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Uma forma de chegar à verdade é perguntar: Qui bono? Quem beneficia? Para qualquer observador imparcial é evidente que os muçulmanos, no Ocidente ou no Oriente, nada ganharam com os recentes acontecimentos em Londres. Por outro lado, governos ocidentais e empresas, em particular no campo do armamento, da segurança, e do petróleo, foram as primeiras a beneficiar desta tragédia.
Para além das acções unilaterais, o 11 de Setembro trouxe-nos os vários estádios do Patriot Act, a base de Guantanamo e muitas outras anulações dos direitos democráticos. Mas não asfixiou o debate nem as pessoas se sujeitaram, ainda, a perder a liberdade de expressão.
Houve intermináveis tentativas para controlar a Internet e para reduzir todos os Ocidentais a uma dieta de info-entertenimento da CNN, assim como existiram tentativas para banir a difusão de informação por satélite que não devia ser servida ao público americano, mas ainda não ultrapassaram os movimentos de liberdades civis. A esperança de que os atentados de Londres alterem este estado de coisas são grandes. A intercepção de e-mails é uma das grandes prioridades nas medidas contra-terroristas, e faz parte da agenda da Organização para a Segurança e Cooperação Europeia (OSCE).
Até agora o governo Britânico pensou que uma população assustada por um ataque terrorista “inevitável” era suficiente, mas foi ridicularizado e acusado de vendilhão de terror. Uma série de televisão, «The Power of Nightmares», questiona se estes avisos terroristas não serão de origem política.
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Londres precisava de um autêntico atentado terrorista de forma a paralisar suficientemente a população de forma a aprovar legislação que não tinha sido capaz de aprovar antes do seu fiasco eleitoral. Imediatamente após o ataque houve incursões e evacuações do centro da cidade, e a França e a Itália foram rápidos a prender alegados suspeitos. A farsa da democracia podia ser suspensa e o governo e a oposição podiam restaurar-se.
Políticos americanos anseiam que estes acontecimentos travem a tendência europeia de permitir oposições às políticas governamentais e os una (os governos) na “aventura americana”. Sacrificar alguma da sua população não constitui um preço elevado a pagar: A ex-secretária de estado, Madeleine Albright, achou que a morte de meio milhão de crianças iraquianas (devida às sanções aplicadas ao Iraque) foram um preço que valeu a pena pagar.
Infelizmente para os politiqueiros americanos e britânicos, as críticas não foram silenciadas tão facilmente como aconteceu no 11 de Setembro. Alguns até deitaram as culpas para a exploração ilegal dos imigrantes por parte do governo. A maioria dos britânicos não sente inclinação para a maquinações.
Comentário:
Vamos ver se a rapaziada deste "jardim à beira-mar plantado", à imagem de uma boa parte dos habitantes da "Velha Albion", não se deixa maquinar. E maquinistas por cá, sob a fuligem do embuste, não faltam. Basta ir a algumas colunas do Expresso, do Público, do Abruto (sem p), da Sic Notícias (24 sobre 24 horas), etc.
4 comentários:
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