terça-feira, julho 19, 2005

A imagem de Sócrates


José António Lima – Expresso 16-07-2005

(...)

Manteve, pois, no essencial a firmeza e as linhas de orientação que caracterizaram estes 100 primeiros dias de actividade do seu Governo.

Não deu resposta, é certo, às dúvidas que subsistem quanto ao contínuo despesismo do Estado e a uma consolidação orçamental que parece depender exclusivamente de uma incerta reanimação da economia internacional que se repercuta na economia portuguesa e traga um aumento das receitas do Estado. E esse é o problema que o irá acompanhar, inevitavelmente, ao longo de todo o seu mandato.

Por outro lado, deu sinais de precipitação e alguma leviandade ao garantir que os impostos não serão de novo aumentados até 2009, uma declaração depois corrigida e que o ministro das Finanças se esquivou, no Parlamento, a corroborar. Mudou de discurso quanto às receitas extraordinárias, que agora subdivide em más e boas conforme tenham ou não encargos nos orçamentos futuros, recurso que repudiava por completo na campanha eleitoral. Foi duvidosamente criativo ao lançar o argumento de que o espaço aéreo de Lisboa terá os seus corredores aéreos esgotados dentro de poucos anos. E fugiu à verdade ao garantir que o Conselho de Ministros aprovou a limitação das reformas acumuladas por Campos e Cunha e Mário Lino antes da polémica que estas suscitaram. Só o fez depois, como se sabe.

Mas, no conjunto, foi uma entrevista com um balanço político positivo, que passou a imagem de um primeiro-ministro confiante, que acredita no que está a fazer e tem a firmeza necessária para aplicar as suas políticas



Comentário:

Concordo, em absoluto, com José António Lima: não há dúvida que Sócrates é um..., que não deu respostas a...., e cuja leviandade são uma boa prova de..., mas que, no conjunto, se revela um grande balde de mer..., da qual sairá mais firme e resoluto.