quarta-feira, julho 20, 2005

Há males que vêm por bem?



Em Setembro de 2000, poucos meses antes do acesso de George W. Bush à Casa Branca, o “Project for a New American Century” (PNAC) publicou o seu projecto para a dominação global sob o título: "Reconstruindo as defesas da América" ("Rebuilding American Defenses") pág 51.

O vice-secretário da Defesa Paul Wolfowitz, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld e o vice-presidente Dick Cheney adoptaram o projecto PNAC antes das eleições presidenciais.

O PNAC esboça um roteiro da conquista. Apela à "imposição directa de bases avançadas americanas em toda a Ásia Central e no Médio Oriente" tendo em vista assegurar a dominação económica do mundo, e ao mesmo tempo estrangular qualquer potencial "rival" ou qualquer alternativa viável à visão americana de uma economia de mercado”.

O projecto do PNAC também esboça uma estrutura consistente de propaganda de guerra. Um ano antes do 11 de Setembro, o PNAC fazia apelo a "algum evento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor", o qual serviria para galvanizar a opinião pública americana em apoio a uma agenda de guerra":



Os arquitectos do PNAC parecem ter antecipado com cínica precisão a utilização dos ataque do 11 de Setembro como "um pretexto para a guerra".

A referência do PNAC a um "evento catastrófico e catalisador" reflecte uma declaração semelhante de David Rockfeller em 1994 ao United Nations Business Council:

"Estamos à beira da transformação global. Tudo o que precisamos é da grande crise certa e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial".


De modo análogo, nas palavras de Zbigniew Brzezinski, no seu livro The Grand Chessboard:

"... pode considerar-se mais difícil moldar um consenso [na América] sobre questões de política externa, excepto nas circunstâncias de uma ameaça externa directa verdadeiramente maciça e amplamente percebida".

Zbigniew Brzezinski, que foi Conselheiro de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter, foi um dos arquitectos chave da rede Al-Qaeda, criada pela CIA para o assalto aos soviéticos na guerra afegã (1979-1989).


Bruce Hoffman, vice-presidente da Rand Corporation (o mais importante centro privado de pesquisas em matéria de estratégia e de organização militar em todo o mundo, e a expressão prestigiada do lobby militar-industrial americano), numa conferência publicada pela US Air Force Academy em Março de 2001 (ou seja, seis meses antes dos atentados de 11 de Setembro de 2001), dirigindo-se a uma audiência de oficiais superiores da força aérea norte-americana, afirmou:

“Estamos a tentar preparar as nossas armas contra a Al-Qaeda, a organização - ou talvez o movimento - associada a Bin Laden (...) Pensem por um momento no que foi o atentado à bomba contra o World Trade Center, em 1993. Agora, considerem que é possível fazer cair a Torre Norte sobre a Torre Sul e matar 60.000 pessoas [it was possible to actually topple the North Tower onto the South Tower and kill 60,000 people] (...) .


Na sequência do 11 de Setembro as despesas militares dispararam, e por consequência os chorudos contratos do complexo militar-industrial:



Cujos grandes beneficiários foram:





Comentário:

O 11 de Setembro, o mais mortífero ataque jamais feito aos Estados Unidos da América, beneficiou, ironicamente, todos os Rockfellers do lado de lá do Atlântico. Beneficiou, igualmente, os testas de ferro desses magnatas que ocupam, neste momento, todas as cadeiras do poder nos EUA.

Estranho atentado, este 11 de Setembro, simultaneamente tão funesto, tão lucrativo e tão a propósito.

2 comentários:

xipsocial disse...

É trágico acima de tudo, não só pelas vítimas, mas também pelas suas causas. O processo capitalista caracteriza-se pela tendência em alastrar a todas as ecónomias do sistema global. O mau desenvolvimento dos agentes globalizantes ao longo da história do capital desde a 1ª revolução industrial, desagua assim numa situação dramática. O progresso que desde os meados do século XIX era visionado por cientistas e filósofos, seguiu pela pior evolução já temida na altura pelos que acreditavam no futuro mais próspero da humnidade.
Aproximamo-nos assim de um estado de entropia máximo, mas todos os sistemas evoluem no sentido de alcançarem o equilíbrio, assim sendo encontramo-nos num ponto máximo, vindos de uma mais baixa situação de desordem, seguindo daqui para a frente no tempo, de encontro a um novo estado de equilíbrio. Esta é uma analogia da Física que pode ser aplicada ao desenvolvimento do sistema humanitário.

Anónimo disse...

larry silverstein.....sortudo ? sobrenatural ou conspiraçao ?