segunda-feira, julho 04, 2005

Censura e lagartixas



Nos Estados Unidos, o presidente da Corporation for Public Broadcasting (Corporação para Emissão Pública) estabeleceu uma lista negra de personalidades que não devem voltar a ser convidadas para programas de rádio e de televisão. A lista abarca editorialistas e políticos que se opõem à continuação da guerra no Iraque, e abrange certos líderes republicanos como o senador Chuck Hagel.

A Corporation for Public Broadcasting (CPB) é uma instância para-administrativa que, entre outras, distribui as subvenções federais às rádios e televisões locais. O seu novo presidente, Kenneth Y. Tomlinson, dirigiu a «A Voz da América» durante a presidência de Reagan, e seguidamente o Reader’s Digest.



Comentário:

Tem toda a razão, Kenneth Y. Tomlinson, em vetar, em rádios e televisões, a presença de indivíduos que desejam botar um discurso anti-guerra, anti-ocupação e anti-hidrocarbonetos.

Ambicionando, a horda que controla hoje a América, tornar-se nos «Serviços Planetários de Petróleo e Derivados», e possuindo o Iraque as segundas maiores reservas mundiais de petróleo, justo é que possam amordaçar os trambolhos fala-baratos que desacreditam o conceito “real politic”.

Quanto aos mais de 1.740 soldados americanos que já morreram no Iraque desde o início da guerra, somados aos 13.000 que ficaram feridos, constituem um ridículo preço a pagar pelos enormes benefícios económicos e geo-estratégicos que esta ocupação proporciona.

No que toca aos iraquianos, cujos mortos ascendiam, em Outubro de 2004, a mais de cem mil (número que provavelmente já duplicou), estão, para os patronos de Tomlinson, em termos de importância na escala animal, situados algures entre os cefalópodes e os lamelibrânquios.

Já a respeito da canalha que paga a mesada a Tomlinson, estar a compará-la com répteis será excessivamente insultuoso. Que mal fizeram as pobres lagartixas?

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