à contagem dos votos. Já há décadas que a contagem dos votos em eleições presidenciais foi entregue a uma companhia privada, propriedade das cadeias de televisão. Embora mude de nome, de vez em quando, para permanecer anónima, continua, de facto, a ser a mesma companhia, propriedade das principais cadeias de televisão. Nos Estados Unidos, as eleições presidenciais são escrutinadas e decididas pelos departamentos das cadeias de televisão. E ninguém, acima delas, fiscaliza. Ninguém está autorizado.
Agora no que diz respeito às máquinas de votação electrónicas. A maioria de sistemas de votação é produzida por apenas duas companhias: ES&S e Diebold. O director geral da Diebold, Wally O'Dell, afirmou publicamente a sua intenção de entregar os votos eleitorais de Ohio a Bush! Os proprietários de ES&S e de Diebold são irmãos, e o software usado em ambas as máquinas, que escrutinaram 80% dos votos da última eleição, partilham raízes comuns.
Sabe-se há meses que a parte do sistema de votação da Diebold que recolhe e totaliza os votos nas circunscrições eleitorais, não apenas não é segura, mas também é extremamente fácil de adulterar. Na verdade, enquanto as máquinas de votar são construídas por encomenda, o programa que conta os votos funciona em qualquer computador portátil, muitos deles com a potencialidade de trabalhar em rede local e comunicações sem fios. Isto permite a um ladrão de votos equipado com um outro computador e comunicações sem fios, alterar votos sem ter de estar na mesma sala do sistema que totaliza os votos.
Apesar dos avisos e das queixas dos peritos da segurança informática e dos defensores de eleições honestas, as máquinas de votar electrónicas foram colocadas nos Estados onde os dois partidos tinham votações aproximadas, e, pior ainda, foram projectadas de forma a não permitir nenhum controlo nas contagens dos votos. Estas máquinas não deixam nenhum registo em papel dos votos, para que não possam vir a ser usados para uma recontagem. Foram projectados para isso mesmo! Os Estados que concordaram adicionar registos de papel sob a pressão de activistas foram isentados dessa exigência nas eleições da última terça-feira (Novembro de 2004).
Assim, a situação foi esta: máquinas de votar que são fáceis de adulterar, que não deixam nenhum registo em papel, que enviam directamente os seus “resultados” para as estações de televisão que, por sua vez, não estão sob nenhuma obrigação legal de dizer a verdade sobre nada. A simples ausência de um registo de papel omitido por máquinas de voto projectadas para impedir recontagens impede a confirmação das eleições.
A Declaração de Independência diz que os governos obtêm seus justos poderes do consentimento dos governados. Bush e a sua administração, apoiados pelas cadeias de televisão, reivindicam que têm o consentimento de 51% das pessoas para ser o governo. É duvidoso. Quando as mesmas cadeias de televisão tentam agora explicar que as sondagens à boca das urnas, geralmente o melhor indicador de fraude em eleições passadas, "estavam erradas" desta vez, o facto dos mais acentuados desvios de votos para Bush terem ocorrido em máquinas de voto electrónicas que propositadamente não deixam nenhum registo de papel, tornam ilegítimas as eleições. E, se às eleições falta legitimidade, então também falta às pessoas que reivindicam autoridade sobre a população baseados nessas eleições.
A 20 de Janeiro de 2005 Bush afirmou no seu discurso inaugural depois da sua cerimónia de posse do segundo mandato: "É política dos Estados Unidos procurar e dar apoio ao desenvolvimento dos movimentos e instituições democráticas em todas as nações e culturas, tendo por fim último o término da tirania no nosso mundo."
Comentário:
Entende-se perfeitamente o sonho sublime de George W. Bush de querer implantar a democracia em todo o mundo, começando, naturalmente, pelos países ricos em petróleo de Médio Oriente e do Cáspio. Qualquer grande estadista, digno desse epíteto, faria o mesmo. No entanto, e para calar os intriguistas, talvez fosse bom dar uma vista de olhos à electrónica caseira. Nunca se sabe. Às vezes basta um fio desligado...
domingo, abril 10, 2005
Agonia dispendiosa
No Semanário Económico de 10/04/2005, Raquel Correia relatou:
Os terraços e as varandas que têm vista para o Vaticano estão todos alugados aos jornalistas de televisão, que querem garantir hoje aos telespectadores as melhores imagens do funeral do Papa. Apesar de, no casamento do príncipe de Espanha com Letizia, os preços das varandas terem já sido elevados, é agora no funeral do Santo Padre que os meios de comunicação pagaram mais para garantir os seus lugares.
Desde que João Paulo II foi hospitalizado que as televisões de todo o mundo começaram uma guerra para conseguir uma posição nos terraços com as melhores vistas para Basílica de São Pedro. Os meios de comunicação estiveram dispostos a desembolsar fortunas que, em muitos casos, rondaram os 20 mil euros, segundo o jornal El Mundo. Muitos dos terraços estão situados a vários quilómetros de distancia do Vaticano mas, as suas posições elevadas, garantem uma boa vista de São Pedro. É o caso do Hotel Cavalieri Hilton, escolhido pela estação norte-americana ABC. Também a NBC e a CNN escolheram filmar na colina onde está situado o jardim Gianicolo.
A CNN, não contente com apenas esta visão do acontecimento, decidiu ainda partilhar com a CBS um lugar num hotel situado perto do Borgo Pio, que conta com uma boa imagem da cúpula. No entanto, as ruas mais caras são as que estão mais próximas de São Pedro. Aí ficaram a italiana RAI e a European Broadcasting Union, um consórcio televisivo de 50 países. Ao todo estão no Vaticano mais de 3500 jornalistas de todo o mundo a cobrir o acontecimento.
Karol Wojtyla amava Deus ardentemente. Mas também amava ardentemente os homens, a vida, a liberdade e a paz. Alguns exemplos deste amor:
- Quis promover o ecumenismo entre as várias igrejas cristãs mas não foi bem sucedido, nem com protestantes nem com ortodoxos, porque exigiu sempre o primado da igreja católica.
- Pediu desculpa aos judeus do mal que a Igreja lhes fizera ao longo da História, mas recebeu Kurt Waldheim, que se descobriu ter participado directamente no Holocausto.
- Em 26 anos, proclamou 1338 beatos e 482 santos. Sozinho, beatificou e santificou mais gente que os seus 263 antecessores juntos, que lhe deixaram um património de 300 santos e 1310 beatos.
- Canonizou Pio IX, anti-semita notório.
- Canonizou, para desgosto de muitos católicos, José María Escrivá de Balagueri, fundador do Opus Dei.
- Mandou calar e excomungou simples sacerdotes cujos pontos de vista os afastavam da ortodoxia do Vaticano (Hans Kun).
- Proibiu a contracepção num mundo pobre e sobrepovoado.
- Condenou o uso de preservativo num mundo assolado pela sida
- Proibiu o ordenamento de mulheres.
- Proibiu o uso de células embrionárias humanas para investigação científica.
- Considerou a homossexualidade um pecado.
- Perseguiu os padres que, na América Latina, se associavam a movimentos sociais e políticos contra regimes opressores.
- Caucionou em 1989 à ocupação indonésia de Timor-Leste - ninguém lhe ouviu uma palavra de condenação da ditadura de Suharto, ninguém o viu a beijar o solo mártir de Timor, regado com o sangue de muitos milhares de resistentes católicos.
- Nada disse sobre o envolvimento do Vaticano no escândalo da falência do Banco Ambrosiano.
Conclusão:
Se o pontificado de Karol Wojtyla se tivesse prolongado durante mais tempo, os custos para os media e para o mundo teriam sido descomunais. Vai com Deus Karol.
sexta-feira, abril 08, 2005
Cinco milhões queriam ver o Papa morto
No entanto, estima-se que apenas um milhão de católicos tenha tido essa ventura. Recorde-se que o Papa esteve em câmara ardente desde segunda-feira.
O caixão de João Paulo II deixou a Praça de São Pedro, sob os aplausos da multidão, sendo transportado para a cripta da Basílica, onde ficará sepultado. À missa fúnebre de João Paulo II terão assistido, na Praça de São Pedro e espalhados pela capital italiana, através de ecrãs gigantes, cerca de 5 milhões de peregrinos.
Ainda não há data para o conclave que servirá para eleger o novo Papa, mas há uma novidade, anunciada pelo Vaticano: Para não dar azo a confusões, além do fumo branco, o toque dos sinos da Basílica de São Pedro anunciará ao mundo que já foi escolhido o sucessor de João Paulo II.
Esta vai ser a primeira vez, em séculos de tradição, que o toque dos sinos servirá para anunciar que já foi escolhido um novo papa. O arcebispo Piero Marini, mestre das cerimónias litúrgicas de João Paulo II, explicou a inovação aos jornalistas: «Desta vez vamos tocar os sinos para tornar a eleição mais clara», afirmou, aludindo à confusão registada em anteriores eleições papais devido à cor do fumo.
Marini anunciou ainda que o Vaticano está a tratar de melhorar o processo de combustão de forma a que a cor do fumo seja mais facilmente identificável. O fumo resulta da queima de todos os boletins de voto, das várias rondas necessárias até chegar à eleição do novo papa.
Rezemos para que o badalar dos sinos não traga ainda mais confusão ao processo eleitoral. Os 1400 observadores internacionais, que se deslocaram ao Vaticano para fiscalizar o processo, estarão atentos aos níveis de poluição sonora e atmosférica, de forma a que o escrutínio papal não fique, uma vez mais, conspurcado pela fuligem negra da suspeição.
O caixão de João Paulo II deixou a Praça de São Pedro, sob os aplausos da multidão, sendo transportado para a cripta da Basílica, onde ficará sepultado. À missa fúnebre de João Paulo II terão assistido, na Praça de São Pedro e espalhados pela capital italiana, através de ecrãs gigantes, cerca de 5 milhões de peregrinos.
Ainda não há data para o conclave que servirá para eleger o novo Papa, mas há uma novidade, anunciada pelo Vaticano: Para não dar azo a confusões, além do fumo branco, o toque dos sinos da Basílica de São Pedro anunciará ao mundo que já foi escolhido o sucessor de João Paulo II.
Esta vai ser a primeira vez, em séculos de tradição, que o toque dos sinos servirá para anunciar que já foi escolhido um novo papa. O arcebispo Piero Marini, mestre das cerimónias litúrgicas de João Paulo II, explicou a inovação aos jornalistas: «Desta vez vamos tocar os sinos para tornar a eleição mais clara», afirmou, aludindo à confusão registada em anteriores eleições papais devido à cor do fumo.
Marini anunciou ainda que o Vaticano está a tratar de melhorar o processo de combustão de forma a que a cor do fumo seja mais facilmente identificável. O fumo resulta da queima de todos os boletins de voto, das várias rondas necessárias até chegar à eleição do novo papa.
Rezemos para que o badalar dos sinos não traga ainda mais confusão ao processo eleitoral. Os 1400 observadores internacionais, que se deslocaram ao Vaticano para fiscalizar o processo, estarão atentos aos níveis de poluição sonora e atmosférica, de forma a que o escrutínio papal não fique, uma vez mais, conspurcado pela fuligem negra da suspeição.
quinta-feira, abril 07, 2005
O Papa e a bola
De "Público", de 5 de Abril, transcrevo, com a devida vénia, um artigo de Pedro Ribeiro na secção "Visto", intitulado, tal como cito em epígrafe, "O Papa e a bola".
"A morte de João Paulo II foi anunciada meia hora antes do início do jogo da Superliga entre o Boavista e o Sporting. O que terá colocado um dilema complicado aos programadores da TVI: mantém-se a bola ou substitui-se a partida por uma emissão especial sobre a morte do sumo pontífice católico?
A TVI resolveu transmitir o jogo, passando em rodapé títulos sobre a morte do Papa e, ocasionalmente, dividindo o écran entre imagens do Bessa e do Vaticano. Para alguns católicos a decisão pode parecer insultuosa. Até porque a TVI nasceu como uma estação de inspiração católica.
A mim parece-me que a TVI fez bem. O canal é privado e já nem sequer é católico; não tem as mesmas obrigações do serviço público ou da Rádio Renascença. (...)
Para a minoria da população que não é católica, ou que sendo católica preferia ver o jogo, a TVI prestou um bom serviço. De resto, os números de Marktest revelam que as audiências da TVI foram superiores às das outras estações - o que não justifica a decisão por si só, mas demonstra que muitos portugueses reflectiram sobre o desaparecimento do Papa enquanto viam o Boavista-Sporting. (...)
E João Paulo II, sócio honorário de muitos clubes, até gostava de futebol."
Curiosa ideia a de Pedro Ribeiro ! O facto de as audiências do Boavista-Sporting na TVI terem sido superiores às das outras estações demonstra que os portugueses "reflectiram" sobre o desaparecimento do Papa enquanto viam a bola !
Porventura uma original variante da filosofia oriental, a conhecida "Meditação transcendental". Temos assim, em versão lusa (ou de Pedro Ribeiro), a "Meditação em assuntos transcendentais enquanto se vê a bola na TV".
Refinando um pouco a dita filosofia e usando um bocadinho a imaginação, no recente Chelsea-Bayern, por exemplo, é certo que se perderiam bons lances de futebol, entre outros um óptimo golo de Frank Lampard, mas ganhar-se-ia em "reflexão" sobre o papel de Blair na recente guerra do Iraque. E entender-se-ia, porventura, o golo de Ballack, de penalty (inexistente ou, pelo menos, muito duvidoso) perto do final, como símbolo de "ressarcimento" de passadas e dolorosas memórias alemãs.
E, no campo mais estrito, "nacional", que melhor jogo para reflectir sobre a (des)Educação em Portugal e sobre o negócio do Turismo (ou destruição das áreas costeiras, como se preferir) , do que o Académica-Estoril de domingo passado ?
Uma dúvida, no entanto, me perturba. É que, ao brilhante raciocínio de Pedro Ribeiro, podemos aplicar algo muito em voga, o célebre "princípio do contraditório", tão citado quando foi "impedido" de "cronicar" na TV, um mui afamado comentarista de perfil aquilino e ribeiro transbordante de sabedoria.
E se, "por supuesto", a TVI tivesse decidido não transmitir o Boavista-Sporting, ocupando o espaço televisivo com uma emissão especial sobre a morte do sumo pontífice ? Será que, em tal eventualidade, haveria portugueses que seriam capazes de "reflectir" sobre o Boavista-Sporting ou até ouvir o relato radiofónico do mesmo enquanto a TVI transmitia a dita emissão especial ?
Como são ínvios e árduos os caminhos e desígnios do Senhor !
"A morte de João Paulo II foi anunciada meia hora antes do início do jogo da Superliga entre o Boavista e o Sporting. O que terá colocado um dilema complicado aos programadores da TVI: mantém-se a bola ou substitui-se a partida por uma emissão especial sobre a morte do sumo pontífice católico?
A TVI resolveu transmitir o jogo, passando em rodapé títulos sobre a morte do Papa e, ocasionalmente, dividindo o écran entre imagens do Bessa e do Vaticano. Para alguns católicos a decisão pode parecer insultuosa. Até porque a TVI nasceu como uma estação de inspiração católica.
A mim parece-me que a TVI fez bem. O canal é privado e já nem sequer é católico; não tem as mesmas obrigações do serviço público ou da Rádio Renascença. (...)
Para a minoria da população que não é católica, ou que sendo católica preferia ver o jogo, a TVI prestou um bom serviço. De resto, os números de Marktest revelam que as audiências da TVI foram superiores às das outras estações - o que não justifica a decisão por si só, mas demonstra que muitos portugueses reflectiram sobre o desaparecimento do Papa enquanto viam o Boavista-Sporting. (...)
E João Paulo II, sócio honorário de muitos clubes, até gostava de futebol."
Curiosa ideia a de Pedro Ribeiro ! O facto de as audiências do Boavista-Sporting na TVI terem sido superiores às das outras estações demonstra que os portugueses "reflectiram" sobre o desaparecimento do Papa enquanto viam a bola !
Porventura uma original variante da filosofia oriental, a conhecida "Meditação transcendental". Temos assim, em versão lusa (ou de Pedro Ribeiro), a "Meditação em assuntos transcendentais enquanto se vê a bola na TV".
Refinando um pouco a dita filosofia e usando um bocadinho a imaginação, no recente Chelsea-Bayern, por exemplo, é certo que se perderiam bons lances de futebol, entre outros um óptimo golo de Frank Lampard, mas ganhar-se-ia em "reflexão" sobre o papel de Blair na recente guerra do Iraque. E entender-se-ia, porventura, o golo de Ballack, de penalty (inexistente ou, pelo menos, muito duvidoso) perto do final, como símbolo de "ressarcimento" de passadas e dolorosas memórias alemãs.
E, no campo mais estrito, "nacional", que melhor jogo para reflectir sobre a (des)Educação em Portugal e sobre o negócio do Turismo (ou destruição das áreas costeiras, como se preferir) , do que o Académica-Estoril de domingo passado ?
Uma dúvida, no entanto, me perturba. É que, ao brilhante raciocínio de Pedro Ribeiro, podemos aplicar algo muito em voga, o célebre "princípio do contraditório", tão citado quando foi "impedido" de "cronicar" na TV, um mui afamado comentarista de perfil aquilino e ribeiro transbordante de sabedoria.
E se, "por supuesto", a TVI tivesse decidido não transmitir o Boavista-Sporting, ocupando o espaço televisivo com uma emissão especial sobre a morte do sumo pontífice ? Será que, em tal eventualidade, haveria portugueses que seriam capazes de "reflectir" sobre o Boavista-Sporting ou até ouvir o relato radiofónico do mesmo enquanto a TVI transmitia a dita emissão especial ?
Como são ínvios e árduos os caminhos e desígnios do Senhor !
terça-feira, abril 05, 2005
Uma nova forma de desemprego
Este texto é um excerto de um artigo de Fernando Dacosta publicado na revista Visão 625-24/02/05. Subscrevo-o na totalidade.
Prevê-se que em cada cinco crianças nascidas hoje, três jamais arranjarão emprego estável.
Corrompida, a liberdade imergiu-as em novas (outras) desigualdades, indignidades, como as do crescente, insaciável «triângulo negro» da precarização, escravização, exclusão. Direitos penosamente conquistados (na saúde, na assistência, no trabalho, no ensino, no lazer, na cultura) estão a ser dissolvidos em cascatas de perfumado cinismo light. Os jovens que entram no mundo do emprego fazem-no a prazo, a contrato volátil, vendo-se, sem a mínima segurança, impedidos de construir uma vida própria, entre zappings de subtarefas e de pós-formações ludibriadoras.
O problema não tem no sistema vigente, o que poucos ousam admitir, solução visível. Enquanto isso há quem, para se confundir (confundir), culpabilize por ele a baixa taxa de natalidade e, lestamente, se proponha incentivá-la – incentivá-la para aumentar o número de crianças abandonadas?, para disparar a percentagem de jovens sem ocupação?, para renovar de carne fresca e farta os canhões, as camas, os catecismos, os esclavagismos? Prevê-se, com efeito, que em cada cinco crianças nascidas hoje em Portugal, três jamais arranjarão emprego estável.
A queda, por exemplo, de descontos para a Previdência (que tanta ondulação provoca) não advém da falta de trabalhadores com vontade de fazê-los – aos descontos; advém, sim, da falta de trabalho para serem feitos. Há já mais de 600 mil desempregados «seniores» e de 80 mil jovens à procura do primeiro emprego (40 mil licenciados), sem que ninguém, ao que se observa, se dinamize com isso. Nesta fase, as teses «coelheiras» só iriam agravar, não resolver, os problemas demográficos existentes.
Subir a idade da reforma para os 70 anos (aos 50 um trabalhador começa a ser tratado pelos superiores e colegas como um estorvo), aumentar os horários laborais ( a produção tornou-se não insuficiente mas excessiva para o mercado), congelar os salários líquidos (enquanto a inflação os baixa) como defendem certos especialistas (que preservam, no entanto, para si retribuições e reformas milionárias) apenas desarticulará o mecanismo social que a humanidade vem, penosamente, construindo no sentido de tornar a existência mais digna e solidária.
As velhas gerações , a sair de cena, agarram-se às influências que julgam, julgavam, manter, merecer. Disfarçando desesperos, socalcam sem resultados patéticas vias sacras de cunhas, súplicas, empenhos, hipotecas, tráficos. As crispações que não sentiram quando, décadas atrás, iniciaram as suas carreiras (eram de outro tipo as, então, sofridas) experimentam-nas agora em relação à insegurança inquietante dos filhos e netos. Ingénuas, acreditaram que bastava, como no seu tempo, um curso superior para se ficar protegido, promovido. Fizeram os seus tirá-lo sem reparar que as universidades se transformaram de clubes VIP em fábricas massificadoras, cada vez mais vazias de elitismos internos e poderes externos.
Só os filhos-família de famílias dominantes (na direita, no centro e na esquerda, na economia, na política e nos lobbies) dispõem de privilégios garantidos, defendidos.
segunda-feira, abril 04, 2005
O eterno problema da função pública
Extracto de uma entrevista concedida ao Expresso, a 5 de Junho de 2004, por Musaid Bin Abdel, deputado e ex-presidente da Câmara Municipal de Riade, capital da Arábia Saudita:
EXP. — A ameaça terrorista tem fustigado, particularmente, a Arábia Saudita. Como têm lidado com a ameaça?
M.B.A. — O terrorismo não nasceu na Arábia Saudita. Ele foi introduzido de fora para dentro. Os terroristas são aqueles jovens que ficaram no Afeganistão, combatendo a ex-URSS, sob orientação dos serviços secretos americanos, que os denominavam guerrilheiros Mujaheddin. Depois do desmantelamento da URSS foram deixados à sua sorte. Internamente, as nossas forças de segurança seguem de perto os terroristas que estão no nosso país.
EXP. — Garante que a Al-Qaeda não tem apoio das estruturas políticas e militares sauditas?
M.B.A. — Sem dúvida alguma. Não tem apoio de qualquer entidade saudita, nem da própria população. A Al-Qaeda levou a cabo vários atentados na Arábia Saudita antes e depois do 11 de Setembro, por isso mesmo não goza de simpatia popular.
EXP. — Essa alegação não será difícil de conciliar com o facto da maioria dos autores dos atentados de 11 de Setembro serem sauditas?
M.B.A. — Ainda não existe uma resposta definitiva sobre quem levou a cabo os atentados do 11 de Setembro. Nos próprios EUA, as investigações prosseguem e ainda não provaram que aqueles cidadãos eram de facto sauditas.
EXP. — Não está convencido de que eram seus concidadãos?
M.B.A. — Não sei, ainda está tudo por explicar: como eles chegaram aos EUA, como passaram despercebidos... É importante perceber como é que quatro aviões partem de Boston, guiados por jovens de Tora Bora (Afeganistão), são desviados da rota delimitada àquele tipo de voos, em direcção a Washington e Nova Iorque. Onde estava o FBI, a CIA, a Força Aérea? Há demasiadas interrogações. Quem está por trás? Verdadeiramente, não se sabe. Porque é que os computadores estiveram avariados meia-hora na altura do ataque? Se reflectirmos seriamente perceberemos que há mais alguém na base da operação. Quem? Só Deus sabe!
EXP. — Acha que os atentados podem ter tido apoio interno americano?
M.B.A. — Talvez, porque não? Porque é que não interceptaram o segundo avião 20 minutos depois? Não um, não dois, mas 20 minutos! É tempo suficiente para reagir e fazer alguma coisa. A primeira coisa que disseram foi que era a Al-Qaeda, então seguiram para o Afeganistão. Não chegaram às conclusões devidas, mas procederam logo ao ataque. Recorde-se que J.F. Kennedy morreu há mais de 40 anos e ainda não se sabe quem o matou. Não sabemos quando a realidade virá à tona. O que percebemos é que os EUA e Israel combatem o mundo árabe, atacaram o Afeganistão e depois o Iraque. Quem se segue? Só Deus sabe!
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domingo, abril 03, 2005
Morreu Felismino Baptista
Ontem às 20.37h foi encontrado morto num vão de escada da Avenida Almirante Reis em Lisboa, Felismino Baptista.
Felismino tinha 84 anos e era natural de Armamar de onde veio há quarenta anos para trabalhar na construção civil na zona da grande Lisboa. Participou na construção de vários bairros sociais e de algumas escolas públicas. Morou inicialmente numa barraca no Casal Ventoso, que compartilhava com mais quinze pessoas. Não sabia ler nem escrever. Uns anos após a sua chegada à capital entregou-se à bebida, deixou de trabalhar nas obras e tornou-se um sem-abrigo. Os últimos vinte anos passou-os na Almirante Reis, onde era muito estimado pelos outros sem-abrigo.
O Presidente da República prepara uma comunicação ao país onde irá manifestar o seu pesar e em que anunciará, em sintonia com o Governo, a implementação de um sistema de distribuição de sopas pelos pobres da Almirante Reis até ao fim do mês de Abril, em homenagem a Felismino Baptista, interpretando assim o profundo sentimento de dor que invade neste momento todo o povo português pelo falecimento de mais este sem-abrigo.
Morreu também ontem em Itália mais um imigrado polaco. Era conhecido por “Carolino” e ao que consta trabalhou durante mais de vinte anos como relações públicas da Santa Sé. Sofria de perturbações mentais.
O nosso pesar à família enlutada, em particular ao filho e netos.
Felismino tinha 84 anos e era natural de Armamar de onde veio há quarenta anos para trabalhar na construção civil na zona da grande Lisboa. Participou na construção de vários bairros sociais e de algumas escolas públicas. Morou inicialmente numa barraca no Casal Ventoso, que compartilhava com mais quinze pessoas. Não sabia ler nem escrever. Uns anos após a sua chegada à capital entregou-se à bebida, deixou de trabalhar nas obras e tornou-se um sem-abrigo. Os últimos vinte anos passou-os na Almirante Reis, onde era muito estimado pelos outros sem-abrigo.
O Presidente da República prepara uma comunicação ao país onde irá manifestar o seu pesar e em que anunciará, em sintonia com o Governo, a implementação de um sistema de distribuição de sopas pelos pobres da Almirante Reis até ao fim do mês de Abril, em homenagem a Felismino Baptista, interpretando assim o profundo sentimento de dor que invade neste momento todo o povo português pelo falecimento de mais este sem-abrigo.
Morreu também ontem em Itália mais um imigrado polaco. Era conhecido por “Carolino” e ao que consta trabalhou durante mais de vinte anos como relações públicas da Santa Sé. Sofria de perturbações mentais.
O nosso pesar à família enlutada, em particular ao filho e netos.
sexta-feira, abril 01, 2005
FIAT em alta
A famosa marca de automóveis italiana FIAT prepara-se para lançar um novo modelo de grande projecção mediática e que se mostrará altamente lucrativo, segundo a administração da empresa. Este novo modelo tem o seu lançamento previsto para breve e foi designado PAPA IMÓVEL pelo departamento de marketing da FIAT.
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E para que conste: não tenho nada contra o Papa. O senhor nunca me fez mal. Simplesmente me enoja a nuvem mediática que paira sobre o senhor e que, penso eu e não pensarei mal, ele próprio alimenta. O meu bisavô também gostaria de ter sido tão bem tratado nos hospitais públicos onde foi morrendo, e de ter tido tanta gente a acompanhá-lo na hora da sua morte. Mas a vida é assim. Também era muito difícil Deus ter conseguido ser pai de nós todos...
Le Papa et les enfants
CIDADE DO VATICANO - Milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro, no Vaticano, participam nesta sexta-feira 1 de Abril de 2005, da oração do terço do rosário pela saúde do Papa João Paulo II. As orações tiveram início no meio da tensão gerada pelo anúncio do agravamento do estado do Pontífice.
O silêncio que reina na enorme praça só é interrompido pelas pregações recitadas pelos fiéis sob o comando do vigário-geral do Papa para a Cidade do Vaticano, o monsenhor Ângelo Comastri.
- Esta noite, Cristo abre as portas ao Papa - disse Comastri, comovido, no início da oração.
A reza realiza-se nas imediações do Palácio Apostólico, onde o Santo Padre de 84 anos está agonizando, na companhia de alguns de seus colaboradores.
Milhares de pessoas continuam a chegar ao local, entre religiosos, turistas e curiosos. Jornalistas dos cinco continentes transmitem, sem cessar, notícias da área.
E enquanto milhões sofrem, rezam e choram com a morte natural de um simpático velhote de 84 anos, muito poucos se lembram deste «pormenor estatístico»:
Unicef: uma criança morre de sida a cada 15 minutos no Zimbabué.
Nos EUA a cada três horas morre uma criança por feridas de bala.
A cada cinco minutos morre uma criança no Brasil. A maioria de doenças derivadas da fome.
A cada 14 segundos morre uma criança vítima da degradação dos recursos hídricos.
A cada sete segundos, morre uma criança de fome no Mundo.
Lembra o tradicional equívoco do 1 de Abril.
Cogito ergo «?»
Bush medita profundamente nos grandes problemas que despontam no novo milénio. Possuidor de uma mente arejada, uma inteligência transparente e um espírito cristalino, o Presidente Americano parece ter já algumas ideias claras sobre o assunto.
Porra!
Farto das doenças do Papa e do Rainier!
Tanta gente a sofrer por esse mundo fora e os "media" só falam nestes dois!
O que é que eles fizeram? Um foi um branqueador de dinheiro sujo, outro andou vestido de branco mas com a alma tão negra que até se esqueceu de beijar o chão de Timor.
Mas afinal ninguém é insubstituível. O Rainier tem o filho varão, o Alberto machão.
O outro tem o Zé Policarpo, o que seria um grande prestígio para Portugal. Já viram o que seria com Durão na Comissão e Policarpo no Vaticano?! Ninguém nos parava carago! Estou mesmo a ver a primeira página do Diário Económico, «Aumenta a confiança dos investidores estrangeiros na nossa economia».
Mas decidam-se porra!
Tanta gente a sofrer por esse mundo fora e os "media" só falam nestes dois!
O que é que eles fizeram? Um foi um branqueador de dinheiro sujo, outro andou vestido de branco mas com a alma tão negra que até se esqueceu de beijar o chão de Timor.
Mas afinal ninguém é insubstituível. O Rainier tem o filho varão, o Alberto machão.
O outro tem o Zé Policarpo, o que seria um grande prestígio para Portugal. Já viram o que seria com Durão na Comissão e Policarpo no Vaticano?! Ninguém nos parava carago! Estou mesmo a ver a primeira página do Diário Económico, «Aumenta a confiança dos investidores estrangeiros na nossa economia».
Mas decidam-se porra!
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