domingo, fevereiro 13, 2005

Terrorismo trapalhão

Na revista Visão de 30-12-2004 um artigo refere que: “Em comparação com a eficiência demonstrada para depor Saddam, o falhanço em cumprir as promessas de segurança e desenvolvimento económico é mal interpretado. A população iraquiana desenvolveu uma visão paranóica da presença americana. «Uma teoria particularmente prevalecente vê a própria oposição armada como uma criação dos EUA para justificar uma presença militar indefinida», diz o relatório ICG. O próprio Al-Zarqawi, líder local da Al-Qaeda, é tido por muitos iraquianos – incluindo pelos mais cultos e viajados – «como uma fabricação estrangeira». Al-Zarqawi é tido como um político made in Washington.”


Compreende-se a paranóia iraquiana. É no entanto injusta.

Al-Zarqawi é, à luz dos daquilo que é reportado na CNN, um terrorista enérgico, voluntarioso, mas claramente sem formação para levar a cabo um terrorismo consistente. A sua impreparação é gritante.

Diariamente, a ladainha repete-se: uma bomba rebenta próximo de uma coluna americana – trinta civis iraquianos mortos. Dois carros armadilhados explodem próximo da embaixada australiana – quarenta e dois civis iraquianos mortos. Um morteiro é lançado contra a zona verde, quartel general da coligação – cinquenta e sete civis iraquianos mortos. É compreensível o desespero dos locais.

Contudo, o ódio de Zarqawi ao grande Satã (Estados Unidos) não deixa margens para dúvidas. Tem-no afirmado repetidas vezes em gravações. O sujeito é, ainda, seguramente, um hiperactivo – poucos terroristas conseguiriam manter a cadência de fazer explodir pessoas, dia sim, dia sim. O ritmo é absolutamente vertiginoso. Os do Hezbollah ou do Hamas, em comparação, não passam de lesmas preguiçosas.

Paradoxalmente, a extrema incompetência de Zarqawi leva-o a ser inócuo para as forças da coligação, e assaz perigoso para a população autóctone. As bombas, ou explodem demasiado cedo ou excessivamente tarde. Os morteiros, ou passam por cima dos alvos ou desviam-se caprichosamente. Nada lhe sai bem. Não acerta uma. O homem é, definitivamente, um inepto!

É caso para dizer, para quem não sabe aterrorizar até os rockets atrapalham!